Diversos patrimônios mundiais, naturais e culturais, enfrentam ameaças crescentes de extinção devido às mudanças climáticas e à ação humana, segundo um estudo da ClimateX. Destinos icônicos como as Cataratas do Iguaçu, o Parque Nacional de Komodo e os Alpes Suíços podem desaparecer nas próximas décadas. A adoção de práticas de turismo responsável é essencial para preservar esses locais para as futuras gerações.
Já imaginou nunca mais poder ver as Cataratas do Iguaçu? Pois isso pode ser uma realidade daqui alguns anos. A ideia parece radical, eu sei. Mas ela tem se tornado cada vez mais crível.
Ao redor do mundo, diversos destinos reconhecidos como patrimônios naturais e culturais da humanidade enfrentam ameaças severas devido à ação humana e às mudanças climáticas. Hoje, diversos lugares que os viajantes amam conhecer, podem estar ameaçados de extinção.
Seja pelo derretimento de geleiras em montanhas, ecossistemas mais frágeis e um turismo desordenado, tudo o que conhecemos hoje como parte do mundo, pode deixar de existir. O problema é que esses patrimônios não só contam a história da humanidade como também abrigam ecossistemas vitais para o equilíbrio ambiental do planeta.
E a preservação é uma responsabilidade compartilhada – entre governos, comunidades e viajantes.
Patrimônios Mundiais Ameaçados de Extinção
Em agosto deste ano um estudo realizado pela ClimateX, em parceria com a ferramenta tecnológica Spectra, listou pelo menos 50 patrimônios mundiais que estão “ameaçados de extinção”, distribuídos em todos os continentes do planeta.
Os Alpes Suíços e o Sydney Opera House, por exemplo, são alguns deles. Os chamados “Sítios do Patrimônio Mundial Natural” da UNESCO já haviam apontado, lá em 2017, um aumento de 63% de “pegada humana” – ou seja, ações de desmatamento, construções de estradas, agricultura, indústrias e urbanização – nos parques mundiais.
No Brasil, os mais ameaçados são o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, o Complexo de Conservação do Pantanal, as Reservas de Mata Atlântica do Sudeste e o Complexo de Conservação da Amazônia.
Bali no Topo da Lista
A paisagem cultural de Bali, na Indonésia, ou melhor, o Sistema Subak, é o primeiro lugar na lista de mais ameaçados do mundo, já que ele é vulnerável a inundações superficiais, dias de calor extremo e seca.
Trata-se de um complexo sistema de irrigação, transmitido de geração em geração há mais de mil anos pelos aldeões locais e um dos maiores produtores de arroz do país. Outro local comumente visitado por turistas na Indonésia que também corre esse risco é o Parque Nacional de Komodo, popular destino por ser habitat dos dragões-de-komodo.
Paisagens Naturais na Mira da Extinção
Com tantas mudanças climáticas, secas, inundações, calor extremo, furacões, ciclones, etc, é óbvio que as paisagens são as mais ameaçadas e futuramente podemos nunca mais vê-las tais como são.
É o caso dos Fiordes de Geiranger e Nærøy, na Noruega, tão famosos por sua vista espetacular e uma das principais atrações do país. O destino que combina penhascos, cachoeiras, florestas exuberantes e povoados pitorescos, pode sofrer modificações severas.
O mesmo caso poderá ocorrer com o Parque Nacional de Doñana, na Espanha, um dos mais importantes ecossistemas da Europa, que atrai turistas interessados em vida selvagem e observação de aves.
A Baía de Ha Long – Arquipélago de Cat Ba, famosa por suas paisagens naturais deslumbrantes, é uma das principais atrações turísticas do Vietnã que também pode desaparecer em meio às mudanças climáticas extremas. Nem mesmo os Estados Unidos escapa dessa lista, com um dos destinos mais populares para práticas de ecoturismo, o Parque Nacional Everglades.
Esqui na Suíça? Só se Tiver Neve
A falta de neve já é uma realidade. Só neste ano, a Grand Puy, estação de esqui dos Alpes franceses encerrou suas atividades devido à ausência de neve.
Segundo uma pesquisa da universidade de Bayreuth, na Alemanha, 13% das áreas de esqui experimentarão uma redução de 100% nos dias de cobertura de neve anual até 2071-2100 e 20% delas perderão entre 50% e 100% da cobertura. Tem até resort estocando neve!
Então não é de espantar que os Alpes Suíços Jungfrau-Aletsch, uma das regiões mais visitadas da Suíça, especialmente para esportes de inverno e turismo de montanha, apareça na lista dos mais ameaçados de extinção.
Moderno ou Antigo – Construções Podem Desaparecer
Quando se fala em construções, o buraco é muito mais embaixo. Muita gente ainda acredita que só caem ou desmoronam aqueles prédios históricos ou muito antigos, que com o passar do tempo ficam desgastados. Mas, não é bem isso que mostra a lista da ClimateX.
Um dos castelos mais bem preservados e visitados do Japão, o Himeji-jo, possui um grande valor arquitetônico e histórico, enquanto o Sydney Opera House, na Austrália, que é um ícone arquitetônico e cultural e atrai milhões de visitantes anualmente, estão lado a lado nos riscos de serem extintos.
Turismo Responsável
Mas onde está o papel do viajante frente aos patrimônios mundiais ameaçados de extinção?
Diante desse cenário, a adoção de práticas de um turismo mais regenerativo surge como uma alternativa urgente e necessária. Essa abordagem vai além da sustentabilidade, buscando reverter os danos já causados e promover a revitalização dos destinos.
O turista desempenha um papel central nesse processo, sendo chamado a adotar comportamentos mais conscientes e engajados, que priorizem o respeito à cultura local, a redução de impactos ambientais e o apoio a iniciativas de conservação.
Ao fazer escolhas mais responsáveis, cada viajante pode contribuir para assegurar que esses tesouros da humanidade continuem a inspirar gerações futuras e claro, sejam visitados e apreciados pelo mundo inteiro.
Para Saber Mais
Para ler outros artigos sobre a nossa coluna de Turismo Sustentável, acesse este link.
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