Após um ano da “proibição” dos aluguéis por temporada em Nova York, o Airbnb processou a cidade e pediu que as autoridades reconsiderem a regulamentação relacionada a estadias de curta duração.
O objetivo da regulamentação é parte de um debate de longa data: com os aluguéis para turistas, há cada vez menos espaço para moradores locais, resultando na elevação dos preços dos imóveis na região. Porém, segundo o Airbnb, as medidas não surtiram o efeito esperado.
Regras Extremas e Opressivas
De acordo com o relatório apresentado pelo Airbnb, as medidas são “extremas e opressivas” e o regulamento não cumpriu o objetivo de combater a crise imobiliária. O relatório traz dados que mostram aumento tanto nos preços dos hotéis quanto nos aluguéis.
“As regulamentações de aluguel de curto prazo da cidade de Nova York saíram pela culatra – impactando desproporcionalmente as comunidades periféricas, aumentando os custos de viagem e não resolvendo a crise imobiliária. Em vez de melhorar a acessibilidade, essas regulamentações afastaram os consumidores comuns e deixaram os antigos anfitriões com dificuldades para sobreviver”, afirmou Theo Yedinsky, vice-presidente de Políticas Públicas do Airbnb.
Pesquisas Apontam Queda nas Reservas em Nova York
Duas pesquisas complementam o relatório. Uma delas, da Lodgify, plataforma de aluguel de férias para anfitriões independentes, reporta uma queda de 52% nas reservas do Airbnb nos últimos dois anos. A outra, da AirDNA de 2023, mostrou que as demandas na cidade caíram 45%, sendo a maior queda entre os 50 principais mercados. Já a vizinha Jersey City/Newark registrou o maior crescimento, de 54%. Ou seja, o problema só “mudou de lado”.
Os dados também indicaram que os proprietários de imóveis e anfitriões de Nova York se mostraram céticos quanto à eficácia da regulamentação e à acessibilidade da habitação.
Regulamentação Prejudica Bairros Periféricos
De acordo com os entrevistados da pesquisa da Lodgify, a medida só beneficiou os hotéis, que registraram tarifas recordes. A empresa CoStar, de informações imobiliárias comerciais, mostrou que as tarifas diárias do setor hoteleiro subiram 7,4% entre julho de 2023 e julho deste ano. No país, de forma geral, esse aumento foi de 2,1%.
Já os aluguéis ficaram 2,4% mais altos, ano após ano, segundo dados da Apartment List, enquanto caíram 0,8% em todo os EUA.
“Com a maioria dos hotéis da cidade concentrados no centro de Manhattan, as regulamentações deixaram os bairros periféricos da cidade quase sem opções de acomodação, levando a menos estadas e menos gastos fora de Manhattan”, alegou o Airbnb.
Alerta para Outras Cidades do Mundo
Randy Peers, CEO da Câmara de Comércio do Brooklyn, manifestou apoio à revisão da regulamentação em um artigo de opinião publicado pelo Brooklyn Paper. Para ele, as regulamentações prejudicam os bairros periféricos, os residentes, as pequenas empresas e a economia local.
E deixou o alerta:
“Esta situação serve como um alerta para outras cidades que estão considerando restrições semelhantes de aluguel de curto prazo. Cidades ao redor do mundo precisam de uma abordagem sensata e equilibrada – seja permitindo que os proprietários aluguem suas casas enquanto estão fora por um fim de semana ou durante grandes festivais, concertos e eventos que trazem um fluxo de visitantes. Nossas comunidades precisam de políticas sensatas. Tentar resolver a crise imobiliária e, ao mesmo tempo, criar uma crise turística não é a solução”
Vale lembrar que muitas cidades, principalmente as europeias, como Barcelona, cogitam seguir o mesmo caminho da proibição de aluguéis como o Airbnb.
Com informações de Panrotas.
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