No Direto da Galley de hoje vamos olhar para o futuro, ao invés de experiências passadas! Vamos lá?
Não faz muito tempo que a aviação era mais que uma indústria de transporte. Voar era um evento a ser programado com antecedência. As passagens aéreas eram muito caras e somente os mais afortunados podiam desfrutar da experiência de estar sobre as nuvens, comemorando alguma data importante ou visitando outro país.
Em 1989 quando comecei na aviação, meu treinamento em Londres foi para atender a bordo com sofisticação, um serviço impecável para fazer a experiência de voar algo único e inesquecível. Na primeira classe e executiva, havia sempre um cardápio internacional com bons vinhos, luxo e fartura.
Embarcar na empresa britânica pelo mesmo preço da nossa saudosa Varig? Desfrutar do produto inglês com brasileiros trabalhando a bordo? Apreciar um autêntico tea with milk com scones e descer em terras frias e cinzentas com atendimento em português no aeroporto de Heathrow? Um produto diferenciado e muito apreciado pelos brasileiros.
Ou seja, com os preços regulados na época pela legislação brasileira, a competição pelo mercado era feita pelo serviço oferecido a bordo, e quem ganhava era o passageiro – pelo menos no aspecto qualidade!
Com a desregulamentação do mercado e a chegada das aéreas low-cost, as empresas se tornaram apenas um meio de transporte, oferecendo oportunidade para mais pessoas se deslocarem, mas deixando para trás o glamour e o luxo, especialmente nos voos mais curtos.
É claro que não se pode ter tudo, e para sobreviver muitas empresas tiveram que se reinventar. Algumas aéreas vendem desde o café até a água a bordo, tudo muito focado nos altos custos operacionais. Mas vamos reiterar que o bom atendimento ainda é um diferencial, ainda que seja para entregar uma barra de cereal!
Hoje em dia, é claro que antes da pandemia, o mundo ficou pequeno, podemos ir a outro continente como quem vai para a casa de praia e isso é fantástico, não é mesmo?
Lembro de um casal embarcando para Londres para ir a um casamento, outro indo para a formatura da irmã na Alemanha, um grupo de amigos embarcando para curtir o fim de semana prolongado ou assistir a uma partida de futebol!
A vida mudou muito e com isso o glamour e a sofisticação foram perdendo seu lugar, apesar de não perderem seu valor, é claro. Afinal quem não aprecia um bom vinho e um bom jantar, nem que seja a tantos mil pés de altitude?
A aviação luta para sobreviver e nessa jornada algumas empresas não resistiram. Uma pena para tantos profissionais aeronautas e aeroviários que estão sem trabalho, uma lástima para todas as pessoas que não dispensam se deslocar com segurança e rapidez.
E aí eu encerro perguntando, qual será futuro da aviação comercial? Como você acha que será o novo ‘normal’?
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