No Histórias e Viagens de hoje nosso leitor Henrique nos conta a segunda parte de sua aventura com a família ao redor do mundo. Para quem não o fez, recomendamos ler a primeira parte da história.
E antes de passarmos a bola para o Henrique, lembrem-se: Fez uma viagem inesquecível? Fez uma viagem horrível? Pagou um mico no exterior? Foi enganado e te cobraram mais do que deveriam? Conseguiu fazer uma super emissão de passagens para dar a volta ao mundo? Fez um churrasco no quintal e foi ótimo? Conte para nós! Basta entrar em contato através do info@pontoseviagens.com.
Agora é com você, Henrique!
Introdução
Nesta segunda parte eu compartilho com vocês as impressões que eu e a minha família tivemos dos voos e lounges que experimentamos durante a nossa viagem. Abordarei tanto os aspectos positivos, quanto os negativos.
Voos entre Porto Alegre e Fort Lauderdale
A experiência com a Azul teve seus altos e baixos. Falhou no setor doméstico, mas entregou o prometido na parte internacional.
O voo entre Porto Alegre e Campinas foi a pior parte da experiência com a Azul. Veja:
- O funcionário da Azul em Porto Alegre cadastrou o meu passaporte brasileiro no sistema ao invés do europeu, embora eu tivesse usado o passaporte correto no check-in online. Isso causou um problema que só foi resolvido em Campinas e eu fiquei com a impressão que haviam outras famílias na mesma situação
- A sujeira da aeronave da Embraer no trecho interno (POA-VCP).
- O monitor no assento que o meu filho utilizou estava estragado, e não funcionou nas cerca de duas horas de viagem até Campinas.
Agora falando da experiência em Campinas, eu gostaria de mencionar o lounge. O mesmo oferece boas opções de lanches, inclusive com pastel de Belém. Outro ponto positivo é a possibilidade de os clientes diamante poderem levar um adulto como acompanhante e os filhos menores de idade gratuitamente.
No que diz respeito ao voo entre Campinas e Fort Lauderdale o único ponto negativo foi o calor insuportável dentro da cabine até a decolagem.
Já com relação à aeronave em si, eu destaco o excelente espaço entre as poltronas justificando, na minha opinião, o valor adicional que eu paguei pela “economy extra”. Além disso, o atendimento e as refeições servidas durante a viagem ficaram dentro do esperado.
Por fim, a imigração em Fort Lauderdale foi péssima. Acredito que em razão das obras no aeroporto e a chegada de vários voos no mesmo horário, ficamos em uma fila interminável por quase três horas.
Voos entre Orlando e Tóquio
Como o primeiro trecho com a United partia às 09h50 da manhã, optei por passarmos a noite no Hyatt situado dentro do aeroporto de Orlando. A estrutura e o conforto são excelentes, além de ser possível avistar a pista e algumas aeronaves.
Porém, não é barato! Paguei mais de R$1.300,00 por uma diária, porém o valor foi parcialmente abatido em razão dos pontos que eu possuía no programa rewards da hotéis.com.
Cerca de duas horas e meia antes do voo, fomos em direção ao check in na United e chegando lá eu questionei os atendentes se, por possuir status diamante na Azul, poderia utilizar-me do acesso preferencial. Isso foi excelente, pois fomos poupados de enfrentar fila, além de termos um atendente para etiquetar as bagagens.
O trecho interno até Chicago foi feito em um 757-300 da United, cujo interior era novo. Achei o atendimento da equipe de bordo simpático e eficiente, além de servirem snacks e água gratuitamente. Enfim, foi um bom voo de 03 horas, apesar de o espaço entre as poltronas não ser dos melhores.
No aeroporto de Chicago, já tinha visto que o voo da ANA saíria do mesmo terminal em que chegaríamos, onde está localizada a sala VIP Polaris da United. Esta sala superou a já alta expectativa que eu tinha após ler os relatos de quem por lá já passou.
Além da decoração ser de muito bom gosto, as refeições à la carte servidas são deliciosas e de excelente qualidade, desde a entrada, ao prato principal e à sobremesa. Isso sem contar as boas opções de bebidas e o atendimento muito simpático da atendente responsável pela nossa mesa.
Após o almoço eu fui conhecer o bar do lounge e que conta com excelentes opções de cerveja (eu, particularmente, adoro uma Samuel Adams)!
Finalmente, por volta das 15h30 fomos ao portão de embarque de onde sairia o voo da ANA direto para Haneda. Tão logo nos aproximamos, tivemos uma grata surpresa: a aeronave utilizada pela Cia japonesa (um B777-300ER) era um “BB-8”.
Para uma família fã da saga Star Wars (OBS: ainda estávamos muito contentes por ter conseguido conhecer a concorridíssima atração do “Rise of Resistence” no parque Hollywood Studios da Disney), nada melhor que um prenúncio desses.
E, de fato, a impressão inicial não só se confirmou, como foi ampliada: podemos conhecer de perto um atendimento a bordo impecável, uma educação e pro-atividade da tripulação sem igual, sem contar a qualidade das refeições. Até mesmo o assento, que ainda era o antigo, era muito espaçoso e confortável.
Para fechar este trecho com chave de ouro, a tripulação fez um decoração em um prato de sobremesa servida ao meu filho, dando-lhe as boas vindas ao Japão. Não por menos, a partir de então, no “ranking” da família, a ANA assumiu o primeiro lugar, deixando para trás a Qatar, Emirates, Turkish, Lufthansa e Eva Air, entre outras.
Voo entre Tóquio e Doha
Este trecho marcou a primeira experiência minha e da minha família nas famosas Qsuites, ditas por muitos como uma classe executiva que se aproxima de uma primeira classe, no que concordo. Efetivamente, o atendimento prestado pelas atendentes da Qatar é excelente, e o mesmo podendo ser dito pelo espaço, privacidade e disposição dos assentos, além da qualidade das comidas servidas.
Obviamente que a experiência com a primeira classe da ANA não foi superada, porém ficamos bem impressionados com as Qsuites, apesar de nitidamente, a comissária de bordo que me atendeu ter demonstrado ser muito mais ágil e competente que aquela que atendeu a minha esposa.
Ainda no aeroporto de Haneda, os clientes voando na classe executiva da Qatar tem à disposição o Sakura Lounge da JAL, localizado bem próximo ao portão de embarque. Este lounge, apesar de cheio, mostrou-se razoável, mais pela qualidade da cerveja japonesa fornecida, do que pela alimentação em si, basicamente oriental e com pouca variedade.
Por falar em lounge, fiquei impressionado com os dois que a Qatar disponibiliza para os seus passageiros que estão chegando em Doha. O primeiro, Imigration Lounge, que serve para furar a fila da imigração, possuindo um atendimento personalizado.
Já o segundo, Arrival Lounge, para fazer uma refeição e tomar um banho, que, no nosso caso, valeu muito à pena, pois chegamos por volta das 06h da manhã na cidade.
Voo entre Doha e Frankfurt
A expectativa por conhecer, neste trecho, a primeira classe da Qatar compreendia não só o voo em si, mas também o lounge Al Safwa. E, uma vez mais, a empresa fez jus à fama que possui.
A qualidade da empresa começa quando desembarcamos do Uber no terminal internacional do aeroporto de Doha. Imedtamente já foram coletadas as malas e fomos direcionados para cabines privativas para fazermos o check-in dos passageiros em classe executiva e primeira classe.
Faltavam cerca de duas horas e meia para o voo decolar, e o atendimento foi rápido e muito eficiente. Isso nos deu cerca de quase duas horas para conhecer o tão comentado lounge da empresa.
Aliás, por falar nele, apesar de a minha esposa ter ficado um pouco decepcionada em relação ao lounge Al Mourjan por achá-lo muito grande, com opções de comida e bebida pouco fartas, a minha experiência e a do meu filho foram excelentes. Ainda que no horário que fomos somente estivessem servindo o café da manhã, os eggs benedict que provei estavam excelentes, e o meu filho adorou o suco de laranja natural e a parte dos videogames.
Ultrapassada a parte dos lounges, nossa experiência no A380 da Qatar foi muito boa. Tanto a da minha esposa na classe executiva, com a minha e de meu filho na primeira classe.
Aliás, tão logo adentramos na aeronave, já fomos informados que éramos os únicos passageiros voando em first. A comissária designada para nos atender era muito atenciosa e simpática, e o chefe de cabine se apresentou para nós, sabia o nosso nome e se colocou à disposição para o que fosse necessário.
A experiência, neste aspecto, se aproximou, em muito, daquela que tivemos com a ANA. A decepção foi que as opções de alimentação eram as mesmas disponíveis para a classe executiva. No mais, é sempre legal voar em uma aeronave com um bar a bordo (já tínhamos tido esta excelente experiência com a Emirates).
Voos entre Frankfurt e São Paulo
Ambos os trechos, Frankfurt – Lisboa e Lisboa – São Paulo, foram com a TAP e apesar de termos voado em duas aeronaves novas, o resultado foi decepcionante.
O primeiro trecho foi no A321 Neo, cuja classe executiva tinha assentos na disposição 3×3, com o assento do meio bloqueado. Neste trecho, o aspecto positivo foi a qualidade da refeição servida: escolhi o prato que estava soberbo.
O ponto negativo foi o atraso considerável no voo. Isso, aliado ao embarque remoto em Frankfurt, fizeram com que chegássemos em Lisboa com o embarque já iniciado para o para São Paulo.
Porém, o que mais me aborreceu foi a insistência deselegante do pessoal de terra da TAP para que os passageiros despachassem a sua bagagem de mão, já que a classe econômica estava lotada
Em razão do atraso, tivemos que ir rapidamente para o embarque do voo para Guarulhos, porém os problemas não terminaram aí. Após o embarque, ficamos retidos em um ônibus por mais de 10 minutos.
Somente após a reclamação dos passageiros é que partimos em direção à aeronave, o que durou mais uns bons minutos. Achei um absurdo embarcar cerca de 300 passageiros remotamente, ainda mais estando a aeronave bem distante do portão.
Para completar, ao chegar na aeronave tivemos outra espera dentro do ônibus. Issa se deu, provavelmente, em razão de estarem embarcando um passageiro que acredito que estava sendo deportado.
Em relação ao voo, em si, mais decepções! O banheiro da parte da frente da aeronave não tinha água, o que somente foi corrigido posteriormente em razão das reclamações dos passageiros.
O serviço de bordo foi apenas razoável e, além disso, somente foi servida janta e café da manhã, nada de lanches entre as refeições – o que no meu caso faz muita falta).
Os dois banheiros localizados no final da classe executiva eram compartilhados com a classe econômica. Isso frequentemente resultava em demoradas filas.
A poltrona deste novo avião é muito desconfortável quando colocada na posição cama, já que o afunilamento na região dos pés é terrível, praticamente inviabilizando que o passageiro vire de lado quando deitado. Para piorar, embaixo do monitor há a mesa de refeições embutida e acerta-se o joelho nela o tempo todo.
Ao menos a tela de entretenimento era bem boa, e o Wi-Fi funcionou perfeitamente, sendo vencedor, ao menos neste quesito, em relação à ANA e Qatar, inclusive.
Voo entre São Paulo e Porte Alegre
Aqui não há muito o que comentar. O check-in para clientes premium da Gol foi eficiente e rápido, e a sala VIP no terminal 02 de Guarulhos é razoável, embora o ambiente logo cedo da manhã estivesse bem cheio.
A lamentar apenas a postura e falta de educação de alguns passageiros que lá transitavam de pés descalços, por exemplo. No mais, o voo saiu no horário, tendo a empresa cumprido adequadamente com o seu papel, dentro dos padrões que se esperava.
Algumas Palavras
Enfim, essas foram as nossas impressões dos voos e lounges visitados. Espero que tenham gostado e qualquer dúvida estou à disposição para tentar respondê-las nos comentários. Finalmente, um agradecimento especial ao Cláudio, Paulo e Beatriz pela oportunidade que me foi concedida.
Nota: Mais uma vez, nós gostaríamos de agradecer ao Henrique por compartilhar conosco as impressões suas e de sua família sobre os lounges e empresas que experimentaram. Caso você não o tenha feito, não deixe de ler a primeira parte do relato do Henrique – Clique aqui para acessá-la.
Para Saber Mais
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