Diversas medidas foram tomadas para resolver o problema aéreo gerado pelas enchentes que atingiram a capital gaúcha. Porém, do total de passageiros transportados no Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre antes do desastre, apenas 8.6% foram retomados.
Oito terminais foram usados, formando uma malha emergencial para tentar, pelo menos, aliviar o problema. Mesmo assim, o número de viajantes é bem menor se comparados ao total de passageiros que passavam pelo aeroporto no mês de abril.
Diversas ações foram tomadas na tentativa de suprir, pelo menos em parte, os voos que partiam do Salgado Filho como, por exemplo, a adaptação na Base Aérea de Canoas. Mas a partir de 15 de julho os procedimentos de embarque e desembarque voltaram a ser feitos em Porto Alegre, porém, os voos continuam ainda saindo de Canoas. Além de Canoas, o aeroporto de Santa Catarina também foi adaptado para receber parte desta demanda. Mas tudo isto não foi o suficiente para os passageiros se reanimarem a viajar de e para o Rio Grande do Sul.
Com tudo isso, o número de passageiros transportados caiu drasticamente. O Painel da Reconstrução do Grupo RBS informou que, em junho, o total de embarques e desembarques da capital gaúcha e arredores representou apenas 8,6% do total observado em abril. Em números, passaram pelo aeroporto de Porto Alegre no mês de junho 45.850 passageiros, o que representa 490.395 a menos do total observado no mês de abril.
Por outro lado, os outros oito aeroportos que compõem a malha emergencial criada, tiveram 108.397 viajantes a mais no mesmo período. Certamente, alguns dos fatores que desincentivam os passageiros são: os deslocamentos maiores, o aumento de tempo no percurso, a diminuição do número de opções de voos e, finalmente, o aumento no valor das passagens.
E o problema não se limita apenas ao transporte de passageiros. O transporte de cargas também tem sido grandemente prejudicado. Grande parte das mercadorias passou a ser transportada via rodoviária, o que aumenta, e muito, o tempo de chegada; além do fato de que todo o esquema de logística passa a ser muito prejudicado.
Paulo Menzel, presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura (Câmara Log), declara:
Voltamos ao status anterior, até que se possa de novo usar o Sagrado Filho à plena capacidade. Isso representa um sobrecusto não previsto na composição do custo logístico. E, obviamente, aí vêm as consequências: falta de competitividade, falta de produtividade, lentidão, aumento de estoque nas pontas.
Tudo isso faz com que os custos aumentem e quem arca com a maior parte do prejuízo, é claro, é o consumidor final!
João Augusto Machado, presidente da ABAV-RS, Associação das Agências de Viagens do Rio Grande do Sul, declara que esta diminuição significativa no número de passageiros tem consequências diretas na queda do faturamento e na operação do setor. As pessoas têm viajado apenas em casos de urgência e necessidade. Machado diz,
Teve a solução de Jaguaruna e Florianópolis, que com certeza não atendeu todo mundo. Quem é que viajou nesse período? Aqueles que tinham viagens programadas e viagens mais longas. Agora, aquelas curtas de final de semana, viagens de negócio foram muito prejudicadas, quase que na totalidade.
Todas estas adaptações feitas causaram alterações consideráveis nas dinâmicas dos aeroportos envolvidos. Por exemplo, o aeroporto de Florianópolis apresentou um volume de passageiros semelhante ao que costuma apresentar nos períodos de alta temporada. Em janeiro a média de passageiros que embarcaram ou desembarcaram foi de 138,8; em maio, foi de 139. Já em junho, a média por voo foi de 137,1.
E o que vem pela frente? O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho e Stefan Schulte, CEO global da Fraport anunciaram na semana passada que serão necessárias duas etapas para que sejam retomadas as atividades no aeroporto Salgado Filho. Em outubro o aeroporto será reaberto com 350 voos por semana, ou seja, serão 50 voos diários. O terminal estará funcionamento plenamente, exatamente como acontecia antes de toda esta estratégia acontecer.
Estas previsões trazem algum alento ao setor de viagens que começa a vislumbrar dias melhores a partir de agosto porque, segundo o presidente da ABAV-RS,
No mês de agosto, a gente espera que , com a volta do aeroporto de Porto Alegre, com o aumento do número de voos e até mesmo para suprir uma demanda reprimida, a gente consiga melhorar os nossos números e tentar recuperar essas perdas de junho e julho.
Já quanto ao setor de cargas, não se sabe ao certo como será sua retomada quando o Salgado Filho estiver funcionando novamente. A explicação é que tudo isso envolve uma série de fatores, o que torna difícil fazer uma previsão mais precisa.
Reabertura do Salgado Filho
Conforme noticiamos ontem, a Fraport informou que a partir de 21 de outubro, as operações, ainda que parciais, serão retomadas no Aeroporto e a expectativa é que até o final do ano tudo esteja normalizado.
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