Todo mundo reclama e fala mal dela. Mas, vamos ser honestos, apesar de todos “aqueles” problemas que não vou me ater aqui, ela ainda é maravilhosa! E eu estou falando do Rio de Janeiro, claro!
Neste artigo vou tentar mostrar para vocês que o Rio tem muito mais a oferecer que apenas praias. Aqui você verá como eu e um amigo passamos quatro dias na cidade e partimos sem ver tudo o que havíamos planejado, o que na verdade é uma desculpa perfeita para voltarmos!

Praia da Urca
É interessante ver como o Rio de Janeiro cativa os turistas estrangeiros. Quando eu e meu amigo galês estávamos no aeroporto esperando o voo para Foz do Iguaçu ele me disse: “Depois de Foz nós poderíamos cancelar São Paulo e voltar para o Rio! O que você acha?” Nem respondi. 😐
Mas chega de enrolação e mãos à obra. Espero que vocês curtam a leitura!
Primeiro Dia – Ipanema, Arpoador, Morro da Urca e Caminho Claudio Coutinho
Nosso primeiro dia no Rio de Janeiro começou no final da manhã depois de uma verdadeira maratona no aeroporto de Guarulhos onde chegamos de Londres e quase perdemos o voo da Gol para o Santos Dumont. Tudo isso porque eu, burro, achei que duas horas era tempo mais que suficiente para desembarcar de um voo no Terminal 3 e deslocar-se até o Terminal 2 para embarcar para o Rio!

Ipanema e Leblon
Enfim, às 11:00 horas da manhã, depois de fazermos o check-in no Sofitel Ipanema (Leia aqui as minhas impressões sobre o hotel), já estávamos com os pés na areia de Ipanema.
Eu sei que eu comecei o texto falando que o Rio tem muito mais a oferecer além de Ipanema e a primeira coisa que fizemos foi justamente caminhar na praia e na avenida Vieira Souto. Mas para meu amigo estrangeiro que nunca havia estado na cidade e sempre ouviu Garota de Ipanema, estar ali era a realização de um sonho da adolescência.
A Avenida Vieira Souto sempre tem gente bonita caminhando, correndo, ou pedalando de manhã ou no fim do dia. Como disse meu amigo, “Não sei pra que lado olho, se para o mar, para a areia ou para esse povo todo”. Agora por que estou contando essa história?
Para lhes dizer que passear por Ipanema, tomar uma cerveja ou uma água de coco na beira da praia deve obrigatoriamente fazer parte do roteiro de sua visita ao Rio. De preferência, vá até as pedras do Arpoador, sente-se por lá e apenas contemple a vista de Ipanema e Leblon. Meu único conselho, cuidado para não ser atropelado por uma bicicleta!

Vista de Ipanema – Bar do Hotel Sofitel
Depois de ficarmos no Arpoador por algum tempo, decidimos que era hora de voltar para o hotel e ir procurar almoço. Pegamos um Uber e fomos para o Cobal (rede de mercados especializada na venda de produtos hortifrutigranjeiros ) de Botafogo para almoçar em um local chamado Espírito do Chopp, que nos foi recomendado por um amigo carioca.
O lugar é bem simples, mas foi uma das melhores refeições que tivemos no Rio. Pedimos picanha grelhada, que foi preparada na hora e na nossa frente, e como acompanhamento farofa, mandioca frita e arroz! Quer coisa melhor?!?
Eu não me lembro de ter visto nenhum turista no restaurante e quase todas as mesas estavam ocupadas por pessoas que eu julgo serem moradores do Rio de Janeiro, o que é sem dúvida um atestado da qualidade do atendimento! Caso você tenha a oportunidade, eu recomendo almoçar por lá e claro não esqueça de pedir um chopp bem gelado!
Terminado o almoço seguimos para a Urca, mas ao invés de passear de bondinho, fomos andar pelo Caminho Claudio Coutinho que margeia uma boa distância do Pão de Açúcar. Eu diria que vale a pena fazer essa caminhada por três razões: é bastante tranquila o que dá a oportunidade de apreciar a paisagem que é muito bonita, você consegue chegar bem próximo dos saguis e aqueles com ouvidos e olhos atentos notarão a diversidade de aves na área.
Como o lugar é cercado, é importante ficar atento aos horários de abertura e fechamento do caminho e eu diria que os melhores horários para estar lá é logo cedo ou ao entardecer.

Por do Sol na Mureta da Urca
Após sairmos do Caminho Claudio Coutinho fomos até a mureta da Urca, no fim da orla, e quando chegamos já estava quase anoitecendo e toda a área estava lotada de gente tomando uma cervejinha e ouvindo música. Como era um dia claro tivemos a sorte de ver o sol se pondo atrás das montanhas com o Cristo Redentor a sua esquerda, o Pão de Açúcar à direita e as águas calmas da baía na nossa frente que eram quase como um espelho.
Isso deve ser algo muito comum para quem frequenta aquela área, pois enquanto nós estávamos de queixos caídos parecendo bobos com o espetáculo gratuito que o sol estava nos dando, a maioria das pessoas pareciam indiferentes a tudo isso. Sem dúvida alguma, esse foi o nosso presente de boas-vindas ao Rio de Janeiro e uma forma maravilhosa de fechar com chave de ouro nosso primeiro dia na cidade!
Dica 01: Planeje sua visita ao Caminho Claudio Coutinho para o período da tarde, pois assim você poderá encerrar o dia na mureta da Urca tomando uma cerveja. Apenas certifique-se que o tempo esteja bom para poder apreciar o por do sol.
Dica 02: Se quiser aproveitar o por do sol com conforto, não se sinta envergonhado(a) e leve um banquinho de praia. Meu amigo Wagner me disse que muita gente faz isso.
Dica 03: Ainda segundo o Wagner, o buteco que fica na Orla tem um restaurante no primeiro andar muito bom. Além disso as porções vendidas no buteco são ótimas.
Segundo Dia – Floresta da Tijuca, Vista Chinesa, Pedra da Gávea, Pedra Bonita e Barra da Tijuca

Pedra Bonita – Rio de Janeiro
Nosso segundo dia começou de uma forma bem mais civilizada, sem correria em aeroporto e com café da manhã no hotel. Meus amigos cariocas haviam prometido cuidar do roteiro e disseram ainda que seria um dia diferente e olha, cumpriram com a palavra, pois o dia foi ótimo e o típico tédio dos domingos não deu as caras em momento algum!
Meus amigos nos pegaram no hotel e seguimos para a Floresta da Tijuca onde o destino final seria a Pedra Bonita com paradas na Vista Chinesa e no ponto onde as pessoas saltam de aza delta. Pois bem, para quem conhece o Rio já dá para ter uma ideia do que nos esperava pela frente.
Tudo correu muito bem até a Vista Chinesa (carrinho com ar condicionado e musiquinha no rádio), onde paramos para apreciar a vista e entender a história por trás do local. Depois voltamos para o carro, dirigimos mais uns minutos, paramos num estacionamento e aqui comecei a ver o “diferente” da promessa quando começamos a subir o morro a pé! Sou bem acostumado a caminhar e mesmo assim penei, tendo inclusive que parar algumas vezes para descansar – a subida é pauleira!
Mas, deixando o drama e a ‘suadeira’ de lado a caminhada foi ótima. Afinal de contas, você se dá conta que está no meio da Mata Atlântica, com pássaros e macacos por todo lado e ainda tem vistas incríveis da cidade do Rio de Janeiro.
Caminhamos uns trinta minutos e chegamos no lugar onde as pessoas saltam de aza delta. Vou lhes dizer, tem que ter coragem, hein?!?! Eu acho que não encaro um salto daqueles por nada! Na sequência rumamos para a Pedra Bonita e quando cheguei lá esqueci o cansaço e o calor, pois a vista é fenomenal.
De um lado você vê partes de diferentes bairros do Rio de Janeiro e do outro a Barra da Tijuca. Ao voltarmos da Pedra Bonita seguimos para a Barra e passamos a tarde explorando as diferentes praias da região. Para fechar o dia paramos em um quiosque e tomamos uma boa caipirinha, afinal de contas ninguém é de ferro!

Vista Chinesa
De volta a Ipanema fomos jantar em um restaurante próximo ao nosso hotel chamado Via Sete que me pareceu bastante popular com os turistas. Se você procura um lugar com gente jovem e onde você possa sentar do lado de fora, considere essa opção.
A comida era muito boa e os garçons bastante atenciosos. Inclusive, durante o jantar teve uma apresentação de capoeira na rua e claro os turistas estrangeiros que estavam no restaurante ficaram encantados!
Dica: Caso você não tenha amigos no Rio de Janeiro, trate de arrumar alguns rapidinho ou use um dos guias para fazer a visita à Pedra Bonita. Não vá sozinho se você não é da cidade, pois você correrá o risco de se perder no caminho.
Terceiro Dia – Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Real Gabinete Português de Leitura, Igreja São Francisco de Paula e Copacabana

Vista a Partir do Pão de Açúcar
No terceiro dia, uma segunda-feira, fizemos os passeios mais tradicionais que todos os turistas fazem. Nosso primeiro destino foi o Cristo Redentor e aqui vou focar mais em algumas dicas do que falar o quão bonita é a vista de lá de cima!
Dica 01: A melhor forma de se chegar ao Cristo é usando o trem do Corcovado. Você apreciará mais a paisagem do que se for de van.
Dica 02: O bilhete do trem deve ser comprado online e com antecedência no site Trem do Corcovado. Imprima o comprovante e leve-o com você.
Dica 03: No trem, para subir até o Corcovado, embora você tenha que viajar de costas, sente-se do lado esquerdo. Depois de um tempo você terá vistas ótimas!
Dica 04: Faça a visita de manhã, se possível vá no primeiro grupo. Do meio da manhã em diante o espaço fica lotado e é quase impossível fotografar em paz, pois as pessoas ficam loucas fazendo selfies por todo lado.
Saímos do Corcovado, pegamos um Uber e fomos para o Pão de Açúcar. Chegando lá tivemos os mesmos problemas com o povo fazendo selfies para todo lado! Então o ideal é também visitar o Pão de Açúcar de manhã.
Ou seja, não faça como nós que fomos aos dois locais no mesmo dia. Para evitar filas, compre os ingressos para o bondinho no site do Pão de Açúcar clicando aqui.

Real Gabinete Português de Leitura
Nossa próxima parada foi no Real Gabinete Português de Leitura, que aparece em várias classificações internacionais como uma das bibliotecas mais bonitas do mundo. O local é bem pequeno, mas é tão bonito ao vivo quanto nas fotos. Definitivamente vale a visita.
Saímos do Real Gabinete Português de Leitura e fomos pegar o metrô, mas eu vi uma igreja logo do lado e decidi entrar. No caso a igreja é a de São Francisco de Paula, uma joia rara escondida no centro do Rio de Janeiro que muitos guias de viagem não mencionam. A foto abaixo dá uma ideia de como é o seu interior.

Igreja São Francisco de Paula
Dica: Não deixe para visitar essa área no fim do dia, pois fica no centro antigo da cidade e talvez você se sinta um pouco desconfortável em estar por lá ao entardecer.
Para fechar o dia fomos visitar essa senhora que, apesar da idade, continua linda e charmosa – Copacabana!
Fizemos uma boa caminhada desde Ipanema até quase a metade de Copacabana onde fomos presenteados com um lindo entardecer. Para os mais curiosos, preste atenção no desenho das pedras no chão, é diferente de Ipanema!
Agora o difícil é olhar para o chão quando se está por lá com tanta coisa bonita ao redor.
Fechamos o dia em um restaurante chamado Garota de Ipanema, que segundo consta era frequentado por Tom Jobim. Pedimos um prato bem parecido com o que comemos no Espírito do Chopp e devo admitir que fiquei um pouco desapontado com a qualidade da comida e do atendimento.
Nada saiu errado, mas de um modo geral a experiência não foi tão boa. Acho que porque o local é cheio de turistas, o atendimento se torna mais impessoal.
Quarto Dia – Confeitaria Colombo, Teatro Municipal, Biblioteca Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional e Boulevard Olímpico
No nosso último dia no Rio de Janeiro fomos tomar café da manhã na Confeitaria Colombo, fundada em 1894 e ponto de encontro da elite carioca da época. Recomendo passar por lá, pois o local é bonito, tem história e a comida é boa.
Dica: Reserve uma mesa no dia anterior para não ter que esperar na fila!

Teatro Municipal
Depois do café da manhã fomos para a Biblioteca Nacional, que tem uma entrada muito bonita e nada mais, já que as outras áreas têm acesso restrito. Neste link você pode encontrar mais informações sobre os trabalhos desenvolvidos na Biblioteca Nacional e também fotos bem interessantes do seu interior.
Do lado da Biblioteca está o Museu Nacional de Belas Artes com um acervo que combina artes clássica e contemporânea. Embora seja interessante, você não sai de lá impressionado.
Por último visitamos o Teatro Municipal e esse sim vale a pena. Fizemos uma das visitas guiadas que foi muito legal, pois nos levaram para ver praticamente todas as áreas do teatro e os guias explicam toda a história envolvendo a construção do mesmo e você se dá conta que o “Brasil já era Brasil” mesmo naquela época! 🙂
Dica: Os três prédios ficam um do lado do outro e caso você tenha tempo visite todos, mas se tiver que escolher um, vá apenas ao Teatro Municipal.
O ponto alto do dia foi o Museu Histórico Nacional, que cobre a história da civilização brasileira desde os índios até os dias atuais. Admito que não sou um perito em museus, mas já visitei vários ao redor do mundo e digo que este é um dos melhores que já fui. Não deixe de visitar! E note que tudo o que fizemos até aqui foi caminhando, pois todos os pontos ficam bem próximos uns dos outros.
Para encerrar o dia fomos conhecer o Boulevard Olímpico e também visitar o Museu do Amanhã que é bem famoso hoje em dia no Rio de Janeiro. Infelizmente não conseguimos entrar no Museu do Amanhã, pois a fila estava gigantesca. Desculpinha boa para voltar naquela área do Rio na próxima visita à cidade.
Dica: Se você for ao Museu do Amanhã em uma terça-feira, vá bem cedo, pois às terças a entrada é gratuita gerando filas.
Algumas Palavras

Barra da Tijuca
A visita ao Rio de Janeiro foi bem legal e como vocês viram acima a cidade oferece muitas oportunidades de lazer que vão muito além das praias constantemente mostradas na televisão. Basta um pouco de curiosidade e disposição para caminhar.
Espero que tenham gostado da leitura. Se tiver alguma pergunta, nos escrevam para o info@pontoseviagens.com
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