Abaeté Linhas Aéreas alerta que o aumento do IOF pode inviabilizar voos regionais no Brasil. A medida afeta contratos essenciais da aviação regional e ameaça a conectividade no Nordeste.
O recente aumento do IOF em remessas ao exterior acendeu um sinal de alerta na aviação regional. A Abaeté Linhas Aéreas, que opera principalmente no Nordeste, destacou que a medida compromete diretamente contratos internacionais de leasing e manutenção – dois componentes essenciais na estrutura de custo das empresas que mantêm voos regionais no Brasil.
Com atuação em áreas afastadas dos grandes centros, sobretudo na Bahia, a companhia teme que o novo encargo fiscal inviabilize a continuidade de rotas no interior do Brasil, prejudicando a mobilidade e o desenvolvimento de regiões que dependem do transporte aéreo no Nordeste para acessar saúde, educação e oportunidades econômicas.
Segundo a Abaeté, o aumento da carga tributária encarece a operação de voos em mercados com demanda restrita e margens apertadas. A empresa ressaltou que os voos regionais no Brasil desempenham papel fundamental na conectividade aérea, especialmente em municípios com pouca ou nenhuma alternativa de transporte eficiente.
Além do aumento do IOF, a aviação regional enfrenta desafios como a alta do combustível, a variação cambial e a infraestrutura aeroportuária limitada em diversos destinos. Essas pressões compõem um cenário que dificulta novos investimentos e compromete a expansão de malhas aéreas em áreas remotas.
Rotas Essenciais Podem ser Reduzidas ou Encerradas
A Abaeté afirmou manter diálogo contínuo com autoridades e representantes do setor aéreo para buscar alternativas que mitiguem os impactos da medida. A preocupação central é evitar que os custos operacionais adicionais sejam repassados ao consumidor, o que poderia resultar na redução da frequência de voos ou até mesmo na extinção de rotas no interior do Brasil.
A empresa reforçou seu compromisso com a aviação regional, destacando que o transporte aéreo é muitas vezes a única ligação rápida entre comunidades isoladas e centros urbanos. Cortes nessas ligações poderiam afetar diretamente o acesso a serviços básicos e comprometer a integração social e econômica dessas localidades.
Especialistas do setor consideram que o aumento do IOF não deve ser tratado apenas como uma questão fiscal. Para eles, trata-se de uma mudança com impacto direto na mobilidade da população, afetando o direito de acesso a serviços essenciais. O alerta da Abaeté Linhas Aéreas traz à tona a necessidade de políticas públicas mais sensíveis às particularidades do setor e à importância da conectividade aérea como vetor de desenvolvimento.
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