Muito se tem falado sobre o aumento do preço médio das passagens aéreas no Brasil, especialmente neste pós-pandemia, quando a demanda por viagens aéreas tem crescido vertiginosamente. De acordo com dados da RDC Aviation, a média das tarifas da ponte aérea Rio – São Paulo, incluídas as taxas aeroportuárias, uma semana antes da data da viagem para o mês de março de 2022, ficaram 21% maior se comparado ao mesmo período em 2020.
Como dissemos anteriormente, vários são os fatores que influenciam o preço das passagens aéreas, destacando-se, dentre eles, os elevados custos e despesas dos serviços aéreos, em sua grande maioria vinculados ao dólar (que sofreu forte valorização frente ao real nos últimos anos). O painel de indicadores do transporte aéreo no Brasil, relativo ao ano de 2020, produzido pela ANAC, fornece uma visão dos custos e despesas por segmentos, conforme se vê abaixo:
Dentre os itens de despesa descritos, analisamos agora aquele relativo às tarifas aeroportuárias. Usando a ferramenta Airportcharges, calculamos as taxas aeroportuárias pagas pela Gol (G3) para operar a ponte aérea Rio (SDU)/São Paulo (CGH) – a quarta rota aérea doméstica com mais ofertas de voo em todo o mundo no ano de 2019 (pré-pandemia), segundo dados da OAG Aviation Analytics.
Considerando uma ida-e-volta entre o Rio de Janeiro (SDU) e São Paulo (CGH), operado por um B737-800 (aeronave comumente utilizada pela Gol na rota), com uma ocupação de 90% dos assentos – 167 passageiros, e o tempo de uma hora em solo para embarque/desembarque e reabastecimento, os custos das taxas aeroportuárias podem facilmente chegar a quantia de R$15.300,00 equivalentes a R$46,00 por passageiro.
Pelo que se vê, o valor não é significativo no preço final da tarifa aérea, pois representa apenas em torno 2,8% do importe total dos custos de operação, conforme infografico acima produzido pela ANAC. Há ainda inúmeros outros custos a serem considerados no valor da tarifa, como combustível, pessoal, aluguel da aeronave (leasing), com peso bem maior na composição final do respectivo preço. São estes custos que compõem o preço final da tarifa paga pelo consumidor.
Por outro lado, para aliviar estes altos custos, as companhias aéreas estão em constante busca por receita extra tais como cobrança por bagagem despachada, marcação de assento, vendas à bordo. Assim, no momento em que a cobrança de uma receita extra (por exemplo bagagem despachada) é suspensa, a companhia buscará uma forma de compensação, mediante a instituição de outro encargo, ou simplesmente pela incorporação deste custo no preço final da tarifa. A prestação do serviço aéreo definitivamente não é uma atividade barata!!!
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