Confesso que, toda vez que encosto minha cabeça numa poltrona de avião, questiono se ela foi higienizada ou não. Talvez eu tenha TOC!! Será?? Mas, de toda forma acho esse um assunto interessante e por isso decidi escrever sobre como é feito esse processo – até para que eu mesmo fique mais tranquila!
Esse serviço já recebia grande atenção por parte das companhias aéreas. Mas depois da pandemia de Covid-19 o assunto tornou-se ainda mais relevante.
Aqui você encontra:
Regras ANVISA
A ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, determina que, em todas as paradas, seja realizada a higienização das aeronaves.
Além das regras da ANVISA, cada empresa aérea possui seus próprios protocolos de higienização, com base na frequência, assim como no período disponibilizado para a limpeza.
Paradas Rápidas
No caso das paradas mais rápidas, o objetivo maior é diminuir ao máximo o risco de transmissão de doenças. O trabalho é feito por uma equipe especializada, num prazo de 10 a 15 minutos, envolvendo a desinfecção das áreas que são mais tocadas como, por exemplo, os compartimentos de bagagens, ar-condicionado, mesas, maçanetas, poltronas, os encostos e as janelas. Além, é claro, das áreas críticas, como os banheiros.
Paradas de Trânsito
Nesse caso, o procedimento adotado pelas empresas é a pulverização interna, o que aumenta a eficiência do processo de desinfecção, visto que a nebulização tem a capacidade de atingir áreas onde não é possível que as equipes de limpeza alcancem em um processo manual, utilizando apenas, por exemplo, pano e borrifador.
Paradas Longas
Nesse caso, é possível ser feita uma limpeza mais extensa. Além do que é limpo nas paradas mais rápidas, é feita uma higienização de toda a área interna como externa da aeronave, o que pode durar até 8 horas. Vai depender do tamanho da aeronave e da frequência com que a companhia aérea realiza esse tipo de higienização.
Limpeza Interna
Os carpetes e tapetes representam um ponto crítico na limpeza das aeronaves. Não é suficiente varrê-los. As equipes de limpeza se utilizam de aspiradores com filtros de alta eficiência a fim de remover a sujeira dessas áreas. Depois é utilizado um produto especial para sua lavagem.
Duas áreas internas do avião que exigem especial cuidado são: o cockpit (cabine de pilotagem ou cabine de comando) e a galley (a cozinha). Essas áreas contêm equipamentos sensíveis. Por isso mesmo, há um treinamento especial oferecido às equipes de limpeza para que não haja danos aos componentes de valor superelevado, além do fato de que eles precisam estar sempre em perfeito estado, mantendo assim, a segurança do voo.
Os estofados e partes em couro recebem cuidado especial por se tratar de um material delicado. Estas partes são aspiradas e esfregadas, utilizando-se pano úmido com produtos específicos. Depois panos secos retiram o excesso, criando uma película protetora. Mesas, janelas e paredes recebem esse mesmo processo de higienização.
Outra etapa que pode ser adotada é a hidratação das partes de couro das poltronas. Para isso são utilizados produtos que garantam o equilíbrio do pH, além de oferecer proteção contra raios ultravioletas que podem levar ao seu ressecamento e rachaduras.
Limpeza Externa
Num primeiro momento podemos pensar que essa deve ser a área de menor preocupação para a equipe de higienização. Mas não é assim mesmo!
Para que o voo seja seguro, é muito importante que haja uma higienização correta da parte externa da aeronave. Mas por que razão? Simples. Porque uma superfície limpa terá menor atrito com o ar. Isso resultará numa economia de combustível, além de fornecer aos passageiros uma sensação maior de segurança.
Nesse caso, a higienização poderá ser feita tanto uma lavagem a seco como com água. Mas é necessário ter um cuidado especial para evitar a corrosão e o acúmulo de líquidos em partes cujo acesso seja difícil. Para essa limpeza existem produtos químicos específicos, com pH neutro, que devem ser utilizados com panos macios, escovas ou esponjas. Isso evita danos à pintura, assim como aos itens metálicos da aeronave, além de proporcionar uma proteção contra a corrosão devido à própria exposição ao tempo e às variações extremas das condições climáticas.
Há empresas que dão um passo além, investindo no polimento das superfícies cromadas externas, através de um enceramento técnico. Isso cria uma barreira de proteção para estas áreas. Há protocolos específicos para essa parte da higienização a fim de evitar danos à pintura.
Equipamentos de alta pressão não são indicados para a limpeza externa das aeronaves que inclua o trem de pouso e os motores, porque isso poderá remover a graxa dos rolamentos das rodas.
Equipe que Realizam a Higienização
Já ficou claro que a higienização de qualquer aeronave exige especial treinamento por parte de sua equipe. Mesmo porque higienização e manutenção estão interligadas – qualquer erro na higienização pode levar a um dano do equipamento.
Outro detalhe importante: É exigido das pessoas que compõem essas equipes que minimizem atitudes que possam vir a aumentar o risco de exposição tóxica ou ainda de inflamação de partes de seus corpos . Por isso, a correta utilização de EPIs, Equipamentos de Proteção Individual, determinados pela ANVISA, é de suma importância.
Para Saber Mais
Você pode encontrar mais informações sobre os processos de higienização de aeronaves nos websites da ANVISA e SATA.
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