A alta do dólar acima de R$ 6 impõe desafios ao turismo brasileiro, encarecendo viagens internacionais e impactando o setor aéreo com custos elevados atrelados à moeda americana. Enquanto o turismo doméstico ganha força como alternativa, passagens aéreas mais caras e redução no poder de compra dos brasileiros podem restringir o alcance das viagens, afetando tanto empresas quanto consumidores.
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A Alta do Dólar e o Turismo
A moeda brasileira tem sofrido nos últimos meses com a sua desvalorização, enquanto o dólar disparou e ultrapassou os R$ 6, atingindo o seu maior patamar em dois anos e meio.
Por isso, em um momento em que o setor de turismo parece se reerguer da terrível pandemia, tanto em número de viajantes quanto de faturamento, a alta da moeda americana deve abalar os próximos meses do setor e trazer grandes desafios, seja para as empresas ou para o turista.
E isso já é perceptível pelas notícias publicadas recentemente nos portais. Uma delas afirmava de forma positiva que os estados da Bahia, São Paulo (litoral) e Rio de Janeiro eram os mais procurados para o Ano Novo.
O que chama a atenção, no entanto, é o fato de os três estados concentrarem uma boa parte da população que já busca pelas festas de fim de ano em praias e de serem facilmente acessíveis de carro, em algumas horas de deslocamento – o que não surpreende e nem demonstra nenhuma novidade.
Mas, por que isso seria preocupante?
Efeito Substituição – O Encarecimento das Viagens Internacionais e o Impacto no Turismo Doméstico
O sonho da Disney ficou mais caro. A disparada do dólar e a desvalorização do real frente a outras moedas fez com que as viagens internacionais ficassem fora de cogitação nos planos dos viajantes brasileiros, principalmente lugares como Estados Unidos e Europa.
A princípio, pode parecer que haverá um efeito de substituição: vamos optar pelas viagens domésticas e conhecer mais o Brasil. Os destinos nacionais serão mais incentivados, ainda que indiretamente, e certamente muitas coisas positivas poderão acontecer. No entanto, há a questão é mais complexa que uma simples substituição de destinos.
É importante lembrar que aproximadamente 60% dos custos das companhias aéreas, como combustível, aluguel e manutenção, estão atrelados ao dólar, o que causa um reflexo nos custos da aviação. Então ou as companhias vão trabalhar com prejuízo para manter preços atrativos ou vão repassar ao consumidor.
Isso significa que teremos passagens aéreas mais caras e menor acessibilidade do brasileiro a este meio de transporte. Consequentemente, as viagens de carro e de ônibus podem se tornar uma segunda opção para aqueles que querem curtir uns dias de descanso, restringindo o acesso a cidades e municípios vizinhos e apenas para escapadas de fim de semana.
Pressão Inflacionária e Poder de Compra
A desvalorização do real frente à alta do dólar também contribui para a inflação, elevando preços de produtos e serviços, muito além do turismo. Isso reduz o poder de compra dos consumidores, que podem priorizar gastos essenciais em detrimento de viagens e lazer, impactando negativamente o setor turístico.
Além disso, mesmo com as isenções para importação de equipamentos, como por exemplo para parques aquáticos e temáticos, a alta do dólar encarece esses produtos, inviabilizando projetos de investimento no setor. O impacto também será sentido em restaurantes e serviços de alimentação em meios de hospedagem.
Em outas palavras, o comércio e as empresas que trabalham com o turismo deverão se adaptar à alta do dólar, mas poderão enfrentar desafios com a redução de investimentos e aumento dos custos.
Como o salário do brasileiro não acompanha esse movimento, o seu poder de compra segue reduzindo e as pessoas pensam duas vezes antes de fazer uma viagem, escolhendo necessidades mais básicas e prioritárias.
Ou seja, a população vai viajar menos.
Competitividade do Brasil Como Destino Turístico
Se para quem está dentro o cenário não é positivo, para quem está fora o Brasil se tornará uma opção vantajosa. Mas até que ponto o país poderá corresponder a estas expectativas?
Com a desvalorização do real, o Brasil se torna mais atrativo para turistas estrangeiros – não é por menos que o governo tem comemorado os recordes de visitantes internacionais que o país tem recebido nos últimos meses – já que encontram preços mais competitivos.
Porém, os preços de passagens aéreas domésticas mais infladas, aliado a alguns outros fatores, tais como distâncias significativas, idioma e a sensação de insegurança tornam o país uma escolha secundária.
Alta do Dólar e o Acúmulo de Milhas
Não é preciso ir muito longe nessa discussão. A alta do dólar, além de afetar o turismo, impacta diretamente o acúmulo de milhas, começando pelo bom e velho cartão de crédito.
Quanto mais ele sobe, pior o acúmulo a cada dólar gasto – e isso requer um excelente planejamento financeiro e claro, uma reavaliação sobre se aquele cartão que você ainda mantém na carteira, realmente vale a pena.
Essa avaliação será ainda mais crucial se o cartão cobrar algum valor de anuidade, tendo uma conversão tão “desvalorizada” quanto o próprio real. Pesa na renda, pesa no bolso e pesa no coração.
Algumas promoções de acúmulo de milhas e transferências de pontos tem seus valores atrelados ao dólar, e elas podem ser bem menos vantajosas já que o custo para atingir um volume de pontos atrativo aumentou.
Além disso, os programas de fidelidade também acabam sofrendo com o câmbio desfavorável e reajustam os preços de resgates feitos com milhas, podendo até mesmo fazer com que estes renegociem parcerias internacionais, impactando a disponibilidade de voos e upgrades.
Tome Nota
Em resumo, o cenário para o turismo em 2025 é desafiador com a alta do dólar. Ao que tudo indica, para o brasileiro algumas viagens vão continuar sendo apenas um sonho distante.
Já para aqueles que acumulam milhas, o impacto do aumento do dólar vai exigir que os consumidores adaptem as suas estratégias para maximizar os benefícios dos programas de fidelidade e ser ainda mais assertivo na escolha de bancos e cartões de crédito.
Você pode até achar que estou sendo pessimista, mas essa realidade já vem batendo à porta.
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