Se por um lado o turismo é de extrema importância para a economia de um país, por outro, ele pode ser uma grande pedra no sapato dessa mesma sociedade. Isso porque o turismo massivo está inviabilizando a vida e o dia a dia de diversas cidades pelo mundo.
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Turismo em Alta
As previsões para a alta do turismo mundial são de novos recordes desde o período pré-pandemia e os destinos da Europa são os que mais se queixam dos turistas.
Com um número cada vez mais crescente de visitantes, locatários de apartamentos, por exemplo, preferem alugar seus imóveis por temporada do que investir na moradia local. Consequentemente, os preços sobem e se torna quase impossível residir nestas cidades.
Por sua vez, isso impacta diretamente na vida dos trabalhadores locais, como médicos, enfermeiros, policiais e atendentes de diversos tipos de estabelecimentos.
Cidades que Adotaram Medidas Restritivas
Os principais destinos que adotaram medidas restritivas a fim de conter o turismo de massa estão no continente europeu. A Espanha é um dos lugares que mais tem estado neste cenário atual, além da Itália.
Recentemente, Barcelona proibiu os aluguéis por temporada, Ibiza proibiu o consumo de bebidas alcóolicas próximo da ilha e as Ilhas Baleares, onde fica a famosa Maiorca, teve cerca de 10 mil manifestantes nas ruas protestando por medidas em que o governo tenha mais controle sobre o turismo.
Já na Itália, Veneza está cobrando pela entrada de turistas na cidade e na ilha de Prócida está proibida a entrada de veículos.
Na mesma pegada de Ibiza, Amsterdã, na Holanda, também proibiu consumo de drogas e álcool nas ruas com a finalidade de conter o turismo desenfreado e indisciplinado.
Situação é Delicada e Moradores Querem Respostas
Quando o governo local não toma medidas, os moradores exigem respostas ou tentam conter o turismo ao seu próprio modo. A cidade de Hallstatt, na Áustria, é um vilarejo alpino localizado às margens de um lago com cerca de 800 habitantes – e serviu de inspiração para o filme Frozen.
O problema é que o destino, com suas belas paisagens e vista panorâmica, e que também serve de passagem para outras cidades turísticas, recebe 10 mil visitantes diários. Como se já não fosse um número alto para o pequeno vilarejo, os turistas fazem selfies em todos os lugares “instagramáveis”, inclusive, no jardim das casas dos moradores.
Por isso, eles fizeram uma manifestação no ano passado que bloqueou o túnel que liga a cidade à rodovia. A Câmara de Hallstatt decidiu então colocar uma grade para “tampar” a vista e evitar que os turistas parassem por ali, mas durou pouco – os próprios moradores reclamaram da iniciativa e ela foi retirada.
Nas Ilhas Canárias, na Espanha, o cenário tem sido controverso e negativo. Isso porque o arquipélago espanhol é um dos favoritos dos ingleses e o turismo é a base da economia local: 35% do PIB e 40% dos empregos vem do setor de viagens. Porém, o preço dos aluguéis disparou e a renda média para os moradores da ilha é a menor da Espanha. A conta não fecha.
Além disso, a construção de hotéis, com piscinas e diversos outros tipos de conforto e lazer para visitantes, consome seis vezes mais água do que os bairros residenciais. Os recursos naturais da ilha estão sendo massivamente utilizados de uma forma desenfreada, o que vem prejudicando o meio ambiente e a qualidade de vida dos residentes.
Uma Faca de Dois Gumes
Por que destinos tão populares e que tem o costume de receber um grande número de turistas, de repente, está tentando impedi-los de entrar? E como impedi-los sem comprometer a economia local? As respostas não são nada simples.
Viajar nunca foi tão fácil, certo? Não é mais uma questão de preço e de ter dinheiro para pegar a estrada e sim de ter novas experiências e de viver. A pandemia de Covid-19 fechou o mundo e quando a normalidade foi sendo retomada, as pessoas simplesmente quiseram começar a viajar mais.
Entidades, órgãos, governos, empresas, etc, incentivaram a retomada do turismo com segurança e, a população, por sua vez, descobriu que pode pagar para viajar ao menos em um curto período de férias.
Solução
Para além da implementação de taxas de turismo para todos os lugares, algumas iniciativas podem (ou poderiam) ser mais incentivadas, tais como:
- Regulamentar os horários de pico e informar aos viajantes para que evitem esse período, talvez até com iniciativas de incentivo financeiro como ingressos mais baratos fora destes horários;
- Incentivar os turistas a viajarem mais no período de baixa temporada a fim de desafogar o “trânsito” local nas estações mais altas.
- Promover destinos pouco conhecidos e que fomentem a curiosidade e a experiência dos viajantes;
- Limitar o número de estacionamentos locais, evitando paradas de um dia, e controlando o número de turistas diariamente no destino.
O problema é que não se pode impedir o direito de ir e vir de qualquer cidadão e, por isso, aparentemente não há uma resposta correta para definir quem deve estar, quando e aonde. No fim prevalece, no mínimo, o bom senso e a própria consciência.
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