A sua variedade cultural combinando modernidade e história, associadas à hospitalidade e cordialidade do povo holandês fazem de Amsterdã um dos destinos mais interessantes no velho continente. Só para colocarmos as coisas em perspectiva, em 2017 Amsterdã recebeu mais de 6.5 milhões de visitantes enquanto o Brasil inteiro recebeu praticamente o mesmo número de turistas estrangeiros!
Os famosos canais com seus passeios de barco quase exclusivos, o Palácio Real, as charmosas casas de frente para os canais, museus como o Van Gogh Museum e o Rijksmuseum e além claro do bairro da luz vermelha (red light district) e os “cafés” ajudam a explicar por que a cidade faz tanto sucesso com os turistas. Eu particularmente já estive na cidade várias vezes e quando tenho uma oportunidade volto, pois sempre aparecem coisas novas para se ver e fazer.
Como minha prima e seu marido estavam de férias na Europa e queriam ir para Amsterdã, isso me pareceu a justificativa mais que ideal para passar um fim de semana prolongado com eles por lá. Aqui compartilho com vocês um pouco do nosso roteiro e aventuras pela cidade. Espero que gostem e talvez até se animem a visitar Amsterdã, se ainda não o fizeram claro!
Antes de começarmos eu gostaria de te convidar para viajar conosco no Instagram, pois assim você poderá ver mais fotos e saber por onde andamos. Boa leitura!
Dia 01 – Palácio Real, Bairro da Luz Vermelha e Passeio de Barco
Chegamos em Amsterdã numa ensolarada sexta-feira de verão – algo não muito comum por lá diga-se de passagem – bem cedo e depois de deixarmos as malas no hotel, estarmos devidamente equipados com um mapa e um desses guias de viagem de bolso, que aliás eu sempre recomendo ter à mão, começamos a explorar a cidade. Nossa primeira parada foi na Dam Square, uma praça no centro ligada às origens da cidade. Embora a praça em si não tenha nada de muito interessante, está sempre repleta de turistas e artistas de rua. Por ali fizemos o que todo turista faz … tirar fotos e mais fotos! 😊
A principal razão de termos ido até a Dam Square era para visitar o Palácio Real. E esse sim eu recomendo, pois é maravilhoso por dentro. O palácio já foi a prefeitura de Amsterdã, depois a sede do governo holandês e hoje em dia é um dos endereços da família real, o que é justamente o ponto interessante. A família real não vive no palácio, mas o mesmo é usado como residência oficial quando chefes de estado visitam a Holanda. Ou seja, o palácio é fechado para visitação pública e preparado para receber os hóspedes. Isso o distingue de outros palácios que já visitei, pois além de carregar anos de história, é um prédio funcional ainda usado nos dias de hoje e muito bonito … bem, as fotos falam por si!
Ao lado do Palácio Real tem uma igreja chamada Nieuwe Kerk que também funciona como museu, mas infelizmente não foi possível visitá-la uma vez que a mesma estava em reformas. Eu já a visitei algumas vezes em outras viagens e recomendo.
O nosso próximo destino foi o distrito da luz vermelha, ou red light district no inglês, que é a área da cidade onde as prostitutas trabalham. O nome do bairro se explica pelo fato de que já por volta dos anos 1300, mulheres andavam pelas ruas carregando lanternas vermelhas buscando encontros com marinheiros na região do porto. Claro que de lá para cá muita coisa mudou e hoje a prostituição é legalizada e as prostitutas pagam impostos como qualquer outro trabalho. Além disso, elas não andam mais pelas ruas buscando clientes, mas ficam em cabines que têm luzes de neon vermelhas acima das portas.
As cabines lembram vitrines de lojas e dentro de cada uma tem uma pia e uma cama. Quando aparecem clientes, elas os deixam entrar e fecham a cortina para fazer o atendimento. Visitar o distrito da luz vermelha durante o dia foi fascinante, pois vimos na mesma área, um ao lado do outro, pequenas lojas comerciais, igrejas, bares com turistas sentados do lado de fora tomando suas cervejas e as prostitutas trabalhando. Nunca vi nada nem se quer parecido com isso em qualquer outro lugar – ah e não é permitido tirar fotos das cabines, não é mesmo Josi?! 😊
Na sequência seguimos para um pequeno museu chamado Museum On’s Lieve heer op Solder que foi uma igreja católica no sótão de uma casa. Essa igreja está ligada ao período da história onde o catolicismo foi banido da Holanda, mas as pessoas ainda podiam praticar a religião desde que em suas casas. A visita foi interessante, mas não diria que chega a ser algo que precise ser feito.
Como a museu fica na frente de um canal, ao sairmos ficamos vendo os barcos passarem com os turistas e acabamos decidindo fazer um passeio. O plano inicial era fazê-lo no sábado, mas o tempo estava ótimo e decidimos aproveitar. Esperamos um pouco até que apareceu um barco, depois de acertados os detalhes começamos o passeio e tivemos muita sorte, pois além de nós três havia apenas um casal de galeses a bordo, ou seja, foi quase um passeio privado. Além disso, os barcos têm bebidas (espumantes, vinhos, cervejas, refrigerantes, etc.) que podem ser compradas durante a viagem então já dá para imaginar o estado que saímos do barco!
Como os barcos são relativamente pequenos, eles conseguem passar pelos canais centrais que são os mais bonitos. Eu recomendo, e muito, fazer um desses passeios e quanto menor o barco mais exclusivo e divertido será a viagem. Uma hora depois retornamos ao ponto de partida e uma vez que já começava a anoitecer decidimos voltar ao hotel.
Como estávamos cansados e chovia bastante, queríamos comer algo rápido e decidimos ir a uma hamburgueria que um amigo havia me recomendado chamada Nude Burger Club. Embora o nome não seja muito convencional, os sanduíches estavam ótimos e não, você não precisa tirar a roupa para comer o lanche!! Fica aí a dica de um lugar bom para se comer algo rápido e saboroso. E assim encerramos nosso primeiro dia em Amsterdã!
Dia 02 – Rijksmuseum, Mercado de Flores (Bloemenmarket) e Cinturão de Canais Sul (Southern Canal Belt)
Nosso segundo dia começou num horário bem mais civilizado, por volta das 10:00h da manhã. Como nosso primeiro destino eram o Van Gogh Museum e o Rijksmuseum que ficavam um pouco afastados de onde estávamos hospedados, decidimos ir de bonde – um passeio em si para quem nunca andou em um.
Infelizmente as coisas não saíram exatamente como planejamos, o concierge de nosso hotel já nos advertiu que possivelmente não conseguiríamos entrar no museu do Van Gogh e que deveríamos ter comprado os ingressos online no dia anterior. Mesmo assim decidimos ir, pois ainda iríamos ao Rijksmuseum e tentaríamos comprar ingressos para o museu do Van Gogh diretamente na bilheteria.
Como advertido pelo concierge de nosso hotel, os ingressos para o museu Van Gogh estavam esgotados não somente para aquele dia, como também para o dia seguinte. Ou seja, não conseguimos visita-lo e fica aqui a dica – caso você tenha planos de visitar Amsterdã e o museu Van Gogh durante o verão europeu, compre os ingressos online diretamente na página do museu – clique aqui.
O Rijksmesum, museu nacional holandês, deve ser parte obrigatória no roteiro de qualquer turista em Amsterdã. Como o acervo é vasto e caso você tenha que se priorizar o que ver, que foi o nosso caso, eu recomendaria ir diretamente ao segundo andar. Lá estão expostas algumas das telas mais famosas de Rembrandt, particularmente a Ronda Noturna (Night Watch) que é uma das pinturas mais conhecidas do Barroco holandês e ocupa uma parede inteira ao fundo da galeria. Não tem como não achá-la!
Depois do museu, nossa próxima parada foi o Mercado de Flores (ou Bloemenmarket) e embora eu já o conhecesse, fiquei um pouco desapontado com o que vi. Quase não há flores naturais como descrito nos guias de bolso e quase todas as lojas flutuantes vendem souvenires e nada mais. Porém, o mercado não deixa de ser um local interessante para se visitar. Em especial, eu recomendo tomar um café, ou melhor, comer uma torta de maçã e apreciar o movimento. Afinal de contas, torta de maçã com canela e sorvete de creme é parte obrigatória da visita a Amsterdã!
A partir do Mercado de Flores caminhamos pelo cinturão sul de canais (Southern Canal Belt), que tem muitas construções da era do ouro de Amsterdã. São casas bem maiores que as demais e, acima de tudo, muito charmosas. É um passeio fácil de se fazer, muito agradável e perfeito para se tirar fotos com os canais ao fundo. Recomendo!
Para encerrar o dia, sentamos em um bar em frente a um canal para jogar conversa fora e tomar uma bebida apreciando o fim da tarde. Sempre faço isso quando estou visitando alguma cidade, pois me dá a oportunidade de ver as coisas com os olhos de um local e não nos passos apressados do turista que sempre tem muito que ver e pouco tempo nas mãos.
Para encerrar o dia decidimos jantar em um restaurante italiano chamado Sapore Italiano, que foi uma boa escolha no fim das contas. O espaço era bem agradável, o vinho muito bom e o atendimento foi impecável, o que para mim é sempre o mais importante.
Dia 03 – Begijnhof e a Igreja de São Francisco Xavier (Kijtberg)
Esse foi nosso último dia em Amsterdã e terminaria já no começo na tarde, pois voltaríamos para Londres por volta das 16:00h. Então não tivemos tempo de fazer muita coisa, mas o pouco que vimos valeu a pena! Logo de manhã fomos visitar Begijnhof, algo como um pequeno condomínio fechado muito comum nos Países baixos entre os séculos 13 e 16, que era habitado por mulheres que se dedicavam à vida religiosa sem se tornarem freiras.
Begijnhof é o mais antigo dessas construções em Amsterdã e o que o torna particularmente interessante é o fato de estar no centro da cidade. Imagine que você está andando pelas ruas da cidade e então entra por pequenas ruas de pedestres e de repente cruza um portão. Na sua frente aparecerão pequenas casas com um jardim e além disso o local tem duas igrejas, uma católica romana e outra da igreja reformada inglesa – olha aí outro exemplo da tolerância holandesa. Além disso o local tem a casa de madeira mais antiga de Amsterdã.
Recomendo incluir Begijnhof no roteiro e se possível visitá-lo o mais cedo possível, pois você terá mais liberdade para tirar fotos já que os turistas começam a aparecer depois das dez da manhã.
A uns 10 minutos caminhando de Begijnhof visitamos nossa última atração em Amsterdã. Fomos até a igreja de São Francisco Xavier, que foi terminada por volta de 1883. A construção é de estilo neogótico e uma das igrejas jesuítas mais importantes dos Países Baixos. Vale a pena visitar!
Conclusão
Como sempre, Amsterdã não me decepcionou e segue firme na lista dos meus destinos favoritos na Europa!
Foi a primeira vez que estive lá no verão, pois todas as minhas visitas anteriores foram no outono ou na primavera. Embora o outono dê um charme todo especial à cidade, o verão é sem dúvida alguma a melhor estação do ano para se explorar tudo a pé, pois o clima é bastante agradável para se caminhar. E isso é o que mais se faz em Amsterdã – a não ser que você queira encarar uma bicicleta, claro!
O lado negativo de ir no verão é que a cidade fica tomada pelos turistas e você corre o risco de não conseguir visitar algumas atrações, como foi o nosso caso com o museu do Van Gogh, a não ser que você se programe com antecedência e compre os ingressos on-line. Conseguir um bom hotel a um bom preço no verão também requer planejamento.
Uma das atrações bastante popular que não visitamos foi a casa (hoje um museu) da Anne Frank, uma garota judia que se escondeu dos nazistas com a família nos cômodos da residência durante a segunda guerra mundial e relatou em um diário o dia a dia no esconderijo. Com certeza uma desculpa parar retornar a Amsterdã!
Bem, espero que tenham gostado! Como sempre, se tiver alguma pergunta entre em contato conosco e responderemos o mais rápido possível!