Exposição Eu, Ayrton Senna da Silva chega a São Paulo

A exposição “Eu, Ayrton Senna da Silva” chega a São Paulo em janeiro de 2025, oferecendo uma experiência imersiva que celebra a trajetória do ícone brasileiro da Fórmula 1. Com 10 estações temáticas, a mostra permite que os visitantes conheçam o legado de Senna, desde sua infância até sua carreira vitoriosa e seu impacto no mundo.

Tendo você vivido nas épocas áureas de Ayrton Senna na Fórmula 1 ou não, certamente já ouviu falar dele e sua carreira pra lá de vitoriosa. Agora é possível conhecer mais sobre este orgulho brasileiro através da exposição Eu, Ayrton Senna que chega a São Paulo em janeiro de 2025. Mas as vendas dos ingressos já deram a largada.

 Ayrton Senna da Silva

Ayrton Senna da Silva nasceu em 21 de março de 1960, na cidade de São Paulo, filho de Neide Senna e Milton Teodoro Guirado da Silva, empresário de uma indústria de acessórios automotivos.

Iniciou sua carreira automobilística como a maioria dos pilotos: no Kart. Ganhou seu primeiro kart quando tinha apenas quatro anos de idade, construído por seu próprio pai. Interessante que o Sr. Milton usou o motor de um cortador de grama que chegava aos 60 km/h para colocar no carro! E este foi o principal “brinquedo” de Ayrton durante sua infância.

Aos sete anos de idade Ayrton passou para outro nível: começou a dirigir um kart profissional, mas sem ainda participar de competições. A primeira vez que o piloto deu sua primeira volta num circuito de Kart foi quando tinha dez anos e as condições não poderiam ser outras, senão, num dia de chuva!

Depois de um ano Ayrton desmontou seu próprio kart. A intenção era descobrir a função de cada peça para, então, descobrir uma maneira de torná-lo mais rápido.

A primeira corrida de kart veio em 1973, quando Senna tinha 13 anos, em Campinas, no interior de São Paulo, num circuito improvisado. Ele era o mais novo dos pilotos participantes, mas isso foi empecilho para que ele já se destacasse tendo, obviamente, chamado a atenção de todos que assistiam a corrida. Dizem que Senna reinventou a arte de pilotar karts!

Não demorou muito e em 1974 o piloto foi o vencedor do Campeonato Paulista de Kart. A mesma façanha foi repetida em 1976. Além disso, Ayrton foi tricampeão brasileiro no kart em 1978, 1979 e 1980 e campeão sul-americano nos anos de 1977 e 1980. Senna participou também de diversas competições da modalidade, tanto na Europa, como na Ásia.

Nos primeiros anos da década de 1989, Senna se viu diante de um dilema. Na ocasião, ele cursava Administração de Empresas com o intuito de dirigir os negócios da família, juntamente com seu pai. Mas, é claro, ele não se sentia feliz vislumbrando esse futuro. O que desejava mesmo era se mudar para a Inglaterra, persistindo no automobilismo e encarando grandes campeonatos. Nota dez para seus pais que entenderam seu desejo e optaram para que o sonho do filho fosse realizado.

Após mudar-se para a Inglaterra, o piloto começou a testar carros de Fórmula 1 em Norwich, extremo leste do país, no circuito de Snetterton. Simultaneamente, ele continuava fazendo parte de competições no kart.

O talento de Ayrton Senna chamou a atenção dos patrocinadores e em 1981 o piloto ingressou na equipe Van Diemen Racing competindo na Fórmula Ford 1600. De cara, no primeiro ano Ayrton foi campeão e o mesmo aconteceu em grande parte das corridas. Já na ocasião Ralph Firman, chefe da equipe Van Diemen, profetizou que um dia Senna seria campeão mundial de Fórmula 1, tamanho era diferenciado o seu desempenho.

No ano seguinte, por não ter conseguido patrocínio, regressou ao Brasil e continuou trabalhando na empresa do pai quando, um dia, recebeu uma ligação da Inglaterra. Do outro lado da linha estava Ralph Firman fazendo um convite para que Senna corresse em outra categoria, a Fórmula Ford 2000. Financeiramente falando, a proposta não era das mais atrativas, porém Senna sabia que precisava voltar a competir. E acabou aceitando a oferta. E o resultado não poderia ter sido outro: ele venceu 13 das 15 corridas das quais competiu e foi novamente campeão.

Na ocasião, a Fórmula 3 era considerada a porta de entrada para a Fórmula 1. Senna recebeu um convite para testar um carro desta categoria, tendo sido mais rápido que o piloto titular da equipe na ocasião! Em 1982 participou de sua primeira corrida na Fórmula 3, tendo feito a pole position, vencido e feito a volta mais rápida!  Resultado: imediatamente após a corrida, o piloto acabou assinando seu contrato para a temporada seguinte.

Cada vez mais Ayrton Senna chamava a atenção dos influentes da Fórmula 1. Mesmo antes de ser campeão na Fórmula 3, em 1983, Ayrton foi chamado para testar o carro da equipe Williams (aliás, foi guiando um carro da Williams que Ayrton sofreu o acidente fatal 11 anos depois), simplesmente uma das gigantes da categoria. Acabou que Senna bateu o recorde do carro na pista de Donington Park, deixando todos de boca aberta!

Apesar do interesse da Williams, da McLaren e da Lotus, Senna ingressou na Fórmula 1 pela Toleman. Na época chegou à seguinte conclusão: “Era melhor assinar com a Toleman do que me aposentar do automobilismo”.

Sua estréia se deu em 25 de março de 1984, no Grande Prêmio do Brasil, que aconteceu no Rio de Janeiro, no extinto circuito de Jacarepaguá. Apesar de querer muito vencer em seu país, acabou abandonando a prova na oitava volta por uma falha no motor. Terminou o campeonato em 9º lugar.

No seu segundo ano na Fórmula 1, assinou o contrato com a Lotus, equipe que lhe permitiu brigar pelas primeiras posições e até mesmo por vitórias. A primeira delas aconteceu debaixo de muita chuva, em 21 de abril de 1985, no Grande Prêmio de Portugal.

Finalmente as portas de uma grande equipe se abriram para ele: Ayrton não pensou duas vezes para assinar com a McLaren. Mas, como desafio era seu nome, lá ele seria apenas o segundo piloto, sendo o primeiro ninguém menos do que Alain Prost. O desgaste entre eles foi aumentando até que, no final de 1989, não havia mais condições de Senna e Prost dirigirem pela mesma equipe. Ron Dennis não escondia sua preferência por Senna e, percebendo isso, Prost optou por se mudar para a Ferrari e, em seu lugar, foi contratado aquele que viria ser o melhor amigo de Ayrton na Fórmula 1, Gerhard Berger.

Com a Ferrari de Alain Prost não tendo o rendimento suficiente para acompanhar a McLaren, iniciou-se um caminho de vitórias para Senna. A primeira delas em Interlagos foi simplesmente inesquecível! Eu me lembro perfeitamente desta corrida: chovia e Ayrton teve problemas com o câmbio, além de ter perdido as marchas, fazendo um esforço físico fenomenal para controlar o carro e completar a corrida. Ele chegou tão exausto no final, que não teve forças físicas sequer para levantar o troféu no pódio! Foi incrível!

Daí em diante muitos brasileiros espalhados por todo o país, paravam aos domingos para assistir as corridas de Fórmula 1 e ouvir aquela musiquinha, Tã, tã, tã. Tã, tã, tã! Era como se ele representasse todos nós, brasileiros, naqueles pódios. E como se todos erguêssemos o troféu junto com ele! Naquela época, final da década de 1980, o Brasil passava por um momento econômico bem difícil, por ter recentemente saído da Ditadura Militar. O número de brasileiros na linha da pobreza havia aumentado, de maneira que não havia muitas razões das quais o brasileiro se orgulhar. Ver um piloto daquele calibre, fazendo questão de afirmar sua nacionalidade, desfilando com a bandeira nacional nas mãos em suas vitórias para o mundo todo ver, foi uma injeção de ânimo para o país. E inevitavelmente ele logo tornou-se um herói nacional.

Ayrton Senna foi tricampeão mundial da Fórmula 1 pela escuderia da McLaren.

Como foi dito acima, o desgaste na relação entre Senna e Prost não foi pequeno e nós, brasileiros, o víamos como o grande vilão!  Mas como o mundo dá voltas, hoje o francês é um dos principais colaboradores do Instituto Ayrton Senna!

A Morte de Ayrton Senna

Para quem assistia a corrida, é impossível apagar da memória aquela cena. Eu estava com a família e amigos comemorando meu aniversário.

Ayrton desejava novamente ser campeão e, ao mesmo tempo, tinha consciência de que isso não seria mais possível na McLaren. A aposentadoria de Prost na Williams abriu as portas para Ayrton. Apesar de largar na frente nas duas primeiras corridas pela nova equipe, Ayrton teve problemas no carro e acabou por abandonar ambas e quem as venceu foi o grande Michael Schumacher.

O campeonato havia entrado em sua terceira etapa e chegou a vez da corrida no circuito de Ímola, em San Marino. Mas o que ninguém esperava é que esta corrida seria marcada como a mais trágica da história da categoria.

Tudo começou já nos treinos livres da sexta-feira, quando o novato Rubens Barrichello sofreu um grave acidente, tendo sido hospitalizado com uma fratura no nariz e algumas escoriações. No sábado foi a vez do austríaco Roland Ratzenberger que igualmente teve um forte acidente e, ao contrário de Barrichello, morreu na hora, aos 33 anos.

O clima de apreensão tomou conta dos pilotos, levando Ayrton Senna a se reunir com os demais pilotos exigindo mais segurança para a corrida. Aliás, o piloto até mesmo pensou em não participar da prova. Mas, pilotos e diretores chegaram a um acordo e a corrida infelizmente acabou acontecendo.

Schumacher estava voando alto e Ayrton sabia que precisava ganhar o Grande Prêmio para não permitir que o alemão disparasse no campeonato. Conseguiu conquistar a pole position. Ele liderava a corrida com a sombra de Schumacher logo atrás dele. Porém, na sexta volta, a barra de direção quebrou fazendo com que Senna perdesse o controle do carro exatamente quando passava pela curva Tamburello, chocando-se contra a mureta de proteção a quase 300 km/h. Com o choque uma das rodas atingiu o capacete de Ayrton e afundou parte de seu crânio.

O país inteiro parou enquanto via seu ídolo sendo levado para o hospital de helicóptero. Infelizmente Senna não resistiu aos ferimentos, tendo morrido no dia 1º de maio de 1994.

Dia 5 de maio de 1994, na Assembleia Legislativa de São Paulo, aconteceu o velório de Ayrton Senna do Brasil, como acabou sendo conhecido. O cortejo durou 22 horas e foi acompanhado por cerca de 240 mil pessoas (dentre elas eu, que fiz questão de dar o último adeus ao piloto).

O caixão de Ayrton Senna foi carregado pelos pilotos Emerson Fittipaldi, Gerhard Berger, Alain Prost, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi, Thierry Boutsen, Jackie Stewart, Raul Boesel, Roberto Moreno, Michele Alboreto, Johnny Herbert, Pedro Lamy, Wilson Fittipaldi e Damon Hill.

Legado de Ayrton Senna

O acidente de Senna causou uma grande comoção, não somente para nós brasileiros, mas para muitas pessoas pelo mundo todo. Mas, por ironia, foi este mesmo triste e doloroso acidente que deixou dois grandes legados:

Foi exatamente um dos episódios mais tristes da história do esporte, o responsável por uma grande revolução no que diz respeito à segurança da Fórmula 1, levando os carros a ficarem muito mais seguros. Tanto que, por quase 20 anos, não aconteceu nenhum acidente fatal na categoria. Foi somente em 2014 que o francês Jules Bianchi teve um acidente ao se chocar com um trator que retirava outro carro da pista. Foi levado em coma para o hospital e nove meses depois acabou falecendo. Esta foi a única morte na F1 depois da de Ayrton Senna.

E o segundo legado foi a criação do Instituto Ayrton Senna. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que atua e beneficia direta e anualmente mais de 1,5 milhão de crianças brasileiras, através da formação de educadores, projetos educacionais e parcerias com escolas públicas.

Até hoje, no circuito de Ímola, existem várias homenagens ao piloto, como uma estátua de Senna, de cabeça baixa. Há também uma escultura do piloto no circuito de Donington Park, onde Senna fez a melhor primeira volta de todos os tempos.

Trajetória de Ayrton Senna Antes da Fórmula 1

• Bicampeão paulista de Kart: 1974; 1976.
• Tricampeão brasileiro de Kart: 1978; 1979; 1980.
• Bicampeão sul-americano de Kart: 1977; 1980.
• Campeão de Fórmula Ford 1600: 1981.
• Campeão de Fórmula Ford 2000: 1982.
• Campeão de Fórmula 3 britânica: 1983.
• Trajetória de Ayrton Senna na Fórmula 1
• Tricampeão: 1988; 1990; 1991.
• Vitórias: 41
• Pódios: 80
• Pole positions: 65
• Voltas mais rápidas: 19
• Corridas disputadas: 161

A Exposição Sobre Airton Senna

A exposição “Eu, Ayrton Senna da Silva – 30 Anos” é conduzida pela narrativa do próprio piloto, que convida os visitantes a conhecer e relembrar esta trajetória incrível e sob a sua própria perspectiva.

São 10 estações temáticas, todas elas, é claro, inspiradas na vida do próprio Ayrton:

Esta é Minha História

A exposição tem uma abertura que busca fazer uma inversão de narrativa, acompanhada de um vídeo contendo imagens de como o público conhece Ayrton. Logo após é ele próprio quem assume o volante da história.

Aqui Sou Beco – Memória de Infância 

Nesta estação os visitantes poderão ver diversas fotos e áudios, com memórias de sua infância e adolescência, assim como registros da vivência do piloto em família, demonstrando sua inabalável fé em Deus.

Paixão Pela Velocidade e Outros Hobbies

Já esta estação trata da vida de Ayrton fora das pistas, falando sobre suas paixões, alguns objetos pessoais, seus hobbies e, sobretudo, sobre sua paixão pela velocidade.

Sala de Kart – Oficina de Ayrton

É exatamente neste espaço que a habilidade de Ayrton com a mecânica, assim como seu histórico no kart, são contados. Além disso, a estação conta com um jogo de mecânica de kart, utilizando a tecnologia Kinect.

Inglaterra – Momento de Escolha

Esta estação é dividida em três ambientes, retratando sua ida para a Inglaterra, sua disputa na FF1600 e seu posterior retorno ao Brasil. Depois sua volta à Inglaterra é retratada até finalmente chegar aos testes para a Fórmula 1.

Por Dentro da Minha Mente

O poder de concentração de Ayrton Senna era conhecido e apreciado por muitos. E nesta estação isso é demonstrado o que ia por dentro da sua mente, uma série de conflitos e pensamentos positivos, que  influenciavam grandemente sua carreira..

Rei da Chuva

Outra marca de Ayrton era seu sucesso nas corridas debaixo de chuva e neste espaço o visitante participa de uma experiência cenográfica, com direito a uma projeção dando a sensação de estar chovendo!

Vencer é Possível

Esta é a principal  atração de toda a exposição, por trazer uma projeção imersiva com alguns dos momentos mais emocionantes da carreira de Senna na Fórmula 1, acompanhada por uma mensagem motivacional. O objetivo é demonstrar como Ayrton Senna inspirou e ainda inspira pessoas a vencerem.

Senna me Inspira

Esta estação é uma continuidade da anterior, com a exibição de vários vídeos e fotos ilustrando como pessoas de várias partes do mundo têm em Ayrton Senna uma inspiração. É possível conferir seu legado espalhado por várias localidades pelo mundo.

Muito Plea Frente

Esta é a última estação da exposição e os visitantes poderão apreciar o busto do piloto que foi feito por sua própria sobrinha.

Informações Gerais da Exposição Sobre Ayrton Senna

Data: 15/01 a 16/03/25

Duração de cada sessão: Indicativo de 30 minutos.

Endereço: Lar Center – Av. Otto Baumgart, 500. Piso Térreo – Hub de Eventos

Ingressos –  3ª e 4ª, R$ 50,00: inteira e R$ 25,00 meia; 5ª a domingo: R$ 60,00 inteira e R$ 30,00 meia. Há opções de combos de Ingressos:

• Combo A: 02 adultos + 01 Criança = R$ 135,00
• Combo B: 02 adultos + 02 crianças = R$ 160,00

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