Em referendo com baixa participação, a população de Paris aprovou a transformação de 500 ruas em “ruas-jardins”, zonas de pedestres arborizadas que devem estar a até 300 metros de cada morador; a medida, defendida pela prefeita Anne Hidalgo, eliminará 10 mil vagas de estacionamento e visa reduzir a poluição e tornar a cidade mais segura e sustentável. A implantação ocorrerá ao longo de três anos e ainda dependerá de estudos e da participação da população local.
As “ruas-jardins”, como devem ser chamadas as novas vias, devem ser implantadas em todas as regiões de Paris para uso de moradores e turistas. A ideia é que cada parisiense tenha uma zona de pedestres a menos de 300 metros de casa, segundo a prefeitura. A previsão é que as obras sejam realizadas em três anos.
Ainda não foram definidas as vias que serão transformadas em ruas-jardins. A partir de abril, deve ter início um trabalho de identificação dessas áreas, com a participação dos moradores de cada arrondissement, como são denominados os distritos de Paris. Também devem ser realizados estudos de viabilidade.
O custo médio estimado para cada rua é de 500 mil euros, mas o valor total da mudança não foi confirmado, segundo a imprensa francesa.
Devem ser eliminadas 10 mil vagas de estacionamento – o que tem sido alvo de críticas de moradores e opositores, que citam bairros com a população mais idosa e com dificuldade de locomoção.
Quem Votou
A participação no plebiscito foi baixa:
- 1,39 milhão de pessoas estavam inscritas nas listas eleitorais
- Apenas 56.489 votaram (4,06% do total)
- 65,96% votavam a favor das ruas mais arborizadas e transformadas em zonas de pedestres
A maior parte dos moradores votou contra a medida em apenas três distritos da capital parisiense – o 7, o 8 e o 16, que são considerados mais ricos. A cidade é dividida em 20 arrondissements.
No domingo, os parisienses tiveram de responder: “Você é a favor ou contra a vegetalização e a transformação em zona de pedestre de 500 novas ruas em Paris, divididas entre todos os bairros?”
Além da redução das vagas de estacionamento com a implantação das ruas-jardins, os opositores de Hidalgo reclamam que a mobilidade deve ser prejudicada, principalmente considerando moradores da região de Paris que contam com uma rede de transporte público menos densa e trabalham na capital. Também dizem que a pergunta do plebiscito foi muito ampla.
Menos Poluição e Mais Segurança
Esta não é a primeira medida da atual gestão para tornar a cidade mais verde, com menos veículos e mais preparada para enfrentar os extremos climáticos. A prefeita Anne Hidalgo, eleita pela primeira vez em 2014, intensificou as ações no segundo mandato e argumenta que as mudanças vão deixar a cidade mais sustentável e mais segura.
Ela interrompeu a circulação de carros em parte das margens do rio Sena e reduziu a velocidade dentro de Paris e no anel viário Boulevard Périphérique, que passa em volta da cidade.
Nos últimos dois anos, realizou outros dois referendos – cada um teve menos de 8% de participação. Em 2023, vetou o serviço de aluguel de patinetes elétricos nas ruas. A aprovação foi de 89%.
No ano passado, foram 54% dos votos a favor da decisão de triplicar as taxas de estacionamento para grandes SUVs.
No total, desde 2020, já foram eliminados mais de 10 mil lugares de estacionamento ao ar livre e 197 ruas foram arborizadas. Até 2026, Hidalgo quer que a capital francesa esteja 100% adaptada às bicicletas.
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