Nos últimos anos, as Salas VIP nos aeroportos, originalmente projetadas para oferecer conforto e exclusividade aos viajantes, têm enfrentado um problema crescente: a superlotação.
Esse fenômeno, observado tanto no Brasil quanto no resto do mundo, desafia as expectativas dos passageiros e levanta questões sobre a sustentabilidade desses espaços.
A popularização do acesso a essas salas, impulsionada por parcerias com cartões de crédito e o aumento do tráfego aéreo, tem resultado em experiências que nem sempre condizem com a imagem de exclusividade associada a esses ambientes.
No Brasil mesmo, o crescimento do número de Salas VIP tem sido notável. Essa expansão visa acomodar a crescente demanda por parte dos passageiros em busca de mais conforto e comodidade durante suas viagens.
Entretanto, o aumento no número de Salas VIP não foi suficiente para atender à demanda crescente.
Relatos de filas para entrar em Salas VIP tornaram-se frequentes, especialmente nos principais aeroportos brasileiros.
A Sala VIP da Visa no Terminal 3 de Guarulhos, por exemplo, enfrentou problemas de filas e superlotação já em 2022, logo após a sua inauguração.
Fatores Contribuintes para a Superlotação
Acesso Facilitado por Cartões de Crédito
Um dos principais fatores que contribuem para a superlotação é a popularização dos cartões de crédito que oferecem acesso às Salas VIP como benefício. Programas como LoungeKey, Priority Pass e Visa Airport Companion tornaram-se comuns, permitindo que um número significativamente maior de passageiros usufrua das comodidades desses espaços.
A democratização do acesso, embora positiva do ponto de vista da inclusão, resultou em superlotação.
Esse cenário é especialmente crítico nos aeroportos mais movimentados, onde o número de passageiros que acessam as Salas VIP excede a capacidade dessas instalações, formando longas filas de espera para acesso.
Crescimento do Tráfego Aéreo
O aumento no número de passageiros aéreos no cenário pós-pandemia também contribuiu para a lotação das Salas VIP.
De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o Brasil registrou um crescimento de 15% no tráfego aéreo em 2024, um dos maiores índices da América Latina.
Medidas Restritivas e Adaptações
Para enfrentar o problema da superlotação, diversas medidas foram implementadas:
- Restrições de Acesso: Algumas Salas VIP passaram a limitar o acesso com base na cabine voada ou no tipo de cartão de crédito. Em algumas delas, passageiros voando em cabines premium têm prioridade sobre aqueles que acessam a sala por meio dos programas vinculados aos cartões de crédito.
- Reservas Antecipadas: Programas como o Visa Airport Companion começaram a oferecer a opção de reserva antecipada mediante o pagamento de uma taxa, buscando controlar o fluxo de passageiros.
- Redução dos acessos pelos emissores: A maioria dos cartões brasileiros reduziram o número de acessos oferecidos aos seus portadores.
- Eliminação de convidados gratuitos: Além da redução do número de acessos, alguns emissores eliminaram também a oferta de acompanhantes gratuitos.
Cenário Internacional
A superlotação das Salas VIP não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Nos aeroportos dos Estados Unidos, Europa e Ásia, o problema é igualmente significativo.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a demanda por Salas VIP também aumentou significativamente.
Durante o verão de 2024, o número de visitas aos lounges ultrapassou os níveis pré-pandemia, com um aumento de 12%.
Operadoras como o Priority Pass expandiram parcerias para lidar com a demanda crescente, enquanto algumas salas começaram a limitar o tempo de permanência dos passageiros para tentar reduzir a superlotação.
Europa e Ásia
Na Europa, aeroportos movimentados como Heathrow (Londres) e Charles de Gaulle (Paris) enfrentam desafios semelhantes.
Em resposta, as operadoras estão investindo na ampliação das instalações e na introdução de reservas antecipadas.
Na Ásia, aeroportos em Singapura e Hong Kong adotaram políticas rigorosas de acesso e limites de tempo para gerenciar o fluxo de passageiros em suas Salas VIP.
Impacto na Experiência do Passageiro
A superlotação afeta diretamente a experiência dos passageiros, comprometendo a qualidade dos serviços oferecidos, como:
- Fila para acesso: Os problemas começam antes mesmo da entrada. Em horários de pico, é comum vermos longas filas para acesso aos lounges.
- Falta de Assentos Disponíveis: É comum não encontrar assentos suficientes, forçando passageiros a aguardarem em pé.
- Filas para Alimentação e Banheiros: O aumento do número de usuários resulta em filas também dentro dos lounges, comprometendo a experiência de conforto e exclusividade.
- Ambiente de Desconforto: A superlotação gera um ambiente agitado, que contrasta com a proposta inicial de tranquilidade das Salas VIP.
Estratégias para Mitigar a Superlotação
Para preservar a qualidade desses espaços, diversas estratégias estão sendo adotadas:
- Expansão das Instalações: Investimento na ampliação das Salas VIP existentes e construção de novos lounges.
- Parcerias com novos Lounges: Estabelecimento de parcerias com operadoras independentes para aumentar a oferta de espaços.
- Revisão das Políticas de Acesso: Implementação de critérios mais rigorosos, como requisitos de gasto mínimo em cartões de crédito, redução nos acessos e eliminação de convidados gratuitos.
- Inovação Tecnológica: Utilização de aplicativos e sistemas de reserva online para gerenciar o número de visitantes.
Tome Nota
A popularização das Salas VIP, impulsionada pelos benefícios associados aos cartões de crédito e programas de fidelidade, levou a um aumento significativo na demanda por esses espaços.
Tanto no Brasil quanto no exterior, a superlotação tornou-se um desafio que afeta a experiência dos passageiros e a reputação das Salas VIP.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a American Express eliminou a possibilidade de levar convidados gratuitos aos Centurion Lounge, exceto para o cliente que gastar acima de US$ 75 mil por ano, limitou o número de acessos aos Delta Sky Club e reduziu o tempo de permanência nos lounges, permitindo o acesso apenas com 3 horas de antedência do voo.
Portanto, para manter a qualidade e exclusividade desses ambientes, as operadoras têm implementado medidas de gerenciamento de acesso e investido em expansões e novas construções.
Além disso, uma revisão contínua das políticas de acesso tem sido feita para equilibrar a acessibilidade com a experiência premium que caracteriza as Salas VIP.
Somente com essas medidas será possível preservar o propósito original desses espaços como oásis de conforto e exclusividade em meio ao ritmo frenético dos aeroportos pelo mundo.
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