Você já se perguntou por que as persianas das janelas dos aviões precisam ficar levantadas durante os pousos e as decolagens? Se você nunca se fez essa pergunta, saiba que eu já!
A questão de deixar a persiana levantada ou abaixada já causou alguns atritos em voos. Alguns preferem ficar com ela completamente fechada durante todo o tempo, enquanto outros preferem deixá-la aberta para ficar apreciando as nuvens e a paisagem.
Mas no caso dos momentos de pousos e decolagens, a questão não é de preferência, mas sim, de segurança. Veja o que disse o piloto Patrick Smith ao pessoal da Travel + Leisure.
Levantar a cortina da janela durante a decolagem e o pouso torna mais fácil para os comissários de bordo avaliarem quaisquer perigos externos, como incêndio ou detritos, que possam interferir em uma evacuação de emergência. Também ajuda você a permanecer orientado se houver um impacto repentino.
OK, a explicação foi clara. Mas por que esta determinação é dada especificamente no momento do pouso e da decolagem? Quem vai responder a essa pergunta é Lisa, uma ex-comissária de bordo da American Airlines, também em entrevista a Travel + Leisure:
As persianas devem estar sempre abertas para decolagem e pouso, porque esses são os momentos em que incidentes ou acidentes são mais prováveis de ocorrer.
Diversos relatórios das duas maiores empresas que fabricam Aeronaves, Airbus e Boeing, indicam que a maior parte dos acidentes fatais ocorre no momento da decolagem, da aproximação e do pouso. Conforme apresenta o relatório da Airbus, a aproximação e o pouso são fases de voo altamente complexas, que exigem muito da tripulação em termos de navegação, mudanças na configuração da aeronave, comunicação com o controle de tráfego aéreo, espaço aéreo congestionado e condições climáticas adversas.
No caso de um avião efetuar um pouso de emergência e for necessário que todos a bordo evacuem a aeronave, é muito importante que a tripulação, em especial, tenha conhecimento do que está acontecendo do lado de fora.
Depois de um pouso de emergência, a primeira coisa que um comissário de bordo faz é olhar pela janela da porta onde está sentado. A porta pode estar obstruída por detritos ou pode haver incêndio, então a comissária de bordo redirecionará os passageiros para uma saída utilizável, foram as palavras de Sue Fogwell, ex-comissária de bordo da United Airlines, para a Travel + Leisure.
Esta é a razão porque é tão crucial que os passageiros sentados na fileira da saída de emergência deixem as persianas das janelas abertas. Sue Fogwell continua dizendo:
Os comissários de bordo contam com os passageiros para ajudar nas filas de saída de emergência. Os passageiros na fila de saída precisam olhar pela janela antes de abrir a saída. Se a asa for arrancada, por exemplo, essa não é mais uma saída viável.
Numa situação de emergência, o tempo é crucial, não se pode perder um segundo sequer. Levantar as persianas da janela de um avião pode levar apenas alguns segundos, mas que podem significar a diferença entre a vida e a morte. Em situações assim, os comissários de bordo deverão evacuar a aeronave em menos de 90 segundos.
Por exemplo, caso haja fogo próximo a uma das saídas da aeronave, ela não poderá ser aberta e a tripulação deverá direcionar os passageiros para outra saída. Ou no caso de ser necessário um pouso na água, conhecido como amerissagem, é preciso verificar se a água não encontra-se acima do nível do batente da porta.
Apesar deste procedimento ser de extrema importância, nem todas as companhias aéreas o adotam. Nos Estados Unidos, por exemplo, a FAA, Federal Aviation Administration, não possui nenhuma regra sobre a posição das persianas durante estes momentos críticos de um voo. Mas apesar disso, muitas companhias aéreas adotam esta conduta. Por outro lado, a Associação de Comissários de Bordo americana recomenda altamente esta prática.
Com informações do Travel + Leisure
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