E este ano um Natal diferente para cada uma das pessoas, de todos os países, em todas as casas. Este é um Natal em que fomos obrigados a repensar quem somos diante da força de um vírus, fomos obrigados a reavaliar nossos sonhos, metas e objetivos.
É o Natal inesperado, inusitado, onde temos que aprender a lidar com o imprevisto do que não é comum, assim como a vida do tripulante de bordo.
Você sabia que o comissário pode ser chamado para voar em 24 horas no dia 23 de dezembro e tem que desconvidar as pessoas para sua ceia de Natal? Já pensou que situação?
E fazer reserva dia 24? Arruma a mala e vai para o aeroporto, diz para a família que vai voltar para a ceia, aguenta firme e reza para não ter vôo atrasado, cancelado, com problemas técnicos. Ninguém vai faltar a escala e eu volto para casa, só que não! Acontece muito, acontece sempre, posso dizer!
Tudo bem, a gente se acostuma, os filhos se acostumam a festejar o Natal dia 27, 28 de dezembro e está tudo bem!
Na semana de Natal, o menu especial na classe econômica, o inesquecível turkey com molho cranberry, couve de Bruxelas, rosted potatoes, um mimo da empresa na data comemorativa. E tinha gente que reclamava: é isso a ceia a bordo? Não amiga, a ceia ficou lá na minha casa, é isso e é uma delícia!
Mas o melhor de tudo, nos tempos em que se podia aglomerar, era saber que chegando no hotel, vários colegas de várias nacionalidades que estavam sozinhos iriam confraternizar, fazendo-se família, unidos pela mesma razão.
Um bom vinho, as vezes só uma pizza, mas com muita alegria no coração.
Afinal, nesta profissão, os colegas de trabalho acabam virando mesmo nossa família e posso dizer que cada um destes momentos me foram tão preciosos, e serão para sempre, inesquecíveis!
Eu desejo que possamos aprender que o Natal é amor, que não precisamos estar presentes e dar presentes para amar. Este ano não abraçamos a família e os amigos como gostamos de fazer, e está tudo bem!
Um Feliz Natal a todos!