Depois de exatos 6 meses sem colocar os pés em um aeroporto desde o início da pandemia da covid-19, na última semana eu fiz uma viagem de avião e estava apreensivo de como seria a experiência. No geral correu tudo bem, mas teve seus altos e baixos que compartilho neste artigo.
O Aeroporto e o Embarque
Minha viagem começou no Terminal 2 do Aeroporto de Heathrow, em Londres. Para quem conhece, esse terminal está sempre lotado no começo da noite, que foi quando eu cheguei no aeroporto. Naquele dia acredito que o movimento de pessoas estava entre 20% e 30% daquilo que seria um dia normal.
Notei que uma série de medidas foram implementadas para tentar controlar o fluxo de pessoas e manter o terminal higienizado. O primeiro detalhe que me chamou a atenção foi o fato de que a entrada no terminal está restrita às pessoas que irão viajar.
Dentro do terminal a maioria esmagadora das pessoas estavam usando algum tipo de cobertura facial. Por ironia, os poucos que vi que não usavam nada eram alguns funcionários do aeroporto.
Para aqueles que se preocupam com o distanciamento social, a segurança e o raio x são os momentos mais críticos. Embora existisse espaço suficiente, as pessoas não estavam mantendo a distância mínima entre si. E infelizmente ninguém estava controlando isso.
Dentro do terminal, e mesmo porque o volume de pessoas transitando era bem baixo, manter o distanciamento social foi fácil. Inclusive, os assentos nos bancos estavam bloqueados de modo alternado.
O Voo
O embarque foi bem organizado, com prioridades primeiro e depois por filas. Isso garantiu o distanciamento necessário.
Aos passageiros nos foi solicitado que usássemos algum tipo de proteção facial durante todo o voo. Pelo que notei, ao menos no meu entorno, todos seguiram essa orientação.
A experiência a bordo, quando comparada com um voo em condições normais, foi a mais impactada. Mas infelizmente, muito desse impacto me parece ter mais a ver com ações da Latam para reduzir custos do que medidas de proteção e segurança. Você pode ler o meu review detalhado do voo neste artigo.
O desembarque em São Paulo foi muito bem organizado. Todos os passageiros permaneceram sentados até que suas filas fosse chamadas para desembarcar. A imigração e retirada de bagagem, até por causa do baixo número de passageiros no terminal, foi super tranquila e sem aglomerações.
A Hospedagem em São Paulo
Foi durante a hospedagem em São Paulo, num dos hotéis da Accor no qual sempre fico, onde as adaptações para a nova realidade ficaram mais visíveis.
Por um lado, o hotel está de parabéns pelas mudanças implementadas com o objetivo de garantir a segurança dos seus funcionários e hóspedes. Por outro lado, isso tem um custo, pois a experiência do cliente fica relativamente comprometida.
Essas mudanças se fazem notar, em detalhes como canetas e blocos de notas sendo entregues em um envelope no momento do check ao invés de estarem disponíveis no quarto. Porém o maior impacto está no café da manhã, onde a capacidade foi reduzida a 50% ou o buffet, sempre colorido e variado, agora protegido com placas de plástico transparente e um funcionário preparado para servir os clientes.
Obviamente, para quem está numa viagem de trabalho estes detalhes são irrelevantes. Porém, na minha opinião, isso tem um impacto na viagem daqueles que estão a turismo e querem apenas relaxar. Todos esses procedimentos deixam uma certa tensão no ar e acaba sendo impossível esquecer a covid-19.
Algumas Palavras
Como esta foi uma viagem para visitar a família, eu não vi grandes problemas. No entanto, fiquei refletindo qual teria sido o impacto se fosse uma viagem de férias, como por exemplo, visitar São Paulo pela primeira vez?
Provavelmente, não seria tão prazeroso quanto “nos tempos normais”. Imagino que essa constante lembrança da covid-19 e dos seus possíveis riscos tirariam o brilho da experiência se eu estivesse em busca de apenas relaxar e curtir uns dias de férias.