Portugal confirmou a privatização da TAP sem favorecer grupos. Lufthansa, Air France-KLM e IAG disputam o controle da companhia aérea.
O governo de Portugal confirmou que vai avançar com a privatização da TAP, afirmando que o processo será conduzido de forma técnica e sem favorecimentos a grupos específicos. O objetivo, segundo as autoridades, é assegurar o melhor resultado possível para o país, com foco em conectividade, empregos e fortalecimento do hub de Lisboa.
A declaração foi feita por Joaquim Miranda Sarmento, Ministro de Estado e das Finanças, que antecipou à imprensa que, em breve, será divulgado o cronograma oficial da operação. O novo modelo incluirá a definição de qual fatia da empresa o Estado pretende manter – ponto que gerou impasses em tentativas anteriores de venda.
Interesses de Gigantes Europeias
A confirmação da privatização da TAP reacendeu o interesse de grandes grupos da aviação europeia, como Lufthansa, Air France-KLM e IAG – holding que controla British Airways e Iberia. Cada um desses grupos enxerga valor estratégico na malha aérea da TAP, especialmente pela presença da companhia em mercados lusófonos e na ligação com a América do Sul e África.
Apesar do interesse, cada possível comprador apresenta riscos e vantagens distintos:
- Lufthansa já está em processo de aquisição da ITA Airways, o que pode concentrar ainda mais rotas entre Europa e América Latina.
- Air France-KLM segue em expansão após se aproximar da SAS, consolidando sua atuação no norte europeu.
- IAG, controladora da Iberia, pode enfrentar entraves regulatórios caso tente unificar a operação com a TAP na Península Ibérica.
Modelo Técnico e sem Preferências
O ministro Miranda Sarmento foi claro ao afirmar que a escolha será baseada em critérios objetivos.
“A proposta vencedora será a que melhor atender aos interesses de Portugal. Não temos preferências, não tomamos partido por A, B ou C”, afirmou em entrevista à agência Reuters.
O governo pretende avaliar os interessados não apenas pelo valor financeiro ofertado, mas também pela capacidade de fortalecer a aviação portuguesa no longo prazo. Manutenção de empregos, desenvolvimento do hub de Lisboa e expansão internacional são pontos que devem pesar na decisão final.
A privatização da TAP já foi tentada anteriormente, durante o governo de Pedro Passos Coelho, por meio de um consórcio liderado por David Neeleman, fundador da Azul Linhas Aéreas. Na época, o Estado manteve 50% das ações, mas o processo foi cercado de críticas: ingerência política, acordos polêmicos com a Airbus e conflitos de interesse marcaram aquele período.
Agora, o governo português busca um processo mais transparente e tecnicamente estruturado, com foco na estabilidade e projeção internacional da companhia.
Papel Estratégico da TAP
Apesar dos desafios enfrentados nos últimos anos, a TAP segue como um ativo estratégico para o setor aéreo europeu. Sua atuação nas rotas transatlânticas, especialmente com ligação a países de língua portuguesa, garante à companhia uma relevância única.
Para o governo português, o maior objetivo é garantir que essa relevância seja preservada – independentemente de quem venha a assumir o controle da companhia.
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