A Boom Supersonic anunciou que pretende lançar sua aeronave Overture até 2029, oferecendo voos comerciais supersônicos que prometem reduzir drasticamente o tempo de viagem e superar antigos obstáculos da aviação rápida.
Duas décadas após a aposentadoria do Concorde, a promessa de viagens comerciais mais rápidas que o som volta a ganhar força. A Boom Supersonic, startup americana sediada no Colorado, projeta colocar em operação seu jato Overture até o fim de 2029, capaz de ligar Nova York a Londres em apenas três horas. O CEO da empresa, Blake Scholl, afirma que desta vez os obstáculos que inviabilizaram o Concorde foram superados.
Da barreira do som à viabilidade econômica
Em fevereiro, o XB-1, aeronave experimental da Boom, tornou-se o primeiro jato supersônico desenvolvido por uma empresa privada a quebrar a barreira do som, sem apoio governamental. Para Scholl, o feito comprova que a tecnologia está mais acessível e sustentável.
“Somos pelo menos seis vezes mais eficientes em capital do que os antigos fabricantes”, disse, destacando que o programa de passageiros da Boom custará bilhões a menos do que projetos tradicionais da indústria aeroespacial.
Solução para o “boom sônico” e avanço regulatório
Um dos maiores entraves históricos para a aviação supersônica sempre foi o estrondo causado ao ultrapassar a velocidade do som. Aeronaves que voam acima de Mach 1 atingem velocidades superiores a aproximadamente 1.235 km/h (velocidade do som ao nível do mar) e são chamadas de supersônicas. Essa capacidade permite percorrer grandes distâncias muito mais rápido, como Nova York a Londres em apenas três horas, reduzindo drasticamente o tempo de voo em relação a jatos convencionais, que normalmente voam abaixo de Mach 1 (subsônicos).
A Boom afirma ter solucionado o problema do “boom sônico” com o conceito de “Boomless Cruise”, que utiliza algoritmos desenvolvidos inicialmente para a indústria de games. Essa tecnologia permite voar acima de Mach 1 sem gerar ondas de choque perceptíveis no solo.
O avanço abriu caminho para uma mudança regulatória: o fim de uma proibição de 52 anos que barrava voos civis supersônicos nos Estados Unidos.
“Do nosso primeiro voo supersônico em fevereiro até a aprovação regulatória em junho foram apenas 115 dias”, ressaltou Scholl.
O legado do Concorde e a estratégia da Boom
Enquanto críticos — como o CEO da Air France — sustentam que o modelo econômico ainda é inviável, Scholl rebate dizendo que essas análises se baseiam em premissas ultrapassadas.
O Concorde, lançado em plena Guerra Fria, era mais um símbolo geopolítico do que um projeto comercial. O Overture, em contrapartida, já conta com a parceria direta de companhias aéreas. United, American Airlines e Japan Airlines fizeram pré-encomendas da aeronave, reforçando o alinhamento com a demanda real do mercado.
Para Scholl, o impacto da aviação supersônica pode ser comparado ao início da era dos jatos nos anos 1960, que revolucionou o turismo no Havaí, modificou calendários esportivos e ampliou o alcance de empresas globais.
“Não somos inteligentes o suficiente para prever todos os efeitos”, disse. “Mas uma coisa é certa: significará mais viagens e mais conexão cultural.”
Viagem de luxo a preço de executiva
A Boom projeta tarifas em torno de US$ 3.500 para um bilhete de ida e volta através do Atlântico, valor semelhante ao de passagens na classe executiva. Ainda assim, as primeiras operações devem ter preços mais altos devido à oferta restrita e à novidade do produto.
Segundo o cronograma, o primeiro Overture deve sair do hangar em 2027, realizar seus voos de teste em 2028 e iniciar operações comerciais no fim de 2029. A empresa também trabalha no desenvolvimento de motores capazes de atingir velocidades supersônicas sem o uso de pós-combustores, os mesmos que tornavam o Concorde barulhento e pouco eficiente.
Confiante, Scholl resume a ambição: “A Boom pode ser maior do que a Boeing. A demanda existe. A única questão é a execução.”
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