A oferta de voos domésticos no Brasil poderá aumentar se for aprovado um projeto que está pronto para votação na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
A proposta altera o Código Brasileiro de Aeronáutica e autoriza empresas aéreas estrangeiras a oferecerem voos no mercado doméstico em rotas específicas, por razões de utilidade pública ou interesse nacional. Sem precisar de reciprocidade, ou seja, sem a exigência de que outro país abra o mercado para empresas brasileiras.
No projeto PL 4.715/2023, o autor, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), aponta que o transporte aéreo brasileiro necessita de mais concorrência e oferta de serviços aéreos. O que pode ser solucionado com a abertura de mercado para empresas estrangeiras, em especial para a região amazônica.
Relator Deu Parecer Favorável
O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), relator do projeto, concorda com a proposta. Ele apresentou parecer favorável ao texto, lembrando que outros países já adotaram a medida para aumentar o número de voos.
“Países como Chile, Austrália e México têm permitido essa liberdade, a fim de aumentar a conectividade entre áreas isoladas do país e a competição em mercado considerado oligopolizado. O projeto permitiria até mesmo a cabotagem autônoma, que envolve a realização de voos dentro do território estrangeiro ainda que não tenha havido voo inicial partindo do país de origem da aeronave”, avalia o relator.
Randolfe reforçou que a medida não apresenta uma abertura total do mercado:
“Não seria uma abertura descontrolada e imotivada, o que poderia gerar efeito inverso e indesejado, com as empresas estrangeiras optando por ingressar nos mercados mais lucrativos ou em rotas sazonais. Isto não ocorrerá, pois o Poder Executivo manterá o controle e estabelecerá rotas específicas pautadas por utilidade pública ou interesse nacional”, argumentou.
A Comissão de Relações Exteriores se reúne todas as quintas-feiras às 10h no Senado Federal.
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