As companhias Qatar Airways e Royal Air Maroc estão se preparando para aquisições em larga escala de aeronaves widebody, numa movimentação que promete redesenhar suas frotas e ampliar suas operações globais. Enquanto a companhia marroquina rompe com sua tradição de exclusividade com a Boeing, a gigante do Golfo se articula para fechar um dos maiores negócios de aviões de fuselagem larga da história recente.
Royal Air Maroc: a Entrada da Airbus
A Royal Air Maroc (RAM), que há décadas mantém uma relação sólida com a Boeing, está prestes a dar um passo sem precedentes: adquirir aeronaves da Airbus pela primeira vez. A notícia foi revelada pelo jornal francês La Tribune, que cita fontes internas informando que a Airbus foi selecionada como um dos novos fornecedores da companhia. O anúncio oficial é aguardado nas próximas semanas.
A movimentação da RAM está diretamente ligada aos planos ambiciosos de expansão que visam quadruplicar sua frota atual, de cerca de 50 aeronaves próprias, para 200 unidades até 2037. O motivo? A antecipação de um boom no turismo, impulsionado pela Copa do Mundo da FIFA de 2030, que será co-sediada pelo Marrocos. A diversificação dos fornecedores também se explica por atrasos de produção na Boeing e pela melhora recente nas relações diplomáticas entre Marrocos e França, pátria da Airbus.
Atualmente, a frota da RAM é composta por modelos como os Boeing 737-800 e 737 MAX, além de widebodies como os Boeing 787-8 e 787-9. A companhia ainda opera aviões para o governo marroquino e sua subsidiária regional, a Royal Air Maroc Express, com ATR72-600s.
Com a entrada dos jatos Airbus, a RAM não apenas ganha flexibilidade operacional, mas também reforça seu poder de negociação por direitos de tráfego aéreo e slots, especialmente no concorrido mercado francês.
Qatar Airways: Megacompra de até 200 Widebodies
Enquanto a Royal Air Maroc dá os primeiros passos na diversificação, a Qatar Airways está prestes a anunciar uma das maiores aquisições de aeronaves widebody da aviação comercial recente. A companhia, que já conta com uma frota extensa e moderna, negocia com a Boeing e a Airbus a compra de até 200 jatos de fuselagem larga, numa operação que pode ultrapassar dezenas de bilhões de dólares.
De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, a negociação se intensificou e deve ser concluída em sincronia com a visita do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Oriente Médio em maio de 2025. A expectativa é que Qatar Airways opte por um pacote robusto da Boeing, incluindo modelos como o 777-9 e o 787-10, ideais para suportar a rápida expansão da companhia nas rotas de longo curso para a Europa, Ásia e Américas.
A nova encomenda chegaria em um momento chave, quando a Qatar Airways precisa renovar sua frota de 64 Boeing 777 clássicos e 51 Dreamliners, cujos exemplares mais antigos já beiram uma década de operação. Os novos widebodies substituirão gradualmente modelos mais antigos e complementarão as 163 aeronaves já encomendadas, entre elas 60 Boeing 777-9s e 18 Airbus A350-1000s.
Expansão e Renovação
O impulso de ambas as companhias para adquirir novos widebodies reflete um alinhamento com as tendências da aviação mundial. No caso da Qatar Airways, o objetivo é manter-se na vanguarda com uma frota eficiente e moderna, reafirmando o papel do Aeroporto Internacional Hamad como um megahub global.
Para a Royal Air Maroc, trata-se de preparar o terreno para uma nova era de conectividade internacional, aproveitando a visibilidade do Mundial de 2030 e colocando Casablanca como um hub entre África, Europa e Américas.
A diferença de escala entre as aquisições também ilustra as distintas fases de maturidade dessas empresas. Enquanto a Qatar Airways busca substituir e expandir, a Royal Air Maroc está num processo de transformação estrutural, ampliando sua frota e diversificando parceiros para garantir competitividade.
Pano de Fundo Geopolítico
Além do aspecto puramente comercial, os movimentos de Qatar Airways e Royal Air Maroc evidenciam como a aquisição de aeronaves se entrelaça com a geopolítica e com negociações diplomáticas. No caso do Qatar, um pedido massivo à Boeing durante uma visita presidencial americana simbolizaria laços estreitos com os EUA, enquanto para o Marrocos, a escolha da Airbus aponta para uma reaproximação com a França.
Esses negócios também serão observados atentamente por outras companhias aéreas e lessores, atentos à dinâmica de preços, prazos de entrega e modelos de financiamento, que devem envolver leasing, crédito à exportação e, possivelmente, apoio estatal.
Tome Nota
Tanto a Qatar Airways quanto a Royal Air Maroc estão pavimentando (sim, pelo ar) seus caminhos para uma fase mais agressiva de crescimento e competitividade global. A Qatar reforça sua posição entre as gigantes ao dobrar a aposta na expansão de sua frota widebody, enquanto a Royal Air Maroc acelera para sair do cenário regional e disputar espaço no tabuleiro africano e além.
Essa movimentação de ambas companhias mostra que quem quer crescer no longo curso precisa investir pesado agora, mesmo em meio a gargalos de produção e incertezas no mercado. A encomenda de novas aeronaves não é apenas uma questão de renovação, mas uma estratégia calculada para garantir posição e relevância nos próximos anos.
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