Uma das melhores partes da viagem é o hotel. Chegar no hotel, check in com espumante, upgrade de quarto, chegar no quarto, conferir a vista e a cama. Depois esperar o outro dia para o café da manhã. Que delícia.
Porém a vida do viajante reserva surpresas, e nem sempre são surpresas boas. Então vamos ler o que nossos editores contam sobre hospedagens e o pior lugar que eles já se hospedaram!
Aqui você encontra:
Fernanda Faccio
Em um artigo que publiquei recentemente em que explico porque hotel não é só para dormir, eu falei que o hotel interfere muito na percepção que teremos sobre a cidade. Isso eu aprendi em 2013!
Na minha época de viajante solo, viajei muito de forma econômica e já me hospedei bastante em hostels, não só pela economia mas também por ser uma boa forma de conhecer pessoas.
Em 2013 eu fiz a famosa viagem pela costa da Califórnia, começando em San Francisco e terminando em San Diego (e depois eu fui para ?? só quem é leitor frequente da coluna vai saber responder). Fiz todas as minhas reservas por um site de hostels. Estava tudo indo bem, até chegar em Venice Beach.
Todo mundo dizia que Venice era cool, praia de jovem e tal. Então escolhi meu hostel lá. Chegando no local, primeira impressão não foi das melhores. Aqueles sofás de couro duro super antigos, tv de tubo, muita madeira. Até aí tudo bem, afinal eu estava em um hostel.
Mas chegando no quarto, sério, eu não tenho palavras para descrever a cena que vi. Parecia um abrigo em uma zona de guerra. E não estou falando de bagunça. Sou zero frescuras, viajei por toda a Europa sempre e, hostels e nunca tive problemas, mas aquele quarto pra mim foi um pesadelo. Camas velhas e enferrujadas e os cobertores eram aqueles de fibra de antigamente (na casa da minha vó usavam com lençol por cima na tábua passar roupa), que além de duros, pinicavam.
Deixei minhas coisas e fui dar uma volta. Eu só pensava, o que eu iria fazer. Eu estava odiando aquele lugar. Voltei pro hostel e falei que não havia gostado do quarto. A pessoa que me atendeu chegou me oferecer um outro quarto mas quando eu vi, era outra cena de terror, o banheiro ela terrível. Então eu pensei: não vou ficar nesse lugar.
Ali mesmo, entrei na internet e fiz uma reserva para um hostel em Santa Monica, na Third Street Promenade. Foi a melhor coisa que fiz na vida. Quarto lindo que passava sensação de limpeza, o que é o mínimo que se espera da hospedagem, além da localização ser perfeita.
Aquele lugar tinha colocado minha energia lá embaixo e o novo hostel me deu um up e até hoje eu tenho um certo ranço de Venice pq associo a cidade ao hostel. Ao contrário de Santa Monica, que eu amo de paixão, assim como a Califórnia toda. O Golden State tem meu coração (menos Venice).
Até hoje me lembro do hotel, não cheguei a dormir nele, mas essa sem dúvidas foi minha pior experiência de hospedagem.
Henrique Portanova
Nos últimos anos tenho buscado priorizar hospedagens com mais conforto, o que, evidentemente, necessita um maior investimento.
Contudo, depois que você aprende os caminhos para obter (e renovar) os status dos seus programas de fidelidade favoritos (World of Hyatt e ALL), o investimento é multiplicado: upgrades, café da manhã gratuito, acessos aos lounges, estacionamento cortesia, isenção de taxas (como a “resort fee”) são alguns exemplos.
Antes de aprender e ingressar neste caminho, priorizava o uso do programa rewards da hotéis.com (tempos em que também era possível o parcelamento das diárias em reais!).
E foi assim que em uma hospedagem em 2019, no Homewood Suites By Hilton da International Drive em Orlando, eu, junto com a minha família, tive a pior experiência de hospedagem até os dias atuais.
Este hotel é bem localizado, e eu já havia tido experiências anteriores muito boas no hotel de mesmo nome, porém localizado junto ao outlet próximo ao parque da Universal.
Os quartos contam com duas camas de casais e uma cozinha bem equipada, e o estacionamento é gratuito e o café da manhã estava incluso na diária. Até aí tudo ótimo.
Só tinha um grande problema: o hotel vinha há dias com problemas no aquecimento da água e o banho quente, que considero essencial, estava inviabilizado.
Assim, no segundo dia, persistindo o problema, liguei para a central Gold da hotéis.com e expliquei o ocorrido. Após contato diretamente com o hotel, o programa não só me reembolsou duas diárias, como conseguiu a nossa realocação no hotel da mesma rede (Hilton), localizado ao lado.
Ao menos nesta nova hospedagem inseri o meu número do programa Hilton Honnors e, não por acaso, as demais noites de hospedagens pontuaram e foram creditadas no programa, gerando alguns pontos no programa.
Laís Roani
Assim como o Henrique, antes de conhecer alguns dos programas de fidelidade de hotéis, eu priorizava fazer as reservas através do programa rewards, do hoteis.com. E há cerca de 8 anos a prioridade não era exatamente o conforto, mas sim conhecer o máximo de lugares e economizar. Foi assim que fiz essa reserva em um hotel bem ruim, na Philadelphia, como parte da viagem que fazíamos entre o Canadá e os Estados Unidos.
O hotel em questão é o Days Inn Philadelphia Convention Center. Veja bem, é um hotel da rede Wyndham, então é esperado que tenha algum nível de padrão de conforto, porém esse hotel realmente é desfavorecido. Os quartos padrão americano muito muito antigo, televisão de tubo, móveis velhos, janela que dava para um corredor interno, quarto sem circulação de ar, aparência de sujo – e provavelmente era sujo mesmo.
Mas o pior de tudo era a localização, que tinha tudo para ser boa, pois é central, mas na verdade era bem ruim. O hotel fica ao lado de um centro de convenções, então havia muito movimento de carros, mas pouco movimento de pessoas. Era preciso atravessar uma espécie de túnel por baixo do centro de convenções para chegar ao outro lado. A região à noite era muito esquisita e além de tudo ao lado do hotel havia um abrigo para moradores de rua. A porta do abrigo era exatamente ao lado da porta do hotel, então a sensação de segurança não era das melhores.
Essa ocasião me fez pensar como a experiência de hospedagem influencia na experiência geral da viagem! Digo isso pois tenho péssimas memórias da Philadelphia, apesar de saber que é um lugar bacana e que muitas pessoas vão e adoram.
Rodrigo Biajoni
Antes de mais nada eu gostaria de reclamar dessas temáticas que só estão deixando evidente o quão ralé eu sou comparado aos meus colegas do site. Brincadeiras a parte, acho que todos já passamos pela fase de quantidade vs. qualidade, embora certamente o que é qualidade para mim hoje era o perrengue do pessoal aí em cima na vida de universitário quebrado.
A seleção dos hoteis aqui em casa passam sempre por um crivo de ter uma nota 8 nos sites de avaliação. É uma boa maneira de evitar tantas furadas assim, mesmo sabendo que os critérios dos hóspedes pode ser completamente diferentes.
Aqui, mais do que luxo, o mais importante é a limpeza. E nesse ponto a dona patroa faz uma inspeção completa sempre que entramos em um quarto de hotel, seja ele o mais mequetrefe ou um metido a besta. Isso inclui pegar a lanterna para olhar embaixo da cama, dentro dos armários, arrastar mesa de cabeceira. Se tiver alguma teia de aranha então… Deu problema? É lógico que sobra pra eu ligar para a recepção.
Mas nessas revistas aí eu confesso que já encontramos coisas bem interessantes, vamos dizer assim. Como uma coleção de cogumelos que brotava da parede de um hotel em Maresias, por exemplo. Sim, você não leu errado. Sabe-se lá por qual razão, talvez umidade do local, fez com que eles tivessem encontrado um espaço para sair do reboco da parede…
Se no passado ainda tínhamos disposição para aguentar alguns perrengues desse nível, dessa vez nem discutimos mais. Em algumas situações já decidimos sair da hora do hotel e caçar um novo porque não fazia sentido ficar em locais tão ruins.
Resumo da ópera: invista tempo vendo avaliações, pesquisando sobre o hotel mas ainda assim não acredite nas fotos da internet.
Fernanda Senna
Também entro na turma que priorizava o programa rewards do hoteis.com, como o Henrtique disse o fato de poder parcelar as hospedagens também era uma vantagem do programa. Confesso que nunca tive muitos perrengues em hospedagem, sempre fui muito atenta as avaliações, mesmo sabendo que pode ser bem pessoal, quando são muitas avaliações negativas temos que ficar alerta.
Aqui em casa o responsável pela inspeção é meu marido, ele também olha tudo, armários, embaixo da cama, levanta colchão e tudo mais. De uns tempos para cá temos ficado em hoteis e pousadas melhores e priorizamos o conforto, mas nem sempre foi assim e em uma viagem a Itacaré há muitos anos quando chegamos na pousada nessa inspeção as condições de limpeza do quarto estavam precárias. Sabe aquela arrumação por cima para paracer limpo? Pois foi bem isso, as partes que não ficavam a vista no quarto pareciam que não eram limpas há muito tempo.
Como chegamos a noite, decidimos ficar até o dia seguinte e depois procurar outro local para hospedagem, mas quando abri o armário o cheiro de mofo foi tão forte que imediatamente tive uma crise alérgica. Não tivemos dúvidas, fomos embora e felizmente encontramos uma ótima pousada que salvou nossa noite e o resto da viagem.
Claudio
A minha pior experiência em um hotel foi justamente num hotel da Accor, mais precisamente no Sofitel So de Viena. Parte da má experiência foi minha culpa e o resto eu atribuo aos funcionários do hotel.
Sem prestar muita atenção no que estava fazendo, reservei uma suite chamada … Black Suite. Bem, o nome diz tudo, certo? Ou quase certo? Eu não me atentei ao detalhe de que black não era apenas o nome da suite. Quando entrei no quarto era tudo preto. Parede, sofas, teto, móveis, azulejos dos banheiros … tudo. Quem me conhece sabe que prefiro cores claras, então imaginem a minha reação ao entrar no quarto!
Imediatamente voltei para a recepção e pedi para trocar, dizendo inclusive que não me importava com um downgrade. Porém, o hotel estava lotado e não havia o que fazer. Resultado, Black Suite por 4 dias.
Outro ponto que causou stress foi que eu estava no andar imediatamente abaixo do restaurante onde era servido o café da manhã. O ponto é que o espaço é também um bar e rolava baladinhas durante noite. Ou seja, impossível dormir com o som da música e dos passos das pessoas se movimentando. Black Suite com barulho!
Para piorar toda a situação, os funcionários do hotel não eram nem um pouco gentis … bem arrogantes na maioria da vezes. E outro detalhe é que pelo fato do hotel estar cheio, não haviam funcionários suficientes no restaurante no café da manhã. Então, os utensílios usados se amontoavam nas mesas e qualquer pedido levava horas para chegar.
Passado o fato, fui procurar em grupos no Facebook e todos os problemas que eu narrei acima já eram conhecidos e amplamente discutidos. Hoje, sempre que vou reservar um hotel, passo pelo Facebook para conferir os comentários.
Paulo Leo
Tive que buscar na minha memória antiga para trazer essa história para vocês.
Como bem disse o Henrique, há muitos anos não tenho más experiências, justamente por conhecer os programas de fidelidade das redes de hotéis e aproveitar os seus status e benefícios.
Além disso, a tecnologia de hoje nos possibilita pesquisar muito melhor as acomodações por meio de relatos reais de antigos hóspedes, o que também evita muitos contratempos.
Mas vamos lá… a década era 00, ou seja, nos anos 2000, quando eu ainda estava iniciando meu aprendizado no mundo das milhas.
Como o acúmulo era bem mais suado, devido à minha capacidade financeira da época de recém-formado, sempre buscava as emissões mais baratas possíveis, que tinham muitas conexões.
Foi assim que emiti um voo pela Smiles para mim e minha esposa (namorada na época) para Maceió, com 2 conexões, saindo de Viracopos para o Galeão, do Galeão para Brasília e finalmente de Brasília para Maceió.
Como íamos passar quase 1 mês por lá por causa de um concurso público que eu fiz na época, decidimos alugar um apartamento pelo Alugue Temporada, em uma época que ainda nem existia o Airbnb.
Após quase 24 horas de viagem, sério, saímos de manhãzinha de casa, dirigi até Viracopos para pegar o primeiro voo e só chegamos em Maceió por volta das 3 da manhã do dia seguinte… exaustos… o apartamento não era nada do que vimos nas fotos!
O buraco do ar condicionado (que não existia) estava literalmente aberto, nuvens de pernilongos por todo o apartamento (acho que eram suficientes para nos carregar, se quisessem) e muitas, mas muitas baratas (gigantes) andando por todo o lado. Com as devidas desculpas pela informação desagradável, até um preservativo usado estava presente no banheiro da suíte.
Naquela hora, decidimos que seria impossível ficar ali.
Pegamos nossas coisas e exaustos, nos dirigimos para o hotel mais próximo (e aconchegante) possível, que era Ritz Praia, na Ponta Verde.
Apesar de ser madrugada, quase de manhã, fomos super bem recebidos e acho até que pela nossa cara de cansaço, e pelo tempo que ficaríamos hospedados (quase 1 mês), nos fizeram a gentileza de cobrar o preço de uma hospedagem corporativa, mesmo estando sem reserva, o que foi uma grata surpresa e nos possibilitou, de fato, ficar todo esse período no hotel.
Para completar, o anfitrião do apartamento se recusou a devolver os 50% que havíamos pago antecipadamente na reserva.
Ele nos deu a opção de usarmos o “crédito” na lanchonete dele, uma lanchonete famosa na orla da Pajuçara.
Após pensar muito, acabamos aceitando, a fim de evitar uma ação judicial em tempos de processos físicos e demorados.
Só que como iríamos comer em uma lanchonete onde o proprietário alugava um apartamento naquele estado?
Foi então que decidimos conhecer a lanchonete e até que o local era decente. Sem nos identificar até o momento do pagamento da conta, pedimos praticamente tudo que existia no cardápio, desde entradas até sobremesas.
Como o crédito, que não era pouco, ainda sobraria e não queríamos voltar outro dia, pedimos muitos sanduíches para viagem, me lembro que mais de 20, e saímos distribuindo para os moradores de rua naquela noite.
E você, já teve alguma experiência ruim em sua hospedagem? Nos conte nos comentários.
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