O Grupo LATAM e as suas afiliadas no Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Estados Unidos anunciaram hoje a apresentação de um plano de reorganização, que descreve a forma para que o grupo saia do Capítulo 11, em conformidade com as legislações norte-americana e chilena.
O Plano é acompanhado por um Acordo de Apoio à Reestruturação (RSA, sigla em inglês) com o Grupo Ad Hoc de Credores da Matriz, que é o maior grupo de credores sem garantia nestes casos do Capítulo 11, e certos acionistas da LATAM.
O RSA registra o acordo e o apoio entre a LATAM e os referidos detentores de mais de 70% das reclamações sem garantias da matriz, os detentores de aproximadamente 48% dos títulos nos EUA datados em 2024 e 2026, e os certos acionistas detendo mais de 50% das ações ordinárias, sujeito à execução de documentação definitiva pelas partes e obtenção de aprovações corporativas destes acionistas.
“Os últimos dois anos foram marcados por dificuldades em todo o mundo: perdemos amigos e familiares, colegas e entes queridos. Assim enfrentamos a maior crise da aviação que, na prática, paralisou o setor aéreo.
Apesar do nosso processo ainda não ter terminado, alcançamos um marco fundamental no caminho para um futuro financeiro mais sólido”, aponta Roberto Alvo, CEO do LATAM Airlines Group S.A.
Visão Geral do Plano de Reorganização
O plano propõe a injeção de US$8,19 bilhões ao grupo por meio de uma combinação de capital novo, títulos conversíveis e dívida, que permitirá ao grupo sair do Capítulo 11 com a capitalização adequada para executar seu plano de negócios.
Após a saída, a LATAM deverá ter uma dívida total de aproximadamente $ 7,26 bilhões e liquidez de aproximadamente $ 2,67 bilhões. O grupo determinou que esse é um nível de endividamento conservador e uma liquidez adequada em um período de incerteza contínua para a aviação mundial, que permitirá um melhor posicionamento do grupo para futuras operações.
De forma específica, o plano aponta que:
- Após a confirmação do Plano, o grupo pretende lançar uma oferta de direitos de capital por meio da emissão de ações ordinárias no valor de US$800 milhões, que será aberta a todos os acionistas da LATAM.
- Três classes distintas de títulos conversíveis serão emitidas pela LATAM, e serão oferecidos preferencialmente aos acionistas da LATAM. À medida que não forem subscritos pelos acionistas da LATAM durante o respectivo período de direito de preferência.
- A LATAM também vai levantar U$500 milhões em uma nova linha de crédito rotativo e aproximadamente US$2,25 bilhões em financiamento de dívida por meio de novos recursos, seja por meio de um novo empréstimo a prazo ou com novos títulos.
- O grupo também fez uso, e pretende fazer uso, do Capítulo 11 para refinanciar e alterar os contratos de leasing anteriores ao processo, a linha de crédito rotativo e a linha referente a motores de reposição.
Proposta de Compra da Azul
Segundo o CEO do Grupo LATAM, Roberto Alvo, a Azul chegou a manifestar interesse pela compra da empresa, mas o plano apresentado era incompleto e insuficiente.
Ainda segundo Roberto Alvo, pelo fato da manifestação de interesse não ser atrativo o suficiente, a mesma não chegou a se converter em uma proposta oficial de compra.
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