Hoje o Direto da Galley vai aos Emirados, pelas palavras de uma bela comissária brasileira, que resolveu viver a experiência de morar em um lugar tão diferente, de cultura tão particular, para viver o sonho de voar.
Então acomodem-se em seus assentos, acenda a luz de leitura se precisar, aproveite e se entregue a essa experiência tão rica de detalhes!
Eu e Stefania voamos juntas no Brasil por alguns meses e eu sempre admirei sua postura elegante e delicada de trabalhar. Com um inglês perfeito, fazia os mais belos anúncios de bordo e eu a chamava carinhosamente de moranguinho.
Ela sempre me perguntava como tinha sido minha experiência de trabalhar com outras culturas e eu jamais poderia imaginar que um dia ela me telefonaria para dizer que estava morando em Dubai, voando pela Emirates!
Sim, ela voou longe, foi em busca do sonho de conhecer lugares lindos e pessoas interessantes, foi desafiar a solidão de estar tão distante de familiares e amigos queridos. Ela se empoderou e foi levar a brasilidade para o outro lado do mundo!
No treinamento de 60 dias já se podia imaginar que a seriedade e os protocolos de segurança seriam o que iriam exigir mais atenção todo o tempo de trabalho. Apresentação sempre impecável no uniforme, na atitude, na postura de atendimento ao passageiro. Muita coisa a aprender, assimilar, levar consigo para a vida!
A regulamentação de vôo segue as leis de cada país e lá também não tem moleza na escala, se é para trabalhar, vamos trabalhar!
Hats on, smile on – assim me disse ela!
Agora tudo se resume em: Before the Covid and after the Covid!
Gloves on, masks on! A empresa adotou EPIs para serem usados por todos os comissários, sobre os uniformes, além de tantos outros protocolos de segurança a bordo.
Fica difícil se comunicar e levar a simpatia brasileira aos passageiros, mas também não é impossível, só dá mais trabalho.
Voando no A380 e no B777-300 encontro muitos brasileiros indo e vindo e a conexão com eles é sempre muito boa, mas tenho que confessar que o perfil dos brasileiros parece mudar de acordo com a rota do vôo, alguns ficam surpresos de encontrar uma comissária brasileira indo para Islamabad e fazem muitas perguntas, outros entretanto, não fazem questão de ser simpáticos em um vôo saindo de São Paulo para Dubai.
Outro dia em um voo para Paris, levei um casal de lua de mel e foi uma doce e agradável experiência poder atende-los.
Eu não tinha idéia de como existem indianos pelo mundo e assim como os paquistaneses eles são mais difíceis de agradar pela cultura e particularidades na alimentação. É muito desafiador fazer estes vôos, se assim posso dizer.
O trabalho em equipe que tínhamos no Brasil não acontece de forma muito natural, mas as comissárias brasileiras são reconhecidas pela excelência de atendimento e comprometimento no trabalho de bordo! Well done darling!
Perguntei porque voar fora do Brasil? A resposta rápida e leve como sua juventude me veio em uma única frase:
A experiência de poder conhecer outras culturas e outros lugares e suas riquezas e diferenças. Estar hoje em Londres, amanhã em Paris e na próxima semana nas Maldivas!
É uma pena que durante a pandemia, os comissários não podem deixar os quartos nos hotéis, então a boa conversa acontece mesmo na Galley, onde independente da nacionalidade, não falta assunto. Nos tornamos mais que amigos, uma família que reunida segue para o mesmo destino!
Eu, Rosane, me sinto orgulhosa de ter sido de alguma forma, uma fonte de inspiração para esta bela comissária. Que ela alcance voos altos com segurança e para lindos destinos!
Na verdade, toda mulher tem uma fênix dentro de si! Dê a ela asas e ela voará!