Enquanto a eterna briga entre as empresas aéreas norte-americanas e a Qatar Airways continua, Doha conseguiu marcar um golaço essa semana. Eles concluíram as negociações de um acordo de céus abertos (open skies) com a União Europeia.
Com o acordo qualquer empresa da União Europeia poderá voar para o Qatar sem ter que recrutar um gerente de vendas local. A medida é parte de um amplo acordo de serviços aéreos que inclui cláusulas sobre concorrência justa, transparência, meio ambiente e proteção ao consumidor, embora detalhes exatos ainda não tenham sido divulgados.
O CEO da Qatar Airways, Akbar Al Baker, foi citado pela Reuters afirmando “O Catar comprometeu-se a oferecer um ambiente de negócios justo e amigável e, como resultado, as companhias aéreas europeias terão oportunidades comerciais irrestritas como nunca antes”.
Conclusão
Bem, antes de mais nada é preciso deixar claro que esse ainda não é a assinatura do acordo em si, mas a conclusão das negociações. E uma bela conquista para a Qatar Airways, pois eles têm muito mais a ganhar que a União Europeia.
Doha é principalmente um hub para conexões entre o Ocidente e o Oriente, então não vejo um grande volume de passageiros viajando para o Catar cujo destino final seja Doha (os famosos O&D – origin and destination no inglês). Como consequência, não imagino outras empresas aéreas da Europa lançando novos voos além das que já operam por lá.
Para a Qatar Airways, por outro lado, abre-se uma oportunidade para operar em cidades secundárias da Europa trazendo ainda mais conexões para o seu hub com destino à Ásia. Outro ponto positivo para a Qatar é o fato de que eles têm uma frota mais heterogênea que a Emirates, por exemplo, com aeronaves do tipo A320. Com isso eles podem entrar nessas cidades secundárias com aviões menores e depois trocar por maiores caso tenha uma resposta positiva dos mercados locais.