O mundo em que um comissário de bordo vive sempre despertou muita curiosidade, desde como é a vida em família até o treinamento que recebemos para poder tripular uma aeronave.
É verdade que precisamos ter algumas habilidades muito específicas para ser comissário de bordo, os tais soft skills, além dos cursos e certificados obrigatórios. Mas, dependendo da empresa aérea que for a pessoa for contratada, a sua capacitação para ser tripulante vai lhe acompanhar por toda a vida!
O Direto da Galley sai da cozinha do avião e vai para a sala de treinamento para responder algumas perguntas de leitores do último post, em especial nosso querido Carlos.
Treinamento
Ao ser admitido em uma empresa aérea, o comissário deverá receber instruções teóricas e práticas sobre o equipamento a ser voado. Isso acontece em uma aeronave propriamente dita (em solo), ou em um mock-up (simulador) específicoss para o tipo de aeronave na qual irá efetivamente voar.
Cada país tem uma autoridade nacional de aviação civil que trabalha pela adequação aos parâmetros globais. No Brasil a ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil, é a reguladora federal que tem a responsabilidade de supervisionar a atividade da aviação civil no país, incluindo os certificados de habilitação para os comissários de bordo. As revalidações destes certificados são feitas anualmente pelos comissários.
Quem Voa Onde e Faz o Que
De uma forma mais generalizada, as empresas aéreas dividem as tripulações em voos domésticos e voos internacionais (shorthaul e longhaul) e com operações separadas.
Embora o treinamento básico seja o mesmo para os dois grupos, incluindo segurança, combate ao fogo, emergência a bordo, primeiros socorros, as escalas são elaboradas separadamente. Quem voa internacional não voa doméstico e vice-versa.
No Brasil, a lei exige que um tripulante inicie a carreira na empresa aérea começando pelos voos domésticos, mesmo que tenha prévia experiência em voos internacionais. Para se chegar ao time de voo internacional é preciso ter cumprido plano de carreira por senioridade.
É também por senioridade que escolhemos onde vamos trabalhar a bordo durante o briefing, ou reunião, que acontece antes do primeiro voo do dia.
Serviço a Bordo
Os comissários que tripulam uma aeronave tem o mesmo treinamento técnico. Mesmo em uma aeronave de grande porte, com classes de assentos distintas, todos saberão como operar as portas em caso de emergência, como combater fogo a bordo ou evacuar a aeronave, a única diferença no treinamento será no serviço de bordo.
Na Emirates por exemplo, quem trabalha na classe executiva tem um treinamento bem específico para vinhos, eles consideram importante saber sugerir o melhor vinho para acompanhar o jantar a bordo.
Já na britânica British Airways, o comissário que atende a primeira classe tem um treinamento especial para poder entregar o glamour e o luxo que o produto oferece.
No caso dos voos domésticos no Brasil, operados por aeronaves de menor porte, toda a tripulação também tem o mesmo treinamento. A única diferença acontece apenas quando o serviço de bordo é diferenciado, no caso dos voos no Mercosul ou na econômica premium doméstica, nas primeiras fileiras do avião, o chefe de cabine é treinado em separado para este atendimento.
Segurança a Bordo
Algo que acontece muito, e com certeza oferece um risco enorme de fogo a bordo é a perda do celulares nos assentos dos passageiros, especialmente se for um daqueles flat seats, retrátil e com partes inacessíveis.
Se por acaso seu celular se perder no assento, não tente mover o assento. Chame o comissário que ele saberá o que fazer, independente da classe que ele estiver trabalhando.
Se o assento parar de funcionar, não force os controles; chame o comissário que ele também saberá o que fazer.
Com as novas tecnologias a bordo, a manutenção da segurança se tornou mais difícil, mas os treinamentos também se adaptaram às necessidades mais atuais e o comissário é a pessoa que vai te ajudar a recuperar seu celular ou a não permitir que você inicie um processo de fogo esmagando a bateria de lítio a bordo!
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