Como todos sabemos, ocorreram dois acidentes fatais envolvendo o B737MAX, que foram atribuídos a falhas no software de controle de voo. Como resultado, todos os B737MAX estão proibidos de voar até pelo menos setembro de 2019.
No que alguns consideram um movimento surpreendente, a IAG, empresa controladora da British Airways, assinou uma carta de intenção com a Boeing para comprar até 200 B737MAX. O que se especula é que, como o B737MAX está com a imagem arranhada e passando por um momento difícil, a IAG deve ter conseguido um excelente desconto nessa negociação. A preço de tabela, a encomenda custaria US$24 bilhões!
Embora a IAG tenha usado aviões da família B737 no passado, o anúncio chama a atenção não só pelo fato de ser o B737MAX, mas também pelo fato de que atualmente a frota de aviões de curta distância de todo o grupo IAG (British Airways, Iberia, Aer Lingus, Vueling e LEVEL) é composta inteiramente por aviões da Airbus dos modelos A319, A320 e A321.
“Estamos muito satisfeitos em assinar esta carta de intenção com a Boeing e temos certeza de que essas aeronaves serão um ótimo complemento para a frota de curta distância da IAG”, disse Willie Walsh, executivo-chefe do IAG. “Temos toda a confiança na Boeing e esperamos que a aeronave volte a voar nos próximos meses, depois de receber a aprovação dos órgãos reguladores.”
A IAG diz que voará uma combinação do 737MAX 8, que acomoda até 178 passageiros em uma configuração de duas classes, e o 737MAX 10, que pode acomodar até 230 passageiros. Sem dúvida essa carta de intenção foi um alívio para a Boeing, que não registrou um único pedido para o B737MAX desde que o modelo foi proibido de voar em março. Provavelmente, as aeronaves serão baseadas no Aeroporto de Gatwick em Londres e voarão na British Airways, Vueling e LEVEL.
Conclusão
Do ponto de vista financeiro esse foi um excelente movimento da IAG que deve ter tirado grande proveito da crise de confiança pela qual o B737MAX está passando. Seguramente até que esses aviões comecem a chegar na frota do grupo, todos os problemas de segurança terão sido resolvidos.
Um detalhe interessante é que nesse momento não estamos falando de um pedido firme, mas de uma carta de intenção. Isso quer dizer que a IAG pode desistir do negócio a qualquer momento. Inclusive, há quem acredite que a estratégia é usar essa carta de intenção para bater nas portas da Airbus e forçar um desconto ainda maior em pedidos futuros de novos aviões da família A320. Veremos!