O governo brasileiro anunciou que as companhias aéreas devem receber alguma ajuda no 2º semestre. Já foi até apresentado um plano que envolve financiamentos feitos pelo BNDES envolvendo a soma de R$ 7 bilhões. Mas a questão é que o governo aguarda algum tipo de contrapartida para liberar o dinheiro.
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Companhias Aéreas Esperam Ajuda do Governo
Este plano de ajuda beneficiaria as três maiores empresas aéreas do país. As negociações com o Grupo LATAM, Azul e GOL já começaram e têm tido até um certo progresso. Porém, existem pontos que ainda precisam ser definidos. Não há mais informações sobre quais são estes detalhes, porque a negociação corre nos bastidores.
Rogério Ceron, secretário do governo, disse que é esperado algum tipo de contrapartida por parte das aéreas, visto que receberiam certa “ajuda estrutural” para enfrentar as atuais dificuldades financeiras que enfrentam.
O progresso nas negociações é confirmado pelo CEO da Azul, John Peter Rodgerson, que afirmou:
Estamos trabalhando com o governo nas possibilidades. Teremos algumas notícias sobre o acordo em duas semanas. O CEO complementa dizendo que ainda não há uma data prevista para que o plano completo de resgate seja oficialmente anunciado.
Já a LATAM, que até pouco tempo estava enfrentando uma situação dificílima, continua investindo com o objetivo de crescer, avaliando todas as opções viáveis de financiamento para a obtenção de crédito com condições mais atrativas e com menor custo.
Contrapartidas à Ajuda
O objetivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que as tarifas sejam reduzidas de tal maneira que a população de menor renda consiga voar com certa regularidade.
Mas qual é a contrapartida que o governo espera? Uma possibilidade é a de que as companhias aéreas ofereçam uma oferta de voos maior do que a existente atualmente. Porém, viabilizar essa demanda não é tão simples assim, pois faltam aviões no mercado.
Já faz alguns meses que este programa de ajuda tem sido discutido, prevendo uma permanente linha de crédito às empresas aéreas, através da utilização de R$ 7 bilhões advindos do Fundo Nacional de Aviação Civil.
O BNDES entraria dando a garantia para empréstimos destinados à compra de aviões ou, ainda, à manutenção de turbinas. Mas para outros fins, os empréstimos dependeriam da garantia das próprias empresas.
A discussão ainda não chegou na taxa de juros que será aplicada aos empréstimos. O time econômico do governo deseja que o BNDES cobre as tarifas padrão. Mas, obviamente, as companhias aéreas querem condições mais favoráveis a elas.
Situação das Aéreas Brasileiras
Desde a pandemia, a crise das companhias aéreas, em particular, na América Latina, não tem sido pequena. E os governos não têm oferecido grandes benefícios ao setor.
Como sabemos, em janeiro deste ano a GOL, após diversas tentativas de reestruturação de sua dívida, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A LATAM, por sua vez, em 2020, em meio à Pandemia do Covid-19, fez o que a GOL está fazendo agora. Já a Azul, também em janeiro deste ano, iniciou uma série de negociações com seus credores.
Paralelamente a este quadro nada animador, as aéreas alegam que a situação ficou ainda pior com a elevação dos custos do combustível que levaram a uma disparada do preço das tarifas. Sem falar no déficit do número de aeronaves.
Azul
O plano que está sendo discutido beneficiaria, de forma especial, a Azul. Hoje a empresa, para pagar a maior parte de sua dívida, se depara com juros muito altos. Chimenti comenta:
A Azul seria a maior beneficiária porque não reduziu os níveis de endividamento e tem maiores necessidades de caixa. Já a Latam, após sair da recuperação judicial, possui uma estrutura mais enxuta de capital. E seu foco hoje é o refinanciamento de sua dívida. Chimenti complementa, A Latam não precisa de capital nem de nenhuma nova dívida.
É verdade que a Azul conseguiu estender o vencimento de sua dívida para, pelo menos, 2028. Porém, isso não a isenta da necessidade de gerar um fluxo de caixa o suficiente para arcar com os custos operacionais e de leasing da empresa.
GOL
Outra dúvida que se apresenta é se a Gol é, de fato, elegível a receber esta ajuda do governo, visto estar no processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Há controvérsias sobre isso. Uma saída seria a empresa solicitar esta ajuda através da hold colombiana, a Abra Group, que controla tanto a Avianca quanto a Gol.
Próximos Passos
Em linhas gerais, a equipe do governo brasileiro é, em grande parte, responsável pelo atraso no desenvolvimento do plano de ajuda. Dois dos argumentos apresentados, por exemplo, são a grande preocupação com gastos excessivos e as negociações da Azul para se fundir com a GOL.
Rogério Ceron defende um maior tempo para que o governo observe melhor a forma com que as empresas lidam com seus problemas financeiros. A ideia é propor uma solução estrutural, e não simplesmente ofertar uma ajuda emergencial. O objetivo principal é o de que as companhias aéreas obtenham financiamento mais barato e de longo prazo.
Para concluir, Carolina Chimenti diz:
A Gol está no meio do Chapter 11, a Latam está na saída, e a Azul tem uma situação de balanço mais complicada”. Não vejo uma motivação comercial para as empresas reduzirem as tarifas, a não ser que isso seja algo subsidiado ou imposto pelo governo.
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