Após 35 anos de intenções, há algumas semanas tivemos o anúncio de que o trem-bala ligando Rio de Janeiro e São Paulo deverá iniciar suas operações em 2032. Vamos aos detalhes!
A autorização para sua construção já havia sido dada no início do ano passado (você pode ver detalhes sobre isso aqui em um artigo que publicamos em março). Mas, até agora, todos os esforços se concentraram em conversações com as prefeituras das cidades por onde passará o trem-bala e, claro, com investidores em potencial.
Sendo que, até hoje, 6 NDAs, sigla em inglês para os Acordos de Confidencialidade, já foram firmados com grupos internacionais que demonstraram interesse em investir neste projeto. Além disso, existem conversações para a captação de recursos no chamado Mercado Verde, voltado parta projetos sustentáveis.
O custo estimado do projeto gira em torno de R$ 50 bilhões. E o objetivo é de que este empreendimento represente um grande impulso no transporte entre as duas maiores cidades do país, reduzindo o tempo de deslocamento para apenas 1 hora, visto que os trens poderão atingir uma velocidade de até 300 km/h. Diferença significativa já que, hoje, são necessárias, na melhor das hipóteses, de 5 a 6 horas para que este trajeto seja percorrido em ônibus.
Já passou muito da hora do Brasil investir em sua malha ferroviária. E o projeto do trem-bala é um dos grandes esforços neste sentido. É incrível, mas, no passado, precisamente até metade do século XX, o Brasil já foi referência no transporte ferroviário na América do Sul.
Mas, com a popularização e facilidade ao acesso aos automóveis e a oferta crescente do transporte aéreo, o transporte sobre trilhos foi sendo rapidamente abolido. Mas a conta desta substituição chegou e, com isso, a necessidade cada vez maior de se investir em novas fontes de energia e combustível sustentáveis.
O trajeto do trem-bala incluirá estações como São Paulo, São José dos Campos, Volta Redonda e Rio de Janeiro.
Contudo, um projeto desta monta, apresenta grandes desafios como, por exemplo, negociações com proprietários de terrenos, um estudo detalhado de viabilidade, etc. Isso para evitar acidentes de percurso, como, por exemplo, os atrasos e elevados custos pelos quais passaram a construção das Ferrovias Norte-Sul e Transnordestina. O cronograma do projeto determina que os estudos de viabilidade sejam entregues à ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres, até o final de dezembro de 2024.
Mas, a grande diferença, em comparação a outros empreendimentos, é que, no caso do trem-bala, o financiamento virá do setor privado, o que evitará a dependência de fundos federais. Este fato significa um olhar totalmente novo no que diz respeito à realização de infraestruturas de grande escala no país.
Mas, além do tempo que seus usuários economizarão nestes deslocamentos, a construção deste projeto beneficiará, e muito, a integração e o desenvolvimento das regiões envolvidas. E, de quebra, o Brasil ficará ao lado da China, França e Japão, entre os países detentores de transporte ferroviário de alta velocidade. E, quem sabe, isso não abra portas para futuros projetos de infraestrutura no país sob o estabelecimento de um novo padrão.
A construção do trem-bala também representará um enorme passo quanto às inovações em transporte, o que é vital para o desenvolvimento sustentável.O início da construção está previsto para 2027 e, atualmente, este é um dos projetos mais ambiciosos que temos no Brasil.
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