O Japão muda regras para entrada de turistas no intuito de controlar o turismo excessivo, incluindo o sistema Jesta de autorização digital e aumento de impostos turísticos, visando preservar sua cultura e patrimônio. O governo também planeja descentralizar o turismo e adotar medidas para garantir um comportamento mais respeitoso dos visitantes.
O Japão é um dos vários países ao redor do mundo que têm sofrido com o chamado turismo de massa, ou overtourism. Ano após ano o país tem visto seu número de visitantes aumentar. Em 2024 foram mais de 36 milhões de turistas. É óbvio que, economicamente falando, estes números são muito positivos. Mas o outro lado da moeda é que o lixo, o barulho e a superlotação de grandes centros como Kyoto, Osaka e, claro, Tóquio, têm aumentado na mesma proporção.
Na tentativa de equilibrar o turismo e a preservação de sua própria cultura, o governo japonês divulgou novas regras para quem deseja conhecer este lugar riquíssimo. Ainda neste ano será implementado o Jesta, Sistema Eletrônico Japonês para Autorização de Viagem, semelhante ao Esta dos Estados Unidos.
Mudanças
O sistema Jesta exigirá que aqueles viajantes provenientes de países isentos de visto, façam uma solicitação prévia de autorização digital, antes de viajar. O objetivo desta medida é o de obter um maior controle do fluxo turístico.
Além disso, o governo do Japão planeja aumentar os impostos turísticos. Por exemplo: na cidade de Kyoto a tarifa turística de hotéis de luxo aumentará de 1.000 (R$ 39) para 10.000 ienes (R$ 391) por noite – ou seja, um aumento significativo.
Outra medida que está no radar dos governantes japoneses é o de restringir o acesso a locais mais procurados, descentralizando, assim, o turismo. Neste caso específico, o alvo é o de proteger o patrimônio cultural do país.
Com a adoção de todas estas medidas, o Japão espera mitigar os impactos negativos do turismo excessivo relacionados, por exemplo, ao desrespeito às tradições locais e à degradação de áreas históricas.
O que acontece na cidade de Kyoto é um exemplo claro dos danos causados pela quantidade enorme de turistas que a cidade recebe: no tradicional bairro de Gion eles acabam por perseguir as gueixas com suas câmeras, causando alterações na própria essência japonesa.
Quanto ao barulho excessivo, existe uma campanha robusta que visa promover o turismo respeitoso, com regras como: Não fale ao telefone no trem; Não coma enquanto caminha; Não tire fotos sem permissão. Para nós, ocidentais, isso pode parecer estranho e exagerado, porém, para a cultura japonesa, esses pequenos gestos representam uma grande diferença entre o ser bem-vindo ou não.
Mas estas não são as primeiras regardas adotadas pelo Japão para lidar com alto número de turistas. A partir de janeiro deste ano, por exemplo, a famosa cidade japonesa de águas termais, Ginzan Onsen, estabeleceu regras para limitar a entrada de viajantes durante a alta temporada de inverno. A cidade recebe por volta de 330 mil visitantes por ano e provavelmente uma das razões para isso é o fato dela ter servido de inspiração para o filme vencedor do Oscar A Viagem de Chihiro, de Hayao Miyazaki. Um dos problemas gerados por este alto número de turistas está relacionado a questão de estacionamento. Depois de várias brigas e discussões, o site da cidade chegou a publicar,
Muitos visitantes ficaram irritados por causa de bons locais para tirar fotos, levando ao descumprimento das regras de trânsito, fraudes e pessoas buscando lugares melhores e mais fáceis que os outros.
Para tentar solucionar este problema, desde 7 de janeiro deste ano, aqueles que desejarem entrar na cidade após as 17h necessitarão comprar um ingresso. Além disso, os visitantes que não possuírem reservas em hotéis locais, não poderão entrar depois das 20h00.
Estas medidas adotadas pelo governo japonês são um exemplo de como países detentores de um rico patrimônio cultural necessitam encontrar o equilíbrio entre os indiscutíveis benefícios econômicos do turismo e a proteção de suas próprias tradições, assim como o bem-estar de seus cidadãos.
Não sabemos quais serão os efeitos práticos destas mudanças nas regras para a entrada de turistas, mas o Japão dá, com isso, um passo importante para a preservação do que lhe é mais caro: seu patrimônio cultural. Além disso, estas ações contribuem para a própria sustentabilidade do país e, consequentemente, do próprio planeta.
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