O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou um plano chamado “Novo Renascimento do Louvre” para o museu mais visitado do mundo. Entre as mudanças, estão uma sala exclusiva para a Mona Lisa, obra de Leonardo da Vinci, e ingressos mais caros para visitantes que não são da União Europeia.
Macron foi até o museu parisiense na terça-feira, 28 de janeiro e, em frente da Mona Lisa, lembrou que a última grande reforma no local foi nos anos 1980, iniciada sob a gestão François Mitterrand.
“Muitas pessoas poderão dizer que é totalmente inapropriado falar de um grande projeto cultural quando o mundo parece caminhar em outras direções e, obviamente, as discussões sobre orçamento continuam”, disse o presidente francês.
O plano de Macron inclui:
- A criação de uma nova grande entrada na Colunata de Perrault, na fachada leste do Louvre, que deve desafogar a fila de entrada que se estende diariamente perto da pirâmide de vidro.
- A recuperação dos jardins do Carrossel e das Tulherias, que são espaços importantes no centro de Paris.
- A construção de novos espaços subterrâneos na região da Cour Carrée.
- A criação de uma sala exclusiva para a Mona Lisa (chamada de Joconde em francês), que terá acesso – e ingresso – independente do resto do museu.
- A recuperação da infraestrutura, com o objetivo de aumentar a segurança dos visitantes e das coleções, além de mais conforto e acessibilidade de turistas e agentes que trabalham no local.
- Preços “diferenciados”, mais caros, para visitantes de países que não pertencem à União Europeia a partir de 1º de janeiro de 2026. O valor exato não foi confirmado. Atualmente, o Louvre já oferece algumas oportunidades de visita gratuita, como nas primeiras sextas-feiras do mês e no feriado de 14 de julho.
- A duplicação do número de alunos acolhidos na escola do museu para formação artística e cultural. Hoje, são 450 mil.
O presidente francês disse que pretende lançar um concurso internacional de arquitetura para receber projetos para a reforma do museu. A seleção do vencedor deve ocorrer até o início de 2026 e as obras da nova entrada devem ser finalizadas em 2031.
“Toda a obra desse novo acesso será financiada com recursos próprios do museu, da venda de ingressos, do mecenato, da licença do Louvre Abu Dhabi, sem ônus para o contribuinte”, afirmou Macron durante o discurso.
A jornalistas, a equipe do presidente avaliou que o plano de renovação custará cerca de 700 a 800 milhões de euros e apenas uma “parcela muito minoritária” será financiada pelo Estado.
Palácio Foi Residência Real
O palácio que abriga o Louvre foi construído em 1190, durante o reinado de Philippe Augusto. Em 1364, tornou-se residência real e passou por reformas e mudanças na decoração de acordo com o gosto dos reis e rainhas que por ali passaram.
Em 1793, foi aberto como Museu Central das Artes. Hoje, tem mais de 30 mil obras expostas, divididas em nove departamentos – entre eles, antiguidades orientais, egípcias e romanas e artes do Islã. No total, possui a custódia de quase 500 mil obras.
“A história do Museu do Louvre está intimamente ligada a todos os franceses”, disse Macron, ao anunciar o novo plano de reforma.
Em 2023, o Louvre recebeu 8,9 milhões de visitantes. Segundo o governo francês, o museu foi inicialmente pensado para acolher 4 milhões. Além disso, visitantes podem aproveitar experiências exclusivas, como passeios noturnos às quartas e sextas-feiras.
Macron espera que o número de visitantes chegue a 12 milhões por ano após as novas obras.
O Louvre abre de quarta a segunda. O ingresso custa 22 euros. A entrada é gratuita para menores de 18 anos e para moradores do Espaço Comum Europeu que têm menos de 26 anos.
Todos os dias, milhares de turistas ficam aglomerados em frente ao quadro da Mona Lisa (Jill Evans/Pexels)
Nova Era Para Um Novo Louvre
Dias antes do pronunciamento do presidente francês, a imprensa francesa revelou que a diretora do Louvre, Laurence des Cars, havia enviado uma carta secreta à ministra da Cultura, Rachida Dati, para comunicar uma “multiplicação de danos”, a operação de máquinas antigas e a necessidade de trabalhos no local.
Após o lançamento do “novo renascimento” do museu, a ministra afirmou, nas redes sociais, que será “uma nova era para um novo Louvre, este lugar cultural simbólico e único na França”.
“Fazer do Louvre o maior, mais prático e mais atraente museu do mundo: essa é a nossa ambição. No futuro, os milhões de visitantes que lá passarão poderão apreciar os seus tesouros nas melhores condições”, postou Rachida Dati.
Além das reformas estruturais, a experiência gastronômica no Louvre também tem recebido destaque. Recentemente, a chef brasileira Alessandra Montagne foi convidada para comandar um dos restaurantes do museu, trazendo novos sabores ao espaço icônico.
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