O STF suspendeu todas as ações contra empresas aéreas que discutem atrasos e cancelamentos de voos, causados por fortuito ou força maior, enquanto define se prevalece o Código Brasileiro de Aeronáutica ou o Código de Defesa do Consumidor nas indenizações. A medida ocorre em meio ao crescimento explosivo da “indústria de processos”, que tornou o Brasil líder mundial em ações contra companhias aéreas.
O Superior Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão nacional de todos os processos que tratam da responsabilização de companhias aéreas por atrasos e cancelamentos de voos por motivo de fortuito ou força maior. A decisão, tomada pelo ministro Dias Toffoli, vale para ações em qualquer fase processual e ficará vigente até que o Supremo julgue o mérito do Recurso Extraordinário 1.445.365, movido pela Azul.
A medida interrompe milhares de casos que, nos últimos anos, se multiplicaram de maneira inédita no Brasil, um país que se tornou o líder mundial em volume de ações judiciais contra empresas aéreas.
O que está em jogo no STF
O STF analisará qual arcabouço jurídico deve prevalecer nas ações contra empresas aéreas por atrasos e cancelamentos por motivo de fortuito ou força maior:
- O Código de Defesa do Consumidor (CDC), que costuma gerar indenizações amplas, inclusive por dano moral;
- ou o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) e tratados internacionais como a Convenção de Montreal, que estabelecem limites e critérios específicos de responsabilidade.
A ausência de um entendimento uniforme fez com que tribunais diferentes adotassem decisões contraditórias. Por isso, a paralisação nacional busca evitar que novas sentenças aprofundem essa divergência antes de uma definição definitiva.
Leia também 🔗 Projeto de lei propõe fim do downgrade de classe em voos sem consentimento do passageiro
A explosão de processos no Brasil
Segundo especialistas do setor, nos últimos anos, o Brasil consolidou um fenômeno único no mundo: a judicialização em massa contra companhias aéreas. Alguns números ajudam a entender a dimensão:
- Entre 2020 e 2023, o número de ações aumentou, em média, 60% ao ano, segundo a ABEAR.
- O país concentra entre 95% e 98,5% das ações judiciais do mundo contra empresas aéreas.
- Em 2023, foram ajuizadas cerca de 243 mil ações relacionadas a transporte aéreo, apesar de índices operacionais de pontualidade e regularidade se manterem elevados.
Entidades do setor e especialistas classificam esse cenário como uma “indústria lucrativa de indenizações”, impulsionada por escritórios especializados em ações repetitivas.
De acordo com as empresas aéreas, esse quadro gera impactos significativos: aumento de custos operacionais, insegurança jurídica, retração de investimentos e até entraves para a entrada de novas companhias no mercado brasileiro.
Leia também 🔗 Bagagem e marcação de assentos sem custo? Se depender da Câmara dos Deputados sim!
Por que a decisão do STF importa agora
A suspensão pelo STF das ações contra empresas aéreas ocorre justamente no ápice dessa escalada de litígios. Ao definir a regra que prevalecerá em todo o país, o STF poderá reduzir a disparidade entre decisões e estabelecer limites claros de indenização.
Para passageiros, a decisão tem dois efeitos imediatos. Processos em andamento ficam congelados até o julgamento e a definição final poderá alterar substancialmente como pedidos de indenização serão analisados no futuro.
Infelizmente, tendo em vista a velocidade com que processos são julgados no STF, muitos viajantes com razões legítimas por terem movido um processo contra uma empresa aérea serão prejudicados.
O que esperar nos próximos meses
O julgamento será decisivo para unificar a interpretação sobre direitos dos passageiros e responsabilidades das companhias. Enquanto isso, a orientação é que viajantes:
- Guardem documentos, cartões de embarque, comprovantes e registros de atendimento;
- Registrem a ocorrência em plataformas como Consumidor.gov.br e ANAC;
- Acompanhem a evolução do caso no STF, já que a regra futura poderá impactar processos novos e antigos.
Com informações do STF e portal Metrópole
Para Saber Mais
Para ler outras notícias que publicamos recentemente, clique aqui.
Que tal nos acompanhar no Instagram para não perder nossas lives e também nos seguir em nosso canal no Telegram?
O Pontos pra Voar pode eventualmente receber comissões em compras realizadas através de alguns dos links e banners dispostos em nosso site, sem que isso tenha qualquer impacto no preço final do produto ou serviço por você adquirido.
Quando publicamos artigos patrocinados, estes são claramente identificados ao longo do texto. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Não usamos inteligência artificial na geração de conteúdo do Pontos pra Voar. Os conteúdos são autorais e produzidos pelos nossos editores.





