A Virgin Atlantic vai aposentar um de seus elementos mais icônicos a bordo: o bar instalado nas cabines Upper Class dos Boeing 787-9. A remoção faz parte de uma ampla renovação das aeronaves e representa o fim de uma era marcada por um toque exclusivo e ousado da companhia britânica.
Durante duas décadas, o bar a bordo foi mais do que um espaço para coquetéis: foi um símbolo de rebeldia, inovação e do estilo informal que a companhia britânica escolheu imprimir em seus voos de longa distância. Mas, como o mercado mudou, a Virgin também muda.
A Virgin Atlantic vai remover o bar a bordo de seus jatos Boeing 787 como parte de um amplo programa de modernização de cabine. O espaço, que se tornou símbolo do estilo irreverente da companhia britânica e um diferencial de sua cabine Upper Class, será substituído por novos assentos e áreas mais voltadas ao aproveitamento de espaço e conforto individual.
Bar a bordo do Boeing 747 da Virgin
O Icônico Bar da Virgin
O bar a bordo, presente em aeronaves como o A340, 747 e, mais recentemente, no 787-9, não era apenas um balcão com bebidas, era uma declaração de identidade da marca Virgin. Ousada, descontraída e focada em transformar a experiência de voar em algo memorável.
O espaço não seguia convenções. Com iluminação roxa, bancos acolchoados e tripulação treinada em mixologia, ele oferecia uma experiência social que destoava da formalidade corporativa das classes executivas da época. Passageiros usavam o espaço para socializar, esticar as pernas ou simplesmente fugir da monotonia do assento.
Mais do que conforto, o bar representava a visão de Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, de transformar o voo em algo divertido, sociável e inusitado. Uma espécie de lounge a 40 mil pés que lembrava aos passageiros que estavam voando Virgin, e não apenas indo de A a B.
Bar a bordo do Boeing 747 da Virgin
Foco na Classe Executiva
A retirada do bar faz parte da renovação completa dos 787s da Virgin, programada para acontecer entre 2028 e 2030. O objetivo é ampliar a oferta na classe executiva, aumentando o número de assentos de 31 para 44.
O novo layout trará as suítes da classe Upper Class semelhantes às da frota A330neo, incluindo recursos como carregadores USB-C, streaming Bluetooth e as espaçosas “Retreat Suites”.
A mudança responde a duas pressões: o crescimento da demanda por cabines premium e o comportamento do passageiro pós-pandemia, mais centrado em privacidade e conforto individual do que em espaços coletivos.
B787 terá Upper Class semelhante ao A330neo
Menos Festa, Mais Design
Nos novos modelos de aeronaves, a Virgin já vinha sinalizando a transição. Os bares deram lugar a espaços como The Loft (A330neo e A350), uma sala com sofás e telas, e o mais intimista The Booth, com apenas dois assentos e foco em experiências personalizadas como degustações de vinho ou jantares românticos.
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- The Booth
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- The Loft
A estética permanece: luz baixa, tons violeta, toques modernos. Mas o espírito irreverente dá lugar a um ambiente mais silencioso, maduro e funcional, uma evolução que acompanha o próprio envelhecimento do passageiro corporativo e da marca.
Mudanças Além do Layout
Embora a retirada do bar seja uma escolha prática, ela encerra uma proposta de valor que por muito tempo diferenciou a Virgin no mercado.
Bar da Virgin no Boeing 787-9
Enquanto muitas companhias apostam em cortes discretos, a Virgin optou por uma transição mais escancarada, deixando para trás a informalidade ousada dos anos 2000 para investir em uma experiência mais polida, ainda que menos memorável. A irreverência característica da Virgin está cedendo espaço à elegância, com foco em funcionalidade e sofisticação.
Apesar do anúncio, ainda há tempo para brindar uma última vez. Os bares continuarão operando nos 787 até o início das reformas, previsto para 2028.
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