O A321XLR da Airbus está conquistando antigos clientes da Boeing, como a American Airlines e United, em meio à crise da Boeing. O novo jato de fuselagem estreita promete mudar o equilíbrio do setor aéreo.
A corrida entre fabricantes de aeronaves ganha novos contornos com o avanço do A321XLR da Airbus, um jato de longo alcance que vem conquistando antigas clientes da rival americana. O cenário de instabilidade e a crise da Boeing, com atrasos e incertezas financeiras, abriram uma janela de oportunidade para a Airbus assumir a dianteira no segmento de aviões de fuselagem estreita.
O Diferencial do A321XLR
Lançado oficialmente no fim de 2024, o A321XLR da Airbus já acumula mais de 500 pedidos, muitos deles realizados por companhias aéreas que desejam substituir seus antigos Boeing 757. Destaque para a American Airlines e United, duas gigantes norte-americanas que optaram pelo novo modelo europeu em suas renovações de frota.
Outras companhias, como a Qantas, também aderiram à proposta. A grande inovação do modelo está em seu tanque de combustível adicional, instalado atrás das asas. Isso permite transportar até 220 passageiros em voos de até 11 horas, algo inédito para jatos de fuselagem estreita.
Esse alcance viabiliza rotas diretas entre cidades menores, sem a necessidade de usar aeronaves maiores e mais caras, como os tradicionais modelos widebody.
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A virada no setor começou em 2019, quando a Airbus ultrapassou a Boeing em entregas globais. Em 2024, além de ampliar sua liderança nos jatos de fuselagem estreita, a fabricante europeia reduziu a vantagem da rival em aeronaves de fuselagem larga, impulsionada por falhas nos cronogramas do 777X.
Hoje, a Airbus oferece 12 modelos comerciais disponíveis para venda, contra apenas seis da Boeing – sendo que quatro ainda aguardam aprovação regulatória.
Boeing Perde Terreno no Segmento
A situação da Boeing contribui diretamente para o sucesso do A321XLR da Airbus. Desde 2004, a empresa americana não lança um novo modelo para competir diretamente nesse nicho. O 757 foi descontinuado e os planos de uma nova aeronave intermediária foram arquivados em 2020.
A única alternativa seria o 737 MAX 10, mas o modelo está há anos esperando aprovação da Administração Federal de Aviação dos EUA, acumulando atrasos que afastam potenciais compradores.
Investimentos da Airbus e Desafios à Frente
Embora a crise da Boeing tenha facilitado o avanço da Airbus, o mercado está longe de ser estável. A Airbus também enfrenta gargalos na cadeia de suprimentos, o que limita sua capacidade de produção.
Por outro lado, sua posição financeira sólida permite continuar investindo pesado em inovação. Foram cerca de US$ 12,9 bilhões destinados à divisão comercial nos últimos cinco anos, muito acima dos US$ 8 bilhões investidos pela Boeing.
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O próprio CEO da Boeing reconheceu, após a entrega do primeiro XLR:
“Precisamos parar de discutir internamente e começar a agir para vencer a Airbus. Precisamos fazer o negócio voltar a gerar dinheiro para desenvolver novos aviões. Isso é fundamental.”
Já Christian Scherer, líder da divisão de aviões comerciais da Airbus, resumiu o momento com clareza:
“O jogo mudou. Agora, a Airbus toma decisões estratégicas com liberdade, sem precisar reagir a cada movimento da Boeing.”
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