A exposição A Ecologia de Monet, em cartaz no MASP, reúne obras inéditas no Hemisfério Sul e revela como os jardins projetados por Claude Monet em Giverny, na Normandia, influenciaram sua produção artística e seu olhar sobre natureza e modernidade. Quem visita a antiga casa do pintor pode caminhar pelos famosos jardins e pela ponte japonesa que inspiraram quadros icônicos como As Ninfeias, recriando a experiência do impressionismo ao ar livre.
Passear pelos jardins da casa onde Claude Monet morou durante 43 anos, em Giverny, na Normandia, é como entrar em um cenário impressionista – como se estivesse dentro de uma obra do artista. Todos os anos, os jardineiros trabalham para manter os canteiros de flores coloridas e o lago com plantas aquáticas como nos quadros.

As ninfeias, pintadas por Claude Monet (Foto: Domínio Público | Wikimedia Commons)
Foi o próprio Monet que projetou o jardim de flores e o “jardim aquático”, que viraram referências de sua obra. Escolheu as plantas que mudavam a paisagem de acordo com as estações, ampliou o lago e construiu uma ponte de madeira em estilo japonês.
No Masp, em São Paulo, os visitantes podem conferir os quadros “A ponte japonesa” (1918–1926) e “A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny” (1920–1924), entre outras obras que foram concebidas no refúgio do impressionista (confira no vídeo abaixo).
Sobre a Exposição de Monet no MASP
A exposição “A Ecologia de Monet” no MASP apresenta uma leitura contemporânea sobre a relação de Monet com a natureza, as transformações ambientais, a modernização da paisagem e as tensões entre ser humano e natureza, incluindo as mudanças urbanas e industriais do seu tempo.
São obras realizadas entre 1870 e 1920 e divididas em cinco núcleos: “Os barcos de Monet”, “O Sena como Ecossistema”, “Neblina e Fumaça”, “O Pintor como Caçador” e “Giverny: Natureza Controlada”. Muitas delas são inéditas no Hemisfério Sul.
“A exposição reflete uma relação complexa do pintor com a paisagem natural e o meio ambiente. Em suas pinturas, coexistem um elogio ao meio ambiente e uma tentativa de organizá-lo, de contê-lo”, afirma Fernando Oliva, da curadoria do Masp.
Monet cresceu em Havre, no norte da França, onde o rio Sena deságua no Oceano Atlântico. Segundo a curadoria da exposição, o impressionista percorreu grande parte dos 776 km do rio e seus afluentes ao longo da vida. Dessa forma, desenvolveu uma relação profunda com as paisagens fluviais, que também expressam os hábitos sociais e o processo de industrialização.
Sobre os Jardins de Monet
A casa onde Claude Monet viveu por mais de quatro décadas e seus jardins ficam perto de Paris. É uma dica de viagem rápida e inesquecível para quem tem tempo de fazer um bate-volta.

Monet, em 1899 (Foto: Nadar – Domínio Público / Wikimedia Commons)
O espaço permanece aberto entre abril e novembro, aproveitando os meses mais quentes – e floridos – do ano.
A maneira mais simples de viajar de Paris para Giverny é de trem, a partir da estação Saint-Lazare. Durante a semana, o bilhete pode custar a partir de 10 euros – mas passa de 20 euros nos horários mais concorridos. Normalmente, o trajeto dura cerca de 50 minutos.
O passageiro desce na estação Vernon-Giverny e, de lá, pega um ônibus rápido (chamado “navette”) até a casa de Monet. A passagem deste último meio de transporte custa 5 euros e o percurso é de cerca de dez minutos. Os horários são organizados de acordo com a chegada dos trens da capital francesa.
Também é possível pegar táxi para fazer esse último trecho ou alugar uma bicicleta em frente à estação de trem.
O Que Você Vai Ver
Monet morou em Giverny de 1883 até a sua morte, em 1926. Ele mudou-se com a esposa Alice e oito filhos, e inicialmente pagava aluguel. Com o tempo, comprou a propriedade, áreas vizinhas e criou paisagens idílicas.
Depois que o artista faleceu, nos anos 1920, os jardins foram abandonados. Em 1977, teve início um trabalho de restauração. Em 1980, eles foram abertos ao público.
O jardim de flores é chamado de Clos Normand. Era tomado por macieiras quando Monet chegou. Dizem que maio é o melhor mês para visitar o local, por causa da floração – mas a plantação é organizada de maneira que o jardim fique colorido e bonito até o fim da primavera.
Ao lado dos amigos jardineiros Gustave Caillebotte e Octave Mirbeau, o pintor francês passou a visitar exposições de plantas e jardins botânicos, além de ler catálogos especializados. Dessa maneira, desenvolveu um jardim que inspirava suas pinturas, com a luz revelando cores e movimentos.

Um dos corredores do jardim, em imagem de setembro de 2020 (Foto: Divulgação/Facebook @maisonjardinsclaudemonet)
Hoje, os jardineiros trabalham o ano todo para manter o jardim vivo. Tulipas, azaleias, hortênsias, narcisos, papoulas…a pluralidade encanta turistas de todas as idades.
Resumindo, deixo aqui palavras de Gustave Geffroy, biógrafo e amigo íntimo de Monet: “Assim que você abre a pequena porta de entrada, na única grande rua de Giverny, você pensa, em quase todas as estações, que está entrando em um paraíso.
É o reino colorido e perfumado das flores. Cada mês é adornado com suas flores, desde lilases até crisântemos e capuchinhas. Azaleias, hortênsias, rosas, miosótis, violetas, flores suntuosas e flores modestas misturam-se e sucedem-se nesta terra sempre pronta, admiravelmente cuidada por jardineiros habilidosos, sob o olhar infalível do mestre.”

Foi o próprio Monet que projetou os jardins, junto a amigos (Foto: Divulgação/claudemonetgiverny.fr)
Já o jardim aquático foi incorporado ao terreno dez anos depois que a família se mudou para Giverny. Monet decidiu fazer um lago nessa área – e fez isso desviando um pequeno braço de rio.
O pintor já havia pintado em áreas de canais nos Países Baixos e na França e gostava de captar os reflexos das águas.
A paisagem que ele criou na sua própria prioridade acabou eternizada em suas obras: foi lá que ele colocou as ninfeias (plantas aquáticas semelhantes às vitórias-régias) e uma ponte em estilo japonês.

A pequena ponte em estilo japonês é um dos lugares preferidos para fotos (Foto: Divulgação/claudemonetgiverny.fr)
Dentro da Casa
A casa onde Monet e sua família viveram também é aberta ao público nos mesmos meses.
Dentro, estão reprodução de quadros – já que os originais ficam expostos em museus e mostras no mundo todo, como a do Masp. É possível conferir gravuras japonesas que faziam parte de uma coleção de mais de 200 peças de Monet.

O ateliê de Monet tem amplas janelas e é decorado com reproduções de suas obras (Foto: Divulgação/claudemonetgiverny.fr)
Entre os muitos cômodos coloridos e bastante decorados, os visitantes se impressionam com o ateliê do pintor, que tem pé direito alto e grandes janelas, mostrando novamente o quanto ele gostava da luz natural.
Para a família, a cozinha era um lugar sagrado. Coberta com azulejos azuis de Rouen, ela segue com os equipamentos considerados modernos na época em que o impressionista vivia por lá, e uma bela coleção de panelas e frigideiras de cobre.

A cozinha da casa de Monet tem as paredes revestidas de azulejos azuis e é adornada com panelas de cobre (Foto: Divulgação/claudemonetgiverny.fr)
Nos Arredores
No entorno da casa de Monet, há restaurantes bucólicos e bem bonitinhos – que costumam ficar lotados aos fins de semana. Por isso, se a sua programação inclui refeições em Giverny, considere algum tempo de espera.
A alguns metros dos jardins, há o Museus dos Impressionismos, com uma área de exposições mais modesta, que reúne obras do início do movimento – entre elas, um original da série das ninfeias, do vizinho Monet.
Também dá para visitar, nas redondezas, a igreja do vilarejo e o túmulo do pintor impressionista, que fica do lado de fora.

Uma das entradas da propriedade que pertenceu a Claude Monet (Foto: Divulgação | claudemonetgiverny.fr)
Tome Nota
A casa e os jardins de Monet ficam abertos todos os dias, entre 1º de abril e 1º de novembro, das 9h30 às 18h – sendo que a última entrada é feita às 17h30. A visita dura, em média, duas horas.
Você pode comprar os ingressos no local, mas a recomendação é que procure comprá-los on-line e com antecedência – especialmente se planejar a visita durante feriados e fim de semana.
Com o ingresso on-line, você não precisa nem pegar a fila quando chegar a Giverny.
Mas atenção: se a compra for on-line, não é possível trocar a data nem pedir reembolso.
Confira os preços dos ingressos:
- Adultos: 12 euros
- Crianças e adolescentes de 7 a 17 anos: 6,50 euros
- Crianças com menos de 7 anos (fora de excursões escolares): entrada gratuita
- Estudante (em geral): 6,50 euros
- Estudantes das Belas Artes e de História da Arte: entrada gratuita
É possível comprar pacotes que incluem a entrada para a casa e jardins de Monet e outros estabelecimentos, como o Museu dos Impressionismos, em Giverny, e o Orangerie, em Paris, onde é possível ver o belo quadro “As Ninfeias”.
O ingresso para os jardins de Monet não estão incluídos no Museum Pass.
A entrada de pets não é permitida. Por questão de segurança, bolsas grandes são proibidas e não há local para armazenamento de bagagens.
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