Infelizmente temos acompanhado a delicada situação financeira em que se encontram as companhias aéreas GOL e Azul que, hoje, acumulam um prejuízo na casa de R$ 50 bilhões.
Este é um cenário extremamente preocupante, especialmente devido ao fato de que os ativos totais das duas empresas não são o suficiente para que seus compromissos financeiros sejam cumpridos. Apesar dos grandes esforços no sentido de renegociar suas dívidas, a crise financeira pela qual passam estas duas companhias é muito grave.
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GOL e Azul no Vermelho
A GOL e a Azul revelaram que, no primeiro semestre deste ano, seus prejuízos financeiros acumulados e somados levam à soma de R$ 57,6 bilhões, sendo R$ 30,5 bilhões acumulados pela Azul e o restante, R$ 27,1 bilhões, pela GOL que, inclusive, já se encontra em recuperação judicial nos Estados Unidos.
Parte deste enorme déficit é reflexo do período difícil que enfrentamos durante a pandemia do Covid-19. Mas há outros fatores que levaram as empresas à presente situação, como os elevados custos operacionais, a alta do dólar, as guerras que vivemos nos últimos meses que têm, inclusive, levado à alta dos combustíveis. E além de tudo isso, o setor aéreo no Brasil, em particular, tem passado por uma especial dificuldade para se recuperar.
Socorro Financeiro
Mas e agora? O que vai acontecer daqui pra frente? Bem, a GOL e a Azul estão no aguardo de um socorro financeiro vindo da parte do governo federal. Já existe um projeto no Congresso, em fase de tramitação, que poderá dar alguma esperança no sentido de possibilitar determinadas medidas que possam dar algum alívio às companhias, garantindo, desta forma, sua sobrevivência.
Para se ter uma ideia mais precisa sobre o futuro, a GOL possui compromissos financeiros que necessitam ser cumpridos dentro de um prazo máximo de um ano no valor total de R$ 22,8 bilhões. Esta cifra é 75% maior do que o período compreendendo os meses de julho a dezembro de 2023. Caso quite todos estes compromissos dentro do prazo devido, a companhia terá um saldo de R$ 7,5 bilhões a ser usado no curto prazo, ou seja, haverá necessidades de novos empréstimos.
No começo deste ano, as companhias aéreas até começaram a vislumbrar uma luz no fim do túnel com o comunicado feito pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, de que haveria um pacote de socorro ao setor cujo valor poderia chegar a R$ 6 bilhões. A liberação envolveria a Casa Civil e o Ministério da Fazenda. Mas, de concreto, o que se tem até hoje é apenas uma emenda a um projeto de lei apresentado em 2019, reestruturando a Lei Geral do Turismo.
Já aprovada em junho pelo Senado Federal, a referida emenda prevê que o Fundo Nacional de Aviação Civil poderá servir como garantia em operações de empréstimos realizadas pelas companhias aéreas, empréstimos estes feitos através do BNDES, como indicado no projeto de lei, conforme negociações que se encontram em curso com o governo federal. Diz o texto da emenda que este fundo poderá ser utilizado para apoio financeiro reembolsável mediante concessão de empréstimo aos prestadores de serviços aéreos regulares para o adequado desenvolvimento de suas atividades.
Na ocasião da aprovação da emenda pelo Senado em junho passado, o ministro Silvio Costa Filho informou que as linhas de crédito poderiam ser acessadas pelas companhias aéreas um mês após a aprovação do projeto de lei.
Mas como entre o papel e a realidade há uma distância considerável, fato é que o projeto se encontra estacionado desde 3 de julho, período este em que o deputado Paulo Aziz foi designado seu relator.
A explicação para este marasmo todo são as próximas eleições de outubro que, aliás, têm deixado muita coisa parada em Brasília.
Contrapardita das Companhias Aéreas
E como não bastasse isso, Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, já manifestou publicamente a necessidade de se “ter uma contrapartida” para esses possíveis empréstimos. E qual seria esta contrapartida? Segundo Mercadante seria a compra de aviões produzidos pela Embraer por parte das companhias aéreas. Atualmente somente a Azul faz uso destas aeronaves.
Quando elas compram da Embraer, estão recolhendo impostos, realimentando o sistema econômico no Brasil, não estão transferindo divisas para o exterior, mantêm o investimento, geram emprego e geram renda, justificou Mercadante que, na ocasião, aproveitou para informar que tais contrapartidas seriam exigidas no momento da contratação.
E para se somar ainda a este quadro que não é dos mais animadores, tivemos aquela tragédia causada pelas pesadas chuvas no sul do país durante os meses de abril e maio, que acabou fechando o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. As operações ali representam 10% de todo o operacional da Azul, o que piorou ainda mais a situação.
Com informações do portal Agenda do Poder
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