Conforme nós publicamos aqui no Pontos e Viagens, a LATAM e a Azul anunciaram uma parceria em junho na qual as empresas passariam a compartilhar voos em determinadas rotas nacionais. Seis meses depois, e provavelmente diante da forte retomada da Azul, a GOL foi ao CADE alegando que a parceria (ou codeshare) com a LATAM é anti-competitiva e afeta os consumidores.
A GOL, em sua reclamação, faz referência a cinco rotas em particular que foram incluídas no acordo de codeshare da LATAM e Azul há dois meses. São elas:
Belo Horizonte e São Paulo (Guarulhos)
Belo Horizonte e São Paulo (Congonhas)
São Paulo (Guarulhos) e Porto Alegre
Brasília e Recife
Rio de Janeiro e Vitória
Em sua queixa, a GOL argumenta ao CADE que a operação conjunta da LATAM e Azul controla 77% dos assentos entre São Paulo (Guarulhos) e Belo Horizonte e 75% na rota entre Brasília e Recife.
“O que se tem, na realidade, é uma relevante concentração em termos de capacidade de operação em referidas rotas, o que possibilita às companhias aéreas envolvidas efetivo exercício de seu poder de mercado, em detrimento da Gol (único concorrente das partes em referidas rotas) e, principalmente, dos usuários do serviço de transporte aéreo”, diz a empresa.
Um dos fatores que motivou a GOL a ir ao CADE é o fato de que as cinco rotas acima têm grande apelo junto ao público corporativo, que historicamente paga um valor bem mais alto nos bilhetes aéreos, por comprá-los próximos às datas das viagens.
Espólio da Avianca
Se agora temos GOL brigando com LATAM e Azul, no caso da disputa entre o espólio da Avianca Brasil, tínhamos a Azul contra GOL e LATAM. Neste caso, a AZUL estava brigando por slots (autorizações para pousos e decolagens) nos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro) para poder entrar na ponte-área, terreno então dominado pela GOL e LATAM.
O mundo da aviação brasileira dá muitas voltas. Amigos hoje, inimigos amanhã!
HT: Estadão