Reembolso ou crédito de passagens aéreas? Esse é mais um dos problemas criados pela pandemia do covid-19 e tem gerado discussões ao redor do mundo.
De um lado, os legisladores e organizações de defesa do consumidor alegam, com razão diga-se de passagem, que os passageiros devem receber seu dinheiro de volta. Já do outro lado, as empresas aéreas argumentam que isso as levaria à falência ainda mais rapidamente.
As empresas aéreas
Para dar uma dimensão ao problema, a IATA, associação internacional que representa as principais empresas aéreas do mundo, disse que os reembolsos poderiam chegar a US$35 bilhões. Isso seria o golpe de misericórdia em muitas empresas aéreas, deixando-as no chão para sempre.
Ainda segundo a IATA, mais de 25 milhões de empregos ligados direta ou indiretamente ao setor aéreo estariam em risco. Ou seja, o cenário não é nada animador.
Os passageiros
Se as empresas aéreas estão passando por um momento difícil, o mesmo pode ser dito sobre os consumidores. Com lockdowns e uma recessão se aproximando, muitos precisam de dinheiro vivo tanto quanto as empresas aéreas.
A União Européia e o Departamento de Transporte dos Estados Unidos, os dois maiores mercados aéreos do mundo, já deixaram claro para as empresas aéreas que os passageiros têm o direito de receber o seu dinheiro de volta. Obviamente as empresas aéreas não gostaram da idéia.
Entretanto, esse entendimento da União Europeia tem encontrado resistência em alguns países do bloco. O governo alemão, por exemplo, tem apoiado o movimento da Lufthansa em conceder um voucher aos seus clientes.
Enquanto isso no Brasil
Em terras tupiniquins a solução, por hora, é um meio termo. Dependendo das condições das tarifas os clientes têm direito a reembolso, porém as empresas têm até 12 meses para devolver o dinheiro – isso de acordo com uma medida provisória publicada pelo Governo Federal.
O meio termo
No meio dessa briga há alguns bons exemplos e também soluções criativas. Os clientes da finlandesa Finnair, por exemplo, têm a opção de receber o dinheiro de volta assim que entram em contato com a empresa.
Já numa linha um pouco mais conservadora e tentando convencer os clientes a não pedirem o reembolso, empresas como a American Airlines e Qatar Airways têm oferecido bônus em milhas para os clientes que aceitarem o tal voucher ao invés do dinheiro de volta.
Algumas Palavras
Como entusiasta da aviação eu até entendo o lado das empresas aéreas. Porém, como cliente eu quero ter o direito de receber o meu dinheiro de volta.
Na quase totalidade dos casos, as empresas aéreas irão contar com a ajuda de seus governos, já muitos passageiros talvez não tenham essa mesma sorte.
Acho que essa discussão sobre reembolso ou crédito de passagens aéreas ainda vai dar muito pano para manga e ações em tribunais mundo afora.
HT: Reuters