Está planejando viajar? Pesquise bastante ou espere uma promoção! As passagens aéreas subiram 18,4% em maio e quase dobraram de preço nos últimos 12 meses: a alta foi de 89,19%.
Os dados são do IPCA-15, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), considerado uma prévia da inflação oficial. As passagens foram o item que mais subiu em maio. Em abril o aumento foi de 9,43%.
Detalhe: a prévia da inflação para os últimos 12 meses ficou em 12,2%, enquanto as passagens subiram 89,19%.
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O Culpado é o Combustível
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o aumento foi provocado pelo reajuste no QAV, o querosene de aviação. O combustível subiu 48,7% de janeiro a maio e já havia apresentado alta de 92% no acumulado do ano de 2021.
No dia 1o de maio a Petrobras anunciou aumento de 6,7% no preço do QAV. Segundo a Abear, a guerra na Ucrânia continua impactando negativamente os custos estruturais das companhias aéreas, com a pressão do preço do barril de petróleo sobre o querosene de aviação (QAV).
“Mais uma vez o reajuste anunciado pela Petrobras comprova como as companhias aéreas enfrentam diariamente a a alta dos custos estruturais, sobretudo com o atual cenário de guerra na Ucrânia que traz muita pressão para o preço do barril de petróleo e para a cotação do dólar.
O setor permanece sendo resiliente, mas a atual conjuntura traz muita dificuldade para podermos obter uma recuperação vigorosa diante da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus”, afirma o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz.
Dados da associação mostram que historicamente o QAV é o item de maior ineficiência econômica para as companhias aéreas brasileiras e responde por mais de um terço dos custos do setor, que por sua vez têm uma parcela de mais de 50% indexada ao dólar. A cotação da moeda norte-americana está atualmente em torno de R$ 5,1, sendo que o câmbio fechou o ano de 2017 em torno em R$ 3,19.
Ainda de acordo com a Abear, o Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o QAV, o ICMS. Já as empresas estrangeiras não pagam esse imposto para abastecer em território nacional. É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares.
Aéreas se Reúnem com Governo para Buscar Solução
A Abear e companhias do setor reuniram-se em maio com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira; da Economia, Paulo Guedes; e da Infraestrutura, Marcelo Sampaio. Durante o encontro foi proposta a criação de uma mesa de diálogo permanente para buscar soluções para o setor aéreo.
“Todas as reuniões tiveram um objetivo comum: o de propor aos ministros a criação de uma mesa de diálogo permanente para que possamos, juntos, encontrar soluções para a superação da crise do setor aéreo, deflagrada em 2020 pela pandemia do novo coronavírus e que ficou mais aguda recentemente com a guerra na Ucrânia, que tem pressionado os custos estruturais das empresas aéreas, principalmente o preço do QAV, responsável por mais de um terço dos custos do setor.
Só com interlocução e resiliência poderemos garantir uma recuperação consistente do setor aéreo”, afirmou o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz.
Defesa do Consumidor Acha que não é Bem Assim
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), afirma que “embora o Brasil produza cerca de 90% do querosene de aviação que utiliza, o mercado brasileiro segue os preços internacionais, como se fossemos um mero importador de petróleo que não produz uma só gota do que utiliza.
Oscilações no preço do barril e no câmbio (dólar norte americano) são automaticamente repassadas aos consumidores, como as companhias aéreas (que são consumidoras desse insumo).
“A demanda por voos já retornou aos níveis pré-pandemia, mas a oferta não. Ou seja, há mais consumidores dispostos a voar que assentos disponíveis nas aeronaves, uma vez que as companhias foram forçadas a rever suas rotas e números de voos durante a pandemia. Aplica-se, então, a lei da oferta e da procura e os preços naturalmente sobem.”
“Além de tudo isso, destaca-se o baixo número de companhias operando no Brasil e o endividamento em dólar dessas companhias para o leasing (arrendamento) das aeronaves com altas recentes em função da moeda americana.
Claramente precisamos de mais companhias operando no país e para isso é preciso mudanças regulatórias como a já citada Política de Preços dos Combustíveis e segurança jurídica (o que já demonstramos não ter, haja vista a distribuição dos slots da Avianca que foram aplicações de soluções judiciais e não as regras da própria ANAC)”, conclui a Proteste.
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