Muitos destinos ao redor do mundo têm sofrido com o overtourism. A Grécia, por exemplo, pode restringir os cruzeiros que chegam a fim de reduzir o turismo em massa.
Diversos países têm procurado maneiras de lidar com a enorme quantidade de turistas que recebem a cada dia. A Grécia é um deles, especialmente porque quando chegam aqueles cruzeiros enormes, uma quantidade gigantesca de turistas chega ali ao mesmo tempo, sem que haja uma estrutura adequada o suficiente para recebê-los.
Em 2023 o número de visitantes na Grécia atingiu um recorde histórico. Mesmo com aquelas temperaturas super altas causando, inclusive, diversos incêndios, os turistas não se desanimaram a visitar as belíssimas ilhas do mar Egeu e seus locais históricos. Sem falar na culinária grega que atrai muitas pessoas.
Entrou o novo verão e as preocupações aumentaram ainda mais da parte do governo grego que, observando o que estão enfrentando diversos locais turísticos como Veneza, por exemplo, considera restringir o número de navios que chegam às suas ilhas. No centro das preocupações está Santorini.
Há poucas semanas, Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro grego, anunciou que o governo está considerando impor restrições aos navios de cruzeiro que visitam suas ilhas mais populares para resolver os problemas causados pelo “excesso de turismo” em áreas superlotadas.
Não foram fornecidos, por parte do primeiro-ministro, maiores detalhes como o local onde ocorrerão estas restrições, nem de que forma as novas medidas serão implementadas. O que ele deixou entender foi que as limitações envolveriam locais onde os enormes navios atracam e, talvez, isso envolva um sistema de licitação. A previsão é de que as novas medidas sejam implementadas até 2025.
Diversos especialistas têm alertado para as consequências que pode gerar o grande número de visitantes a diversos locais turísticos, especialmente em Santorini e Mykonos. Eles pedem medidas urgentes para lidar com este problema.
Santorini possui cerca de 15.500 habitantes espalhados por seus 76 quilômetros quadrados. Em 2023, conforme informações fornecidas pela Associação Helênica de Portos, cerca de 800 navios atracaram na ilha trazendo consigo cerca de 1,3 milhão de turistas. Isso fez de Santorini o principal destino insular do país. Da mesma forma, o aeroporto da ilha tem registrado alto número de chegadas e partidas.
Se o número de visitantes em 2023 foi alto, a previsão para 2024 é ainda maior: são esperados 3,4 milhões de turistas só na ilha de Santorini!
E o problema não vem de hoje: a Comissão Europeia de 2018 divulgou dados apontando que Santorini recebeu, em média, 107,8 visitantes por 100 habitantes a cada dia. Mas tem um detalhe muito importante: Esse enorme número de turistas gerou o faturamento anual de um bilhão de euros.
É necessário que medidas sejam tomadas com grande urgência. Isso foi reforçado pelo Relatório sobre o Impacto do overtourism de Bruxelas que destacou a necessidade urgente de criar políticas eficazes a fim de administrar e regular o número cada vez mais crescente de turistas, procurando minimizar os efeitos negativos que impactam a comunidade local. Se tais medidas não forem tomadas, a própria reputação do destino pode estar em risco, causando até mesmo um declínio em seu apelo turístico.
Antes mesmo da pandemia do Covid-19 as autoridades locais colocaram o limite de 8.000 visitantes diários vindos através de navios de cruzeiros, além de uma duração máxima de estadias que os navios poderiam permanecer nas ilhas. Houve até mesmo, em determinada ocasião, o caso de um autoridade local que solicitou aos moradores da ilha que limitassem seus movimentos devidos à grande quantidade de turistas vindos dos navios de cruzeiros! Ele postou isto numa rede social, porém, após uma enorme repercussão negativa, o apelo foi retirado!
O overtourism significa, na realidade, um grande dilema: ao mesmo tempo em que são evidentes as consequências causadas por esta enorme invasão de turistas, é inegável o incremento que isso traz à economia local, chegando a representar parte vital da sobrevivência de estabelecimentos das regiões turísticas afetadas.
O que fazer então? É urgente que as autoridades destes destinos turísticos mais procurados encontrem formas de gerenciar esta avalanche de turistas, ao mesmo tempo em que preservem e incentivem a economia local. Sem dúvida alguma, este é um enorme desafio!
Com informações do Tourism Review
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