O Direto da Galley de hoje vai para o frio! Era dezembro, aterrizei em Heathrow, céu nublado e frio como de costume, a noite atravessamos a rua em frente ao hotel e nos reunimos com amigos no The Punch Bowl Pub, comida tailandesa, quentinha e saborosa e uma taça de vinho tinto para aquecer e relaxar.
Não nos demoramos muito pois o cansaço da noite anterior trabalhando em um vôo lotado ainda persistia mesmo depois de horas de sono naquela cama macia com edredom tog 12 (resistência termal) apropriado para o inverno britânico.
Nesta época do ano era sempre mais cansativo sair do calor do Rio, passar pelo não menos quente verão paulista e voar para a Inglaterra. Como eu já comentei em algum outro post, era sair do forno para o freezer e do freezer para o forno.
Na tripulação estavam comigo duas amigas queridas e um colega argentino, só alegria e garantia de um layover, ou dias de pernoite, com muitas conversas, risos e boa companhia. Programação para o dia de folga: acordar cedo e sair para as passear no centro de Londres.
Com o fuso horário de mais 4 horas, o meu cedo era quase horário de almoço e para falar a verdade uma das melhores coisas de se chegar em um hotel depois de voar a noite toda era poder se jogar no sono sem culpa.
Amanhece e eu acordo com batidas fortes na porta do quarto, levanto ainda tonta de sono e minha amiga está eufórica porque havia nevado. Ela gritava: acorda carioca, vem ver a neve!!! Acorda!!!!
Corri para a janela e estava tudo incrivelmente branco, maravilhosamente muito branco. Me vesti com tudo de mais quentinho que eu tinha levado na mala e fomos conferir aquela cena tão diferente que a natureza nos havia presenteado.
Eu já havia visto flocos de neve, mas nada comparado com aquela neve que passava da altura de meus joelhos. Em menos de 5 minutos estávamos brincando como crianças e rindo até chorar.
Tudo bem que o aeroporto fechou, que as escalas enlouqueceram com voos cancelados, que nem carro passava na rua, que cancelamos nosso passeio. Aquele dia foi uma linda surpresa e eu que cresci no subúrbio do Rio, fiquei encantada.
Ficamos sem programação para voltar ao Brasil por 1 semana devido ao caos nas operações aéreas. Ficamos isolados no hotel, uma breve quarentena, mas tudo bem, a lembrança ainda hoje, vários anos depois, ainda me faz sorrir.
E não é disso que a vida é feita? São os bons momentos que colecionamos ao longo de nosso caminho que irão nos confortar quando a saudade apertar. E assim como vocês, queridos leitores, que saudades tenho de voar!
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