A Ópera Garnier, em Paris, completa 150 anos em 2025 e tem uma programação especial ao longo de todo o ano. Além do belo prédio, a ópera tornou-se conhecida no mundo todo depois do lançamento do romance “O Fantasma da Ópera”, inspirado em histórias que se passaram por lá. Entre os segredos do local, estão um lago subterrâneo e uma improvável criação de abelhas.
O Palais Garnier (Palácio Garnier, na tradução livre), projetado por Charles Garnier, foi inaugurado em 5 de janeiro de 1875. Ele começou a ser construído depois que o imperador Napoleão III e sua esposa sofreram um atentado em 1858.
A obra ocorreu durante uma grande reforma na capital francesa, capitaneada pelo imperador e pelo Barão Haussmann – foi ele que abriu a grande avenida que ligava o Palácio das Tuileries (que hoje é o Jardim das Tuileries) à ópera.
O projeto de Charles Garnier foi escolhido em um concurso, o que não era comum na época. Garnier era um arquiteto desconhecido até então e teve que pagar o ingresso para assistir ao espetáculo de estreia. Dentro do prédio, foi aplaudido pelo seleto público quando teve o nome anunciado.
Hoje, o suntuoso Palais Garnier é um dos edifícios mais visitados de Paris – foram mais de 1 milhão de pessoas em 2023. Ele já chama a atenção do lado de fora, pela arquitetura, pelo tamanho e pelas escadas que funcionam como ponto de encontro.
A ideia de Garnier era que a fachada sugerisse uma festa e celebrasse as artes. O arquiteto escolheu escultores que prepararam alegorias que representassem a música, o drama, a harmonia, a poesia e outras referências ao mundo dos espetáculos.

A sala de espetáculos do Palais Garnier (Foto: Reprodução Facebook @OperadeParis – Julien Benhamou/OnP)
Mármores, Mosaicos, Esculturas e Pinturas
Do lado de dentro, os ambientes continuam grandiosos e luxuosos. Como a escadaria em mármore branco, de 30 metros de altura, cercada de arcos e galerias e o “Le Grand Foyer”, um salão dourado e com pinturas no teto que foi inspirado na Galeria dos Espelhos do Castelo de Versalhes.
Garnier estudou as grandes salas de espetáculo da Europa antes de projetar a sua – que é toda em vermelho e dourado. Ele concluiu que o formato de ferradura era melhor para se ter uma boa visão do palco, de qualquer lugar da plateia, e também para a acústica.

A bela escadaria no Palais Garnier (Foto: Masood Aslami/Pexels)
Outro ponto de atenção é o teto pintado por Chagall. Segundo o governo francês, em fevereiro de 1960, o então ministro de Assuntos Culturais, André Malraux, foi a uma apresentação da ópera Dafne e Cloé, com cenário de Marc Chagall.
À época, o teto era o original decorado por Jules-Eugène Lenepveu. Malraux se inspirou na apresentação e teve a ideia de pedir a Chagall um afresco para cobrir a cúpula. Houve um grande debate em torno dessa substituição. Por fim, a nova obra foi inaugurada em setembro de 1964.

O teto da Ópera Garnier, pintado por Chagall (Foto: Eloi Motte/Pexels)
Agenda Comemorativa
O figurino da ópera Dafne e Cloé faz parte de uma exposição comemorativa do aniversário de 150 anos do Palais Garnier, que começou em setembro do ano passado, junto de peças usadas em outros espetáculos apresentados no local.
Os turistas que visitarem o local também podem fazer uma visita guiada temática ao longo deste ano.
Um dos eventos mais aguardados foi um baile de gala que reuniu todos os artistas da ópera em 24 de janeiro. Músicos da orquestra, artistas do coro e da academia, dançarinos da companhia de balé e da escola e convidados estiveram no Palais Garnier.
A grande festa foi planejada com transmissão ao vivo pelo canal France 5, depois da exibição do documentário “An (extra) ordinary day: 24 hours at the Palais Garnier” (Um dia extraordinário: 24 horas no Palácio Garnier), de Priscilla Pizzato.
Mais Algumas Curiosidades sobre o Palais Garnier
‘Lago’ com Carpas e Acesso Restrito
Durante a construção do edifício, Garnier se deparou com um lençol freático, que inundou a obra. Ele decidiu construir um reservatório para canalizar a água, que poderia ajudar em caso de um incêndio. A estrutura abobadada com uma espécie de lago existe até hoje – e dizem que carpas vivem por lá. Mas o acesso é restrito à brigada de incêndio de Paris, que pode mergulhar no local durante treinamentos.
Bancos e Dinheiro por Todos os Lados
A ópera é rodeada por instituições financeiras – segundo o governo de Paris, eles não estão lá por acaso. Muitos bancos foram construídos nessa região para que os frequentadores do Palais Garnier, normalmente parisienses mais ricos, pudessem retirar suas joias mais finas dos cofres com segurança e devolvê-las depois dos espetáculos, antes de voltarem para casa.
Mel Dourado Produzido no Local
A Ópera Garnier já abrigou cinco colmeias aos pés da grande cúpula, que tinham entre entre 25.000 e 50.000 abelhas. O mel dourado produzido por lá era vendido ao público. O projeto contribuía para a biodiversidade de Paris. As abelhas se alimentavam nas varandas, nos jardins de Tuileries, na Champs Elysées e nos Invalides. A previsão é que as colmeias voltem a ser instaladas nos telhados do Palais Garnier neste ano.
A História do Fantasma da Ópera
O romance “O Fantasma da Ópera”, de Gaston Leroux, foi inspirado em histórias do Palais Garnier. Entre elas, a de um tutu incendiado e de um funcionário que morreu enforcado, mas a corda nunca foi encontrada. Outra diz respeito ao enorme lustre de sete toneladas da sala de espetáculos. Em uma apresentação de balé-ópera, em maio de 1896, um dos oitos contrapesos do lustre caiu sobre um dos camarotes e matou uma senhora que estaria sentada na poltrona 13.
Inicialmente, o romance foi publicado seriado, a partir de 1909. Ele conta a história de um triângulo amoroso — o protagonista é um homem mascarado que vive nos porões da ópera.
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