A OMS fez um comunicado recentemente que representa um alerta para os turistas que visitam a Europa: Mais de 175 mil pessoas morrem todo ano no continente devido ao calor extremo.
O aumento da temperatura global, apesar de muitos não admitirem, é uma realidade concreta entre nós. Há pouco tempo, publicamos um artigo sobre os efeitos do aquecimento global no turismo da Europa.
A região que mais rapidamente tem visto suas temperaturas subirem é a Europa. Ali as mortes causadas pelo calor extremo já passam de 176 mil ao ano. Esta triste informação foi dada por Hans Kluge, diretor regional da OMS, Organização Mundial da Saúde, em um comunicado feito ontem, 1º de agosto.
Este registro de mortos na região equivale a 36% do número total registrado em todo o globo terrestre, que é de 489 mil anualmente. Só nas duas últimas décadas, a mortalidade causada pelas altas temperaturas teve um aumento de 30% na região.
Hans Kluge afirmou que A região europeia está aquecendo mais rápido do que qualquer outra região da OMS, com temperaturas aumentando cerca de duas vezes mais rápido que a média global. Isso tem levado a graves consequências para a saúde das pessoas.
Em algumas cidades turísticas da Europa, inclusive, o governo local tem distribuído garrafinhas de água para a população e visitantes nos dias mais criticamente quentes.
O estresse térmico é a principal causa de morte relacionada ao clima na região. Temperaturas extremas exacerbam condições crônicas, como doenças cardiovasculares, respiratórias, cerebrovasculares, problemas de saúde mental e diabetes, completou o diretor da OMS. Grupos particularmente vulneráveis incluem idosos, especialmente aqueles que vivem sozinhos, e mulheres grávidas.
António Guterres, secretário-geral da ONU, lançou dia 25 de julho uma chamada para a ação contra o calor extremo. E este alerta feito nesta semana pela OMS vem em apoio a esta iniciativa.
Ouvimos que, na semana anterior, o planeta Terra registrou seus três dias mais quentes da história recente! Segunda-feira, 22 de julho, foi batido o recorde de temperatura com a média de 17,16ºC.
António Guterres cobrou mais ação por parte das autoridades do mundo inteiro, ao destacar esta sucessão de recordes de calor. O apelo é para que seja limitado o aquecimento global em 1,5ºC, comparando-se às temperaturas médias anteriores à Pandemia do Covid-19.
Cientistas consideraram este limite de 1,5ºC como primordial para evitar que consequências ainda mais drásticas aconteçam em decorrência das mudanças climáticas. Este também é o limite acordado em 2015 no conhecido Acordo de Paris.
Mas as notícias não são animadoras: em junho deste ano, o nosso planeta completou uma sucessão de 12 meses com temperaturas médias iguais ou superiores à marca de 1,5°C. Felizmente, apesar de ser uma luz amarela que se acende, para os cientistas este valor ainda não pode ser considerado definitivamente ultrapassado.
Contudo, é inegável que esta elevação das temperaturas já tem castigado muitas populações ao redor do mundo.
Na Europa, por exemplo, o verão tem sido marcado por ondas de calor no sul e no centro do continente, tendo os termômetros ultrapassado, em diversas cidades, os 40°C.
Não precisamos ir longe para constatar isso: a tragédia que acometeu a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é prova destas mudanças climáticas e de seus efeitos drásticos.
Esta onda de calor extremo pela qual vem passando boa parte da Europa Ocidental e o norte da África foi apelidada de “cúpula de calor” e, conforme afirmam os pesquisadores do World Weather Attribution com base em uma análise realizada, ela só pode ser explicada pelo aquecimento global causado pela ação humana.
Os cientistas afirmam que a queima de combustíveis fósseis, que agravou o aquecimento global, é o maior responsável pela elevação das temperaturas na região em cerca de 2,5°C a 3,3°C. Conforme indicam estas análises, um evento como este não seria possível sem a presença do aquecimento global.
E é exatamente este fenômeno que tem elevado as temperaturas nestes últimos dias em Paris, palco dos Jogos Olímpicos e tem feito que competições tenham seus horários alterados ou, até mesmo, transferidos. Os atletas literalmente tiveram que suar muito a camisa nesta semana, assim como toda a torcida, porque as temperaturas chegaram a passar dos 35ºC!
O climatologista do Imperial College London, que faz parte do grupo World Weather Attribution, Friederike Otto declarou em entrevista ao jornal britânico The Guardian que
O mundo assistiu aos atletas suando sob um calor de 35°C. Se a atmosfera não estivesse sobrecarregada com emissões de combustíveis fósseis, Paris teria sido cerca de 3°C mais fria e muito mais segura para a prática de esportes.
O governo francês, por sua vez, tem feito investimentos no sentido de manter tanto a população de Paris, como os turistas, hidratados, tendo espalhado centenas de distribuidores de água potável pela Cidade Luz. Além disso, funcionários de trens e metrôs têm distribuído água gratuitamente aos usuários.
Também a Grécia tem passado apuros com as altas temperaturas: aconteceram diversos incêndios florestais e, pior de tudo, foram registradas diversas mortes de turistas. Ao menos seis pessoas que visitaram o país em junho morreram por causas relacionadas ao excesso de calor. O apresentador britânico Michael Mosley foi uma destas vítimas.
Diversas atrações turísticas no país foram fechadas durante as horas do dia em que as temperaturas estiveram mais elevadas. Algumas das atividades que são realizadas ao ar livre tiveram restrições feitas por parte do governo durante os horários mais quentes, entre elas, atividades relacionadas à construção civil.
O diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, termina dizendo que:
Para mitigar esses riscos [associados ao calor], mais de 20 países da região desenvolveram planos de ação para enfrentar ondas de calor, mas isso ainda é insuficiente para proteger todas as comunidades. A OMS/Europa está atualizando suas diretrizes de planos de ação para a saúde e o calor, que servirão como referência para governos nacionais e locais.
Em resumo, os turistas que tiverem viagem marcada para estes destinos, devem tomar as devidas precauções, especialmente os idosos, crianças e mulheres grávidas, para que suas viagens tenham apenas lembranças boas.
Com informações da Folha de São Paulo
Para Saber Mais
Para ler publicações do Pontos pra Voar sobre outros destinos, clique aqui.
Que tal nos acompanhar no Instagram para não perder nossas lives e também nos seguir em nosso canal no Telegram?
O Pontos pra Voar pode eventualmente receber comissões em compras realizadas através de alguns dos links e banners dispostos em nosso site, sem que isso tenha qualquer impacto no preço final do produto ou serviço por você adquirido.
Quando publicamos artigos patrocinados, estes são claramente identificados ao longo do texto. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Não usamos inteligência artificial na geração de conteúdo do Pontos pra Voar. Os conteúdos são autorais e produzidos pelos nossos editores.