A experiência de conexão nos Estados Unidos, conhecida por ser uma das mais desgastantes do mundo, pode estar começando a passar por uma transformação. Alguns aeroportos norte-americanos têm implementado iniciativas que prometem facilitar a vida dos passageiros internacionais — especialmente no que diz respeito ao incômodo processo de imigração, rechecagem de bagagens e nova triagem de segurança.
Embora as mudanças ainda sejam tímidas e limitadas a rotas específicas, elas abrem espaço para um debate necessário: até quando o modelo atual seguirá tão pouco eficiente?
American Airlines Simplifica Conexões para Voos de Sydney
A iniciativa da American Airlines em parceria com a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) é um exemplo das recentes mudanças no processo de conexão para passageiros. Aqueles que chegam a Los Angeles (LAX) vindos de Sydney (SYD), e seguem em conexão, agora podem embarcar para seu destino final sem precisar reaver e rechecar as malas. A mudança é uma facilidade diante do processo tradicional que envolve sair do avião, aguardar na esteira, se dirigir à alfândega e, depois, encarar a fila da TSA.
É importante frisar que essa facilidade, por ora, aplica-se somente à conexão via LAX em voos da American vindos da Austrália. Além disso, não elimina totalmente o controle de segurança, mas a mudança representa um passo simbólico no repensar da logística nos aeroportos dos EUA.
Heathrow Será Piloto do Novo Modelo – Segurança em uma Etapa
O próximo grande avanço está previsto para conexões com origem em Londres, Aeroporto de Heathrow, com destino aos hubs de Dallas Fort Worth (DFW) e Atlanta (ATL). A proposta é mais ambiciosa: eliminar completamente a necessidade de passar pela nova triagem da TSA e o rechecamento de bagagens para passageiros internacionais em conexão nos Estados Unidos
Nesse novo modelo, dois agentes do CBP recepcionarão os passageiros no portão, utilizando tecnologia de reconhecimento facial para validar a entrada. Os viajantes, então, serão divididos entre cidadãos americanos e estrangeiros e liberados diretamente para seus próximos voos. A bagagem segue automaticamente — como se fossem passageiros domésticos.
A Delta e a American estão liderando esse esforço, em parceria com suas aliadas British Airways e Virgin Atlantic, reforçando a colaboração entre as alianças Oneworld e SkyTeam.
Economia de Tempo
Segundo estimativas das companhias aéreas envolvidas, a economia de tempo para passageiros em conexão pode ultrapassar os 45 minutos. Apesar disso, nem todos os programas de facilitação serão integrados nesse novo processo.
Um exemplo é o Global Entry: mesmo pagando pelo benefício de imigração acelerada, os passageiros não terão uma fila dedicada. A justificativa das empresas é de que o processo novo já será, por si só, mais eficiente do que a opção tradicional.
Ou seja, a exclusividade e facilidade de acesso de imigração através do Global Entry com essa mudança não terá utilidade. Caso as mudanças tornem-se padrão futuramente, o benefício muito provavelmente passará também por mudanças ou adaptações. Caso contrário, perderá sua funcionalidade.
Perspectivas Futuras e Conexões nos EUA
A iniciativa para conexões mais ágeis nos Estados Unidos é fruto de anos de negociações e planejamento conjunto entre TSA, CBP, companhias aéreas e autoridades internacionais. Apesar do potencial, os testes seguem restritos a algumas rotas específicas e ainda geram questionamentos sobre sua viabilidade mais ampla.
Do ponto de vista operacional, trata-se de um avanço importante. Contudo, cabe questionar: por que demorou tanto para os EUA se moverem em direção a um modelo mais racional, já praticado em muitos outros países?
Atualmente, o projeto está limitado a poucos hubs, mas o plano é expandi-lo gradualmente. A American Airlines, por exemplo, pretende levar o modelo implementado em LAX para outros aeroportos.
Além disso, se os testes em DFW e ATL forem bem-sucedidos, a ideia é reproduzir o processo em todos os seus hubs. A United Airlines também já iniciou conversas com TSA e CBP para adotar o modelo.
Em 2022, o Congresso americano autorizou que até seis países passassem a testar esse tipo de conexão simplificada com os Estados Unidos. A prioridade inicialmente são para países com protocolos de segurança equivalentes. Mas, até agora, os avanços seguem tímidos e restritos a poucas rotas.
Tome Nota
A proposta de transformar o processo de conexão internacional nos Estados Unidos em uma experiência menos penosas finalmente começa a sair do papel. No entanto, o processo ainda será implementado de maneira tímida e altamente seletiva.
A eliminação da rechecagem de bagagens e da nova triagem de segurança tem potencial para revolucionar a logística aeroportuária no país, mas ainda depende de testes, investimentos e, principalmente, vontade política.
Fica a torcida para que essa modernização ganhe fôlego e chegue logo a mais destinos — especialmente para os passageiros brasileiros, que seguem enfrentando filas longas e processos desgastantes em solo americano.
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