Considerando que a tabela fixa para emissão com parceiros no programa AAdvantage da American Airlines está com os dias contados, como noticiado aqui no Pontos pra Voar no último dia 13 de junho, em um post de autoria do Paulo Leo, quais cenários podemos esperar?
Introdução
Diante das três grandes cias aéreas americanas (United, Delta e AA), a American Airlines é a única que ainda mantém uma tabela fixa para emissão de passagens com as companhias parceiras da aliança Oneworld (o que, como sabemos, é o grande atrativo do programa).
Para uma maior compreensão da referida tabela fixa (lembrando que a região “South American Region 2”, engloba todo o Brasil, com exceção de Manaus, que fica na região 1), recomenda-se que você clique aqui para acessá-la.
A partir da análise da referida tabela, verifica-se que um voo saindo de Guarulhos (código IATA: GRU) para Joanesburgo (código IATA: JNB) na África do Sul, em classe executiva, é tarifado em 97,5k milhas, já que se está saindo da “South American Region 2” para a “Africa”.
Para melhor demonstração, segue um print da página do programa AAdvantage em um voo com a parceira Qatar (QR):
A existência de uma tarifação fixa e invariável, apesar de limitada a um certo número de assentos disponibilizados pelas parceiras por voo (tarifa saver), permite ao viajante que se utiliza de milhas programar com mais tranquilidade a sua viagem.
Neste sentido, se faz necessário conhecer os cenários que podem surgir em decorrência da eliminação da tabela fixa para emissão de passagens do programa AAdvantage.
Aliás, para quem possui o cartão de crédito co-branded do programa disponibilizado pelo Banco Santander, e aproveita as promoções bateu-ganhou, que ocorrem, em média, duas vezes por ano, consegue se programar para juntar a quantidade de pontos necessária para concretizar aquela tão almejada viagem.
Inclusive, neste momento, está ocorrendo uma promoção ainda mais vantajosa: como noticiado em primeira mão aqui no Pontos pra voar, a atual promoção está oferecendo, como extra (isto é, além da pontuação normal do cartão de 2 pontos por dólar gasto), 40 milhas a cada 40 reais gastos.
Ou seja, no total, chega-se à inacreditável pontuação de mais do que sete pontos por dólar, o que gerou repercussão inclusive na mídia americana, como você pode conferir aqui.
Contudo, a recente declaração do presidente do programa, aliada à massiva quantidade de pontos que foram lançados nos últimos tempos no mercado (fruto das massivas vendas pelas empresas aos programas de cartões de crédito dos bancos), levam a crer que, infelizmente, a tabela fixa de emissão de passagens da American Airlines será eliminada, tornando necessário conhecer os cenários que podem surgir.
Neste sentido, tomando-se como exemplo o que já foi realizado pelos outros programas que também eliminaram as tabelas fixas de resgate, surgem dois cenários alternativos que podem ser adotados: 1) a eliminação da tabela fixa sem qualquer parâmetro a partir de então, ou 2) a eliminação da tabela fixa formal, porém, informalmente, a manutenção de certos parâmetros.
Sobre estes dois cenários alternativos que decorrem da eliminação da tabela fixa para emissão de passagens da American Airlines é que se passa a falar a seguir.
Cenário 1: Total Imprevisibilidade
Nesta hipótese, teríamos, por analogia, situação semelhante a que ocorre com os programas nacionais, sobretudo o Tudo Azul e o Latam Pass, em que, para o mesmo voo e trecho, é possível nas pesquisas aparecer tanto uma tarifação baixa, como uma tarifação altíssima, especialmente em dias de maior movimento e procura.
Não raro, em comentários em grupos de WhatsApp e em diversos posts que tratam desses programas, é comum nos depararmos com exemplos que retratam grandes disparidades, como trechos internos que, em situações normais, são tarifados abaixo de 10k milhas, e, em dias de grande movimento, custam mais do que 50k milhas.
Certamente, neste cenário, em que não é possível prever em quanto será tarifado um trecho de uma viagem, o usuário perde muito, pois impede o planejamento de uma viagem.
O caminho para viabilizá-la seria juntar uma expressiva quantidade de milhas no programa, o que, convenhamos, diante da ausência de um clube de milhas e pela limitação ao acúmulo via cartão co-branded, apenas, é tarefa indigesta, além de não ser aconselhável (presente a máxima do earn and burn).
Então, uma vez implementada a indesejada alteração, torcemos para que os gestores do programa não optem pelo cenário acima tratado.
Cenário 2: A Manutenção de uma Tabela “Invisível”
Para melhor explicar este cenário, cumpre reproduzir, primeiramente, dois prints de tela na página de pesquisa de voos com companhias parceiras, com milhas, no site da United:
Nota-se que na primeira tela o voo com parceiras no trecho GRU-ZNZ (Guarulhos-Zanzibar) é tarifado, via de regra, em 78 e 117,9k, em classe econômica e executiva (Economy e Business Saver Award), respectivamente, com data de partida no dia 21.06.2022.
Já na segunda tela, o mesmo trecho, também com parceiras na Star Alliance, é tarifado, via de regra, em 71,5 e 112,8k, em classe econômica e executiva (Economy e Business Saver Award), respectivamente, com data de partida no dia 21.01.2022.
Necessário registrar que a tarifação apresentada nesta última data foi a mesma que apareceu, via de regra, nos demais meses no intervalo de pesquisa entre o dia 21.06.2021 e o dia 21.01.2022.
Portanto, apesar de a pesquisa compreender vários meses, verifica-se, com exceção da hipótese de uma emissão com data mais próxima à partida do voo, que a tarifação se manteve inalterada, como regra.
Este cenário permite concluir que, mesmo tendo a United eliminado, formalmente, a sua tabela fixa de resgates com parceiras, os trechos são tarifados mantendo um padrão de tarifação, com pequena variação, via de regra, sem que se verifiquem maiores diferenças, ao menos na atual demanda de viagens.
Na realidade, a partir do que foi noticiado pelo site One Mile At Time em abril de 2020, no caso da United, a eliminação da tabela não significou uma radical alteração na tarifação do programa MileagePlus com adoção de uma tabela dinâmica. Serviu, na verdade, para que o programa, conforme a sua conveniência, passe a reajustar os trechos.
A adoção desta política de livres reajustes, já que agora, diante da supressão da tabela, não mais existe um teto a ser respeitado, foi bem constatada na data acima referida, quando ocorreram aumentos da ordem de 10% em vários trechos, como no de Nova Iorque-Seoul (JFK-ICN), com a parceira Asiana, que passou de 80k para 88k, em classe executiva.
Logo, caso efetivamente ocorra a eliminação da tabela fixa de parceiros do programa AAdvantage, espera-se que, ao menos, os gestores do programa adotem um padrão semelhante ao acima destacado, isto é, que escolham, diante dos cenários acima citados, a segunda hipótese.
Deste modo, ainda que venha a ocorrer uma desvalorização (o que, obviamente, se lamenta), que ao menos esta ocorra da forma menos prejudicial possível para os clientes do programa.
Tome Nota
Como falamos ao longo deste post, a tabela fixa para emissão de passagens do programa AAdvantage da American Airlines não deverá durar por muito mais tempo, estando próxima da extinção.
Acredita-se que isso venha a ocorrer não só em razão da recente declaração do presidente do programa, mas também como decorrência natural da enorme inflação de pontos que foram jogados no mercado como forma da empresa buscar capital diante das dificuldades econômicas decorrentes da pandemia.
Diante da iminente abolição da referida tabela fixa, surgem dois cenários: um de total imprevisibilidade, em que não se tem certeza da precificação dos trechos, e outro menos tormentoso, em que a precificação mantém, via de regra, um padrão, que permitirá um mínimo de planejamento ao usuário.
De toda a sorte, quando a eliminação da tabela ocorrer, temos certeza que, via de regra, serão exigidas mais milhas do que as usualmente cobradas.
Torcemos, no entanto, para que esta medida venha acompanhada de um aviso prévio de no mínimo um ano (embora, no mercado em geral, o mais comum sejam apenas 03 meses) e que a desvalorização seja em linha com a que ocorreu com as concorrentes Delta e United, mantendo um bom “poder aquisitivo” das milhas do programa, com a existência de uma tabela “informal” de resgates com as parceiras.
E você, caro viajante, também acha que em breve será suprimida a tabela fixa com os parceiros? E, quando ocorrer esta alteração, acredita que, ao menos, haverá uma tabela “invisível” para que se tenha alguma previsibilidade na quantidade de pontos exigidos em cada trecho a ser resgatado? Compartilhe abaixo, nos comentários, a sua opinião.
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