O futuro dos programas de milhagens pós covid-19 é algo que tem sido constantemente debatido por blogs e pela mídia especializada. Agora, será que esse futuro será melhor ou pior para nós?
Neste artigo eu discuto o assunto de um modo geral e sem grande ênfase na realidade brasileira, pois somos um caso à parte há algum tempo! E será motivo de um outro texto.
Você vale o quanto paga
Liderado pelas empresas aéreas dos Estados Unidos, o conceito de fidelização no sentido tradicional foi abandonado há anos. Até dois meses atrás, o que importava era o valor do seu bilhete aéreo.
Com isso, o funcionário do banco de investimentos que viajava a trabalho em tarifas cheias tinha mais valor que o passageiro que viajava com dinheiro do próprio bolso em tarifas promocionais, mas muitas vezes ao ano.
Todavia, o futuro dos programas de milhagens pós covid-19 estará em cheque segundo essa lógica e por qual razão? Simples, além da crise óbvia que está fazendo a economia do mundo encolher a níveis de 10 anos atrás, as empresas estão re-descobrindo que muitas viagens de trabalho não são necessárias. Uma teleconferência resolve o problema, sem a necessidade de alguém ter que cruzar o Atlântico somente para apertar as mãos de um cliente.
Consequentemente, talvez as empresas aéreas se verão obrigadas a olhar para aquele passageiro frequente que viajava comprando passagens nas promoções e com dinheiro do próprio bolso. Será?
Milhas ou dinheiro?
Em artigo recente, o The Points Guy fala que as grandes empresas aéreas dos Estados Unidos estão se preparando para vender enormes quantidades de milhas aos cartões de crédito. O objetivo é fazer caixa agora para poder atravessar a tormenta até que os passageiros voltem.
Todavia, a pergunta que se faz é – estariam os clientes interessados nessas milhas? Primeiro, muitos se sentem traídos pelas empresas aéreas que ao longo dos anos reduziram os benefícios dos programas de milhagens e inflacionaram ridiculamente as tabelas de prêmio.
Segundo, os mesmos cartões de crédito que provavelmente irão comprar essas milhas também oferecem o famoso cashback (gaste em um cartão e receba uma porcentagem do dinheiro de volta). E nesse momento vem a pergunta: Em tempos de crise, eu prefiro dinheiro no bolso ou milhas?
É bem provável que muitos venham a optar pelo dinheiro no bolso, pois assim é possível comprar uma passagem aérea em promoção para possivelmente viajar na data e horário que melhor atendem às necessidades de cada um.
Algumas Palavras
Assim como em muitas outras áreas de nossas vidas, o covid-19 será um divisor de águas no mundo das viagens. Nada será como antes!
Diante da necessidade urgente de fazer caixa, será que as empresas aéreas irão rever o seu conceito de fidelidade? Será que teremos mais benefícios e reconhecimento?
Eu particularmente acredito que sim. Todavia, posso estar completamente enganado!
Qual a sua opinião? Vamos debater o assunto!