Os mais velhos e com interesse na aviação já devem ter se dado conta, que mais uma vez a história se repete na indústria aérea brasileira. No começo achei que seria diferente, que o caso Avianca teria solução, mas com o passar dos meses vemos que a realidade é bem diferente.
Para ficar só nas maiores, lembram-se da Transbrasil, Vasp e Varig? Pois é, a Avianca está seguindo os mesmíssimos passos e, portanto, hoje acho que o fim será exatamente o mesmo. Falência, calote nos fornecedores e o pior, não pagamento dos direitos trabalhistas dos funcionários.
Assim como eu, vocês devem estar acompanhando na mídia, e a situação está complicadíssima. Empresas de leasing têm tido sucesso na justiça e estão conseguindo recuperar seus aviões. Os aeroportos, agora nas mãos de empresas privadas, não são tão benevolentes como a Infraero e a mensagem tem sido bem clara – Ou paga ou não usa o aeroporto! Os administradores dos aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador, Fortaleza e por último Guarulhos já deixaram isso claro.
Ao que tudo indica, o problema da Avianca Brasil é o mesmo da Varig, Transbrasil e Vasp – má administração. A aviação civil é uma das piores indústrias do ponto de vista de margens de lucro, pois algo entre 7% e 10% de lucro líquido é a norma para empresas bem administradas. Pouquíssimas empresas no mundo conseguem ter lucros acima dos 10%. Então definitivamente, não há espaço para amadores. Porém, muita gente argumenta que na Avianca não há amadorismo, mas sim outros interesses. No entanto, não vou entrar nesse mérito. Não tenho informação o suficiente para opinar sobre isso.
Se a situação continuar a seguir os mesmos passos dos casos anteriores, o próximo barulho deverá vir dos fornecedores de combustível. Ou paga, ou não enche o tanque. Isso tudo, como é de se esperar, afugenta os passageiros. Quem em sã consciência vai correr o risco de comprar um bilhete da Avianca sob o risco de ver seu voo cancelado?
Tudo isso é muito triste, pois certamente há espaço no Brasil para quatro empresas aéreas de porte nacional. Mas sem dúvida, não há espaço para amadorismo!